Álbum autointitulado de Lianne La Havas é sincero e maduro

Há tempos estava planejando falar um pouco sobre a cantora britânica Lianne La Havas neste site, eu juro. Contudo, outras pautas foram sobressaindo e a artista acabou ficando para trás no planejamento, mas com o lançamento do seu mais recente trabalho na última sexta-feira (17), ficou quase impossível não tecer quaisquer comentários sobre isso.

O primeiro contato que tive com o cancioneiro de Lianne foi em março deste ano, numa playlist que estava montando dedicada ao mês da mulher. Assim como aconteceu com Black Pumas, a artista me conquistou no primeiro acorde da excelente “Green & Gold”, pertencente ao disco Blood (2015). Para quem conferiu essa playlist na época também se apaixonou pela suavidade e beleza expressa na música.

Considerando o processo artístico de cada um, 5 anos sem lançar um trabalho completo não é um tempo tão extenso, mas não faltava vontade de consumir mais e mais dela. Neste álbum autointitulado, percebemos uma artista mais madura e mais sincera com a música e com seus próprios sentimentos. Várias das canções colocadas neste são, para mim, uma espécie de carta aberta para os sentimentos. Não é uma tentativa direta em atingir muitas pessoas com as emoções, mas por ser tão real acaba atingindo as mesmas pessoas.

São 12 faixas, totalizando 52 minutos de canções bem suaves e pessoais. A capa do disco também chama bastante atenção, não se trata de uma super produção com estúdio e tudo mais, mas sim de uma selfie bem simplória e isso mostra, talvez, a fragilidade e sensibilidade de um disco deste nível. Fora todas essas impressões, a música que abre os trabalhos, “Bittersweet”, tem o seu peso de renascimento (Bittersweet summer rain/ I’m born again).

Digamos que no decorrer vemos os desdobramentos deste renascimento contado nessa canção. Sensualidade, relacionamentos que não deram tão certo, sexualidade, são temas abordados com frequência nas demais músicas. Outro ponto bastante positivo é a produção, a mixagem é um primor, fora os vocais de Lianne que já se destacam por si só. Respeitosamente por ter um bom ouvido no contrabaixo das músicas que escuto, o deste disco se destaca muito bem e dá o groove preciso para o R&B que Lianne executa no seu mais recente álbum, parabéns ao baixista Joe Harrison que aparece creditado na maioria das músicas.

Se você, assim como eu, curte um R&B de qualidade, vale à pena conhecer a discografia da Lianne inteira. Vale super a pena, e de olhos fechados esse é um dos melhores do ano do gênero. Lianne La Havas (2020) você pode conferir na íntegra no player abaixo:

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Vinícius Cerqueira
Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia
Vinícius Cerqueira

Vinícius Cerqueira

Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia

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