Não é de hoje que sou entusiasta emocionada do streaming da Apple, o Apple TV+. Dentre os motivos, estão as produções feministas de alta qualidade nas quais o streaming investe e as quais disponibiliza para os seus assinantes. Em meio a elas, destacam-se as séries “Rugido”, “The Morning Show” e “Mal de Família”, que abordam, de forma crítica, inovadora e diferente entre si a temática dos papeis das mulheres em ambientes pessoais e profissionais.
Confira abaixo um pouco sobre cada uma delas
Rugido
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“Rugido” é a minha favorita. Trata-se de uma série antológica com 8 episódios que retrata de maneira perspicaz e intrigante o que significa ser mulher na atualidade. A série reúne uma mistura única de realismo mágico, cenários domésticos e profissionais e mundos futuristas. Para alguns espectadores, pode parecer rasa ou apressada no desenvolvimento de seus episódios, mas é justamente essa a proposta. As agressões físicas e psicológicas mentais às mulheres chegam desavisadas, abreviadas, como um tapa que nos desnorteia e paralisa por alguns momentos, e que demoramos a digerir. Assim também são os episódios de “Rugido”, ou “Roar”, no título original. Recomendo.
The Morning Show
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Em “The Morning Show”, temos uma visão por trás das câmeras de um programa matinal de televisão, em que a denúncia de um dos apresentadores por assédio sexual tem um grande impacto na equipe. A série, que já caminha para a sua terceira temporada, é emocionante e bem escrita, tem um ritmo envolvente com pouquíssimos episódios que podem entediar o espectador mais inquieto. As protagonistas da série são Jennifer Aniston como Alex Levy, co-apresentadora do The Morning Show, e Reese Witherspoon como Bradley Jackson, um repórter de campo que virou co-anfitrião do programa. Também conta, em seu elenco, com o pedigree de Steve Carrell, Billy Crudup e Julianna Margulies, entre outros atores já reconhecidos. Como temas paralelos e também relevantes podemos citar as relações de poder no trabalho, liberdade sexual, e ainda a questão do envelhecimento das mulheres que têm a imagem como ganha pão.
Uma curiosidade é que a série é encabeçada pela produtora de Reese Witherspoon, a Hello Sunshine, conhecida por suas excelentes produções com mote feminista. Uma excelente série para se permitir envolver e analisar a complexidade nem um pouco maniqueísta das personagens.
Mal de Família
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“Mal de Família” (Bad Sisters, na versão original gringa) é uma série irlandesa dramática com toques de humor não tradicional que segue a vida de uma família disfuncional após a morte do patriarca. A série aborda temas como abuso emocional, relações tóxicas e o papel das mulheres na sociedade, com uma abordagem sensível e bem-humorada. As personagens femininas são retratadas de forma realista e multifacetada, cada uma representando uma “persona” que talvez você conheça, tornando a série envolvente e cativante.
Além dessas três, a Apple TV conta com outras séries feministas que valem a pena ser mencionadas, como Little Voice, que retrata a jornada de uma jovem compositora em Nova York, e Physical, que acompanha a história de uma mulher em busca de autoaceitação através da prática de aeróbica.
Essas séries não apenas abordam questões relevantes para as mulheres, como também são produções bem escritas e envolventes. A junção dos dois aspectos nos faz valorizar mais as produções. Rugido, The Morning Show, Mal de Família e outras obras na plataforma nos fazem refletir sobre as nossas próprias experiências e, ao mesmo tempo, nos divertem e nos emocionam. E não seria esse o papel do bom audiovisual?
![Andressa Vieira](https://revistapagu.com.br/wp-content/uploads/2020/01/8cf6d027-a011-4105-9f1a-b9cf37155f0f-125x125.jpg)
Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora deste site.