A noite desse domingo (24) foi de muito glamour, vestidos de grife, rostinhos famosos e composições de gosto duvidoso. A indústria musical americana não cansa de nos brindar com premiações totalmente desnecessárias, dentre elas o American Music Wards (AMA), que em tese premia os melhores artistas da música norte-americanos do ano. O único problema são os indicados e os “votantes” (os artistas são eleitos através de votação popular). O evento realizado no teatro Nokia de Los Angeles, nos Estados Unidos, contou com 17 apresentações no palco principal e duas no tapete vermelho.
Música pop em geral tem um quê de descartável, salvas raras exceções. A estética e a embalagem em que o produto (musical) está são tão ou mais importantes que seu conteúdo em si. Confesso que não sou grande fã de música pop, nem de longe acredito em premiações, mas, adoro vê-las mesmo assim, nem que seja como passatempo. O American Music Awards seria algo parecido com a premiação de nome de fruta entregue às produções cinematográficas, só que em uma versão musical. Dito isso vamos aos premiados da noite.
Os maiores vencedores da noite foram Taylor Swift (Artista feminina; Artista pop / rock feminino e Artista do ano) e Justin Timberlake (Álbum Soul / R & B: “The 20/20 Experience”; Artista Soul / R & B masculino e Artista pop / rock masculino). Rihanna ganhou o troféu de “Ícone Musical” das mãos de sua mãe, Monica Fenty.
Comecemos as apresentações. Àqueles que não tiveram “cacife” ou “QI” pra se apresentar no palco principal, deram o ar da sua graça no tapete vermelho, foram eles: Jesse McCartney e a girlband Fifth Harmony. O quinteto de garotas que já se chamou “LYLAS” e “1432”, formado na fase do bootcamp do programa The X Factor USA 2012, cantou “Better Togheter” acústico, não sei se foi pior ou igual ao original no quesito grude da frase “we’re better, we’re better, we’re better, we’re better togheter”. Jesse McCartney seguiu o clima “juntinho é melhor”, ao cantar “Back Together”. Apesar de ter sobrenome de ex-Beatle, o som do moço em nada tem a ver com o de um dos garotos de Liverpool.
O abre-alas do palco principal foi a apresentação de Katy Perry. Vestida de gueixa e com clima nipônico, a cantora apresentou seu novo single “Unconditionally“. Li em alguns sites que, por essa perfomance, Perry vem sendo acusada de racismo por se apoiar em estereótipos, mas isso não é o pior! O pior são erros vocais, ou num linguajar chulo, “desafinações” ao longo da enfadonha nova música da cantora. “Perrymaniacos” me apedrejem, mas tenho dito e não é de hoje, que a moça de olhos azuis, como cantora, é apenas uma figura bonita, sem mais.
Falando ainda das apresentações, tenho que ressaltar duas figuras: Rihanna e Miley Cyrus. Riri tava pra lá de comportada com um vestido longo, cantando sem ser vulgar “Diamonds”. Acompanhada de uma orquestra, a cantora ostentou um penteado “toquinha” com frisos prendendo o cabelo, inusitado. Depois de chocar a sociedade e ser julgada sem pena (aqui e aqui), Miley Cyrus novamente subiu ao palco, mas sem bola de ferro dessa vez. Acompanhada de um gatinho tristonho projetado em uma tela, Cyrus cantou (sem desafinar) sua famigerada “Wrecking Ball”.
O galã da festinha, Justin Timberlake, mostrou-se eclético ao cantar seu novo single “Drink You Away“, canção com uma pegada country. Outra performance aguardada foi a de Lady Gaga. A cantora chegou à cerimônia em um falso cavalo branco. Pegando o gancho do 50º aniversário da morte do presidente John Kennedy, Gaga fez uma performance inspirada no relacionamento do chefe de estado com a atriz Marilyn Monroe em “Do What U Want”.
Uma das homenageadas da noite foi Celia Cruz. Há dez anos a cantora nos deixava. Saída de seu país em 1959 pra nunca mais voltar, Cruz ficou famosa no México, onde fez carreira. Tida como a maior intérprete cubana, Celia conquistou vinte discos de ouro, recebendo o título de “Rainha da Salsa”. A moça incumbida da tarefa de rememorar os hits da cubana foi Jennifer Lopez e melhor escolha não poderia ter sido. J-Lo mostrou que tem sangue latino nas veias, “bailou”, cantou um pot-pourri de “Quimboara/Bemba Colora/Carnaval”, arrasando com a cara das inimigas e fazendo o público aplaudir de pé. Confira no vídeo abaixo.
Por fim, Swift subiu ao palco pra receber o último e mais importante prêmio da noite de Artista do Ano. Na falta de um Kanye West pra arrebatar o microfone da pobre cantora, eu o fiz desligando a TV, já havia alcançado meu limite máximo de “guilty pleasure” por uma noite. Confira a lista completa dos vencedores aqui.
Uma míope quase sempre muito atrasada, cinéfila por opção, musicista fracassada e cronista das pequenas idiotices da vida. Pra sustentar suas divagações é jornalista, roteirista e fotógrafa.
Amo música pop mas AMAS ta com sérios problemas nos indicados e nos votadores rs’ ;/
[…] todo mundo tava mais a fim de ver Myley Cyrus numa bola de ferro ou com um gato gigante no telão (vide texto sobre o AMA) pra fazer piadas e coisa e tal, mas não vai rolar […]