Túmulo dos vagalumes: O olhar japonês da guerra

Estamos acostumados a ver filmes da Segunda Guerra Mundial nos quais os americanos são os heróis e salvam o dia dos nazistas. Não estou dizendo que os filmes americanos sobre a guerra são ruins, muito pelo contrário, há diversas obras-primas, os americanos são muito bons em fazer cinema! Há, porém, outras visões do conflito, a visão dos derrotados. Nesse mesmo período conturbado também houve a guerra do Pacifico, não tão explorada pelo cinema quanto o conflito na Europa. Ao contrário dos nazistas, que são vilões perfeitos para o cinema, não há essa visão de vilania dos japoneses. “Além da linha vermelha” é um filmaço, e americano, sobre o conflito envolvendo os japoneses, mas é ainda um filme americano. Que tal um filme japonês sobre o conflito? E se for uma obra-prima? “Túmulo dos vagalumes” é esse filme.

“Túmulo dos Vagalumes” é uma animação no estilo anime dirigida por Isao Takahata e lançada em 1988. Conta a história de dois irmãos: Seita, o mais velho, e a sua irmãzinha Setsuko, que estão tentando sobreviver em meio a guerra. Se os americanos são os heróis em seus filmes, aqui você os teme a cada bombardeio às cidades japonesas, destruindo milhares de vidas. “Você não devia estar trabalhando ou estudando?” pergunta a tia de Seiko. “A fábrica que ia me dar emprego foi destruída, e escola também”, responde o garoto.

Os irmãos Seiko e Setsuko

No filme não haverá grandes batalhas para decidir o destino da guerra, as batalhas serão pela sobrevivência. Os irmãos têm que conseguir comida e abrigo para conseguirem viver. Cada grão de arroz importa. E o público rapidamente simpatiza pelo dois, apesar de que na primeira cena sabermos que Seiko morre, em um metrô, provavelmente de fome. O pessoal de limpeza do metrô diz “Mais um perdido aqui”. Há vários outros mendigos mortos lá. E a pequena Setsuko? É claro que não darei spoiler!

Com imagens fortes de corpos carbonizados, cidades destruídas e de degradação humana contrastando com lindas imagens dos irmãos brincando na praia, na noite com vaga-lumes e sentindo-se maravilhados com um pouco de água jorrando na cara, “Túmulo dos Vagalumes” é um filme que deve ser visto e pensado.

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Jonathan De Assis
Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.
Jonathan De Assis

Jonathan De Assis

Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.

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Luana
Luana
10 anos atrás

Ótimo filme, péssima crítica.

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