Stomp: a arte de fazer som com todas as coisas

Será possível fazer barulho com tudo? Uma vassoura consegue fazer música? Durante duas horas, o grupo inglês Stomp conseguiu me provar. Eles fizeram uma apresentação no Teatro Riachuelo. Foi a primeira vez que realizaram uma turnê pelo Nordeste tupiniquim e cada minuto de espetáculo valeu muito a pena.

Stomp faz som com qualquer coisa (Fotos: Diego Marcel/Teatro Riachuelo)
Stomp faz som com qualquer coisa (Fotos: Diego Marcel/Teatro Riachuelo)

A trupe está em excursão há 24 anos e já realizou mais de 20 mil shows, tendo se apresentado para cerca de 12 milhões de pessoas, incluindo celebridades como Bob Dylan, Bruce Springsteen, Liza Minnelli e Tom Waits.

Foi criado na cidade de Brighton, na Inglaterra, em 1991, como resultado de uma colaboração de dez anos entre os criadores Luke Cresswell e Steve McNicholas. Os dois trabalharam juntos pela primeira vez em 1981, como membros da banda de rua Pookiesnackenburger e do grupo teatral Cliff Hanger. Juntos apresentaram uma série de musicais de rua no Festival de Edimburgo, na Escócia.

A primeira vez que tive contato com o grupo foi através de uns vídeos apresentados durante as aulas de arte do professor Jonas Sales no nono ano (antiga 8ª série do Ensino Fundamental). O tema da aula era teatro e dança.

Na época, ele havia mostrado vários filmes relacionados à dança. O docente tinha explicado que queria o grupo Stomp como inspiração para a turma porque misturava música, dança e teatro, e depois convocou uma atividade que interlaçasse tudo isso.

Eu tinha achado bastante interessante, porém não lhes prestei atenção como deveria. Achava que este tipo de apresentação nunca viria a Natal e que teria que pagar caro para assistir quando realizasse uma viagem para as grandes capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Antes de assistir ao espetáculo, eu consegui entrevistar Marivaldo dos Santos, que desde 1996 faz parte da trupe e é o único integrante brasileiro. Ele havia me dito, no bate-papo via telefone, que a expectativa do povo era a melhor possível e que estavam bastante curiosos por saber como era o público nordestino.

Grupo surgiu na Inglaterra em 1991
Grupo surgiu na Inglaterra em 1991

Eu fui para a apresentação no Teatro Riachuelo e fiquei a três fileiras do palco. Confesso que não tinha noção do quanto iria ficar maravilhada com o espetáculo, achava que não iria me surpreender por ter visto vários vídeos do Stomp.

Quebrei a cara e lembrei da seguinte frase de Marivaldo: “Quem for assistir Stomp pela primeira vez e quem já teve a oportunidade de conferir o som do grupo vai ter uma experiência única e nova”.

O espetáculo é dividido em vários atos e conta com em média sete pessoas, com características próprias e bastante carismáticos. O primeiro ato já foi algo impactante quando começaram a fazer diversos sons bacanas usando apenas vassouras.

Em quase duas horas, eles mostraram que é possível fazer som com quase todos os objetos existentes da face da terra, como carrinhos de supermercados, poeira, caixa de fósforo, pia, lata de lixo, placa de trânsito e cada barulho era mais motivo para o público enlouquecer.

Foi a maior turnê nas terras tupiniquins
Foi a maior turnê nas terras tupiniquins

Eles chegaram até mesmo a brincar com o formato dos corpos para fazer barulho. Se o integrante tivesse uma barriga mais elevada, por exemplo, a usava de tambor.

Uma coisa interessante é que eles improvisavam à medida que o público se demonstrava interessado em interagir com eles. Por isso, teve exercícios usando a palma da mão e os pés para fazer barulho.

O Stomp encaixou perfeitamente com o público brasileiro, pois os latino americanos gostam de apresentações que sejam barulhentas, e ao mesmo tempo dançantes e carismáticas. Algo que o grupo inglês faz muito bem.

A apresentação deixou o público com um gosto de que ainda precisamos ver mais do que este grupo poderia aprontar.

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Lara Paiva
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.
Lara Paiva

Lara Paiva

Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.

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