Um dos grandes estudiosos da construção e da analise de narrativa, Barthes nasceu em Cherbourg, na França, em 1915, iniciou sua carreira como professor, porém sofreu um grande baque e passou parte da Segunda Guerra internado em um sanatório. Em 1950, superada a crise, Roland Barthes inicia ensaios literário dos mais diversos como, por exemplo, “O grau zero da escrita”, através do qual buscava estabelecer uma critica ao teatro e à análise estrutural da narrativa que vise construir um estudo sobre a construção da narrativa, esta última obra serviu de base para a construção dessa postagem.
Em 1960 Barthes torna-se orientador de pesquisas na École Pratique des Hautes Études en Sciences Sociales, situada em Paris, e lá o mesmo se tornou um dos grandes pensadores do estruturalismo. A partir daí, começou a desenvolver várias obras analisando as mais diversas artes e seus processos de construções; uma obra bastante estudas no mundo todo é a Análise Estrutural da Narrativa.
Podemos perceber que, durante a construção do seu pensamento, Barthes apresenta a narrativa como uma estrutura fechada que pode ser analisada através de um método, tanto que o autor nos apresenta a narrativa como uma língua composta de fenômenos de pura lógica, dotadas de sistemas de unidades e regras que geram significações. Para tanto o autor nos atenta a algumas colocações a respeito desta língua narrativa, nos alertando inicialmente que é necessário entendermos que os sistema de significação não são construídos por uma soma de preposições, mas por uma complexa cadeia de elementos que estão conectadas.
Após concretizar esse pensamento a respeito da narrativa e de sua construção de um sistema de significação, o autor nos apresenta seu método de análise estrutural. Existem três níveis de descrição: nível das funções, nível das ações e nível da narração.
Compreender uma narrativa não é somente seguir o esvaziamento da história, é também reconhecer nela estágios, projetar os encadeamentos horizontais do fio narrativo sobre um eixo implicitamente vertical (BARTHES, 1976, p.26).
Em primeira instância, temos o nível das funções que são compostas por funções distributivas e integrativas. Barthes aponta como funções distributivas aquelas que agem na estrutura da narrativa, que é constituída por duas funções menores chamadas de cardinais (ações que determinam o desenrolar do enredo) e catálises (todo momento de pausas). As funções integrativas têm como propósito atuar em um esquema mais amplo, em que procura interligar as funções e é constituída de indícios (elementos sutis) e informantes (considerados como elemento simples, para autenticar a realidade).
A função é evidentemente, do ponto de vista linguístico, uma unidade de conteúdo: é o que quer dizer um enunciado que o constitui em unidade funcional, não a maneira como isto é dito. (BARTHES, 1976, p. 29)
Logo em seguida, Barthes no apresenta ao outro nível denominado de ações, onde o foco agora está no estudo voltado para o personagem com o propósito de buscar definir o mesmo enquanto ser e dotado de um modelo actancial. Para finalizar sua tríade, o autor nos apresenta ao último nível denominado de narração, onde se cria a problemática da descrição do código na relação narrador e leitor.
Fã de cinema desde de criança, estuda Arte e Mídia na Universidade Federal de Campina Grande (Paraíba). Tem como principais paixões a música, os quadrinhos e o cinema.