Nx Zero: modinha, emo e marketing. Será?

Preconceito. Não há palavra melhor para ser utilizada atualmente, com Marcos “Infeliciano” no poder não há como não pensar nisso. Preconceito é uma palavra autoexplicativa, é um conceito prévio, sem fundamento ou respeito. Respeito? O que é isso nos dias de hoje, trocamos eles por umas doses de um bom whiskey e um jogo de futebol.

O preconceito pode nos fazer odiar coisas que nunca odiaríamos se ouvíssemos com menos opiniões pré-concebidas, ou talvez não. Só saberemos se experimentarmos aquilo sobre que falamos mal (e nem ao menos nos demos ao luxo de pesquisar mais a respeito). As bandas “emos” entraram nessa onda, uma banda fez a fama e o resto veio atrás. Contudo, a má fama que foi criada com o tempo conseguiu sufocar o sucesso que essas bandas faziam com as adolescentes ensandecidas pelos “lindos meninos”, que coisa mais horrenda! Perceba isso, valorizamos coisas quando mais novos pela sua beleza. Tem uma leva gigante de artistas que faz muito pouco além de rebolar e gritar. Preciso citar exemplos? Não, né.

Nx e sua formação
Nx e sua formação

Haters, acumulei agora alguns. Mas nada que se compare à horda que esses caras precisam lidar. Pra muita gente a banda que trouxe vocês a este post não é nada mais e nada menos do que um vocalista com um cabelo mal penteado pulando e gritando. Não tiro sua razão em alguns aspectos, o material do Nx Zero há algum tempo foi muito duvidoso! Ouvimos uma coisa em estúdio e outra ao vivo. O objetivo dessa matéria é fazer você, nosso querido leitor, odiar ainda mais a banda ou dar uma chance a ela. A escolha é sua!

Lembro-me bem de quando a única fonte de conteúdo musical vinha da MixTV aqui de São Paulo, de lá ouvi sucessos de Black Eyed Peas, Madonna, Justin Timberlake, Ne-Yo, Chris Brown, Rihanna, CPM 22, Hateen e Nx Zero! Lembro-me da primeira vez que vi o clipe “Além de mim”. Aquilo parecia soar tão pesado, tão agradável, tão incrível, tão juventude gritando o que sentia e pensava. Como era bom ver e ouvir aquele clipe e me imaginar tocando algo do gênero. Pensava que aquilo era o que tinha de mais pesado no rock n’ roll. Sabia de nada, inocente Matheus.

Os primeiros discos do Nx Zero tinham uma sonoridade mais pesada, mais rock n’ roll. Se você não conhecesse o Nx, colocaria a música e perceberia alguma coisa de hard rock, mas aí você vê os cabelos, ouve as letras melosas e já se arrepende de dizer que aquilo era pesado. Fato para quem é headbanger é encarar que o peso das músicas, apesar de fraco (isso existe? risos) fez com que muita gente ouvisse uma guitarra distorcida pela primeira vez devido à letra, pelos cabelos ou pelo tipo físico dos caras e isso não é de todo ruim. Alguém que escutou Nx Zero (eu!) pode migrar com maior facilidade para outra raiz do metal ou rock (eu de novo).

O Nx Zero estava visivelmente se decidindo em qual estilo e som se apresentaria ao seu público, mas de 2008 para frente o som foi se firmando e aparentemente estava escolhido. Com o pop rock um pouco mais pesado, o Nx Zero correu atrás de seu sucesso, do seu público e da sua identidade. Algo que deu muito certo. A banda mudou muito pouco o seu som de lá para cá, sempre inserindo novidades em suas músicas, como o rap, músicas mais românticas e acústicas para conquistar corações (das meninas, é claro).

Nx Zero no Rock in Rio 2011
Nx Zero no Rock in Rio 2011

Existe um detalhe que me fez desgostar profundamente o Nx: seu disco chamado “Projeto Paralelo”. A ideia parecia boa, mas aí a crise de identidade resolveu dar as caras novamente e estragar um pouco aquilo que eles fizeram até então. Trazer nomes grandes para cantar com eles é uma ideia boa para juntar dois públicos, mas é impossível agradar os dois, alguém ficará desconte. Não gostei em nada do álbum, pode jogar no lixo.

Ainda em 2011, junto do lançamento que foi pro lixo, encontramos um excelente CD do Nx. O Multishow Ao Vivo de 10 anos! É isso aí, meus amigos. Você leu certo, para uma moda, durar por dez anos não é para qualquer um não. Nesse álbum percebo a melhora de som e dos vocais do Di Ferrero que era tão ruim ao vivo quando ia aos programas de televisão. Eu me perguntava se existia alguém que gravava os CDs e outra pessoa ia ao estúdio de TV. Não precisa pesquisar muito não, você encontrará rapidinho shows de qualidade duvidosa.

As boas notícias são que em 2012 e 2014 a banda lançou álbuns que realmente me empolgaram por diversos fatores: qualidade, simplicidade e maturidade. Em seu álbum “Em comum” e, mais recentemente, no single “Uma gota no oceano”, a banda mostrou que também sabe falar de atualidade. Falar sobre humanidade, sobre realidade e rotinas da sociedade. E aqui ficam meus parabéns! O Nx manteve o som e mostrou-se consciente e atento aos assuntos relevantes. Não só de amor vive uma pessoa, não é mesmo? Para com esse chororô e essa ideia de cortar os pulsos, menino!

Esse é o Nx Zero, com facetas ruins e boas. Experimente, sem preconceitos. Se não gostar, pode odiar. Contudo, se gostar, vá em frente, não parece ser só uma modinha.

Dá o play no novo som do Nx, me surpreendi.

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Matheus Geres
Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n’ roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.
Matheus Geres

Matheus Geres

Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n' roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.

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