Vampiro Americano: esses não são os vampiros que sua irmã gosta

American Vampire #01

E os bardos entoaram as palavras do Corvo de Edgar Allan Poe: “Never More”. Nunca mais vampiros que brilham purpurina ao sol! Nunca mais! Sabe o Conde Drácula que suga sangue novo e se esconde atrás da capa? Pois bem, esses vampiros europeus vão sofrer um pouco… Está na hora das criaturas monstruosas que surgem no novo mundo, está na hora do Vampiro Americano.

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Scott Snyder juntamente com o mestre do terror, Stephen King, e o brasileiro Rafael Alburqueque assinam a HQ Vampiro Americano. Em seu primeiro arco, os 5 primeiros volumes, a HQ apresenta uma narrativa diferente: são duas histórias contadas em cada edição, uma escrita pelo Snyder e a outra pelo King, sendo ambas desenhadas pelo Rafael, usando estilos diferentes de desenho em cada uma delas. A partir do segundo arco, Snyder, que é o criador da série, fica como único roteirista.

Pearl Jones
Pearl Jones

Mas, aqui, vou falar aqui só do primeiro. Na narrativa do Snyder, que acontece em 1925 em Hollywood, a jovem Pearl Jones, que aspira ser atriz, é levada para uma festa e é atacada por vampiros e deixada para morrer, mas ela é salva por Skinner Sweet, que a transforma nesse novo tipo de vampiro, o “vampiro americano”. Sweet, que era um fora da lei, é o primeiro “vampiro americano”, e sua história é contada na narrativa do King, que se começa em 1880, no Velho Oeste. Após ambas transformações, eles partem em busca de vingança, e muito sangue vai correr, tanto sangue humano quanto sangue dos vampiros europeus, explico: Os vampiros europeus se consideram superiores e tentam exterminar essa nova “praga”, mas os nascido nos EUA são muito mais poderosos, podendo ate andar a luz do sol.

 Todo esse poder gera um problema: há uma falta de drama. Os europeus são massacrados um a um, e você logo percebe que eles não tem a menor chance contra os americanos. Principalmente na história do King: Skinner Sweet é um fodão, aliás o personagem é ótimo, sem escrúpulos, sai matando quem encontra pelo caminho, inclusive dizimando toda uma vila de pessoas inocentes, e o roteirista deve ganhar crédito nisso, nos fazer gostar de um personagem tão violento assim. Mas, voltando, por ser tão poderoso, o leitor apenas espera pelo próximo massacre dele, espera pela próxima morte horrenda, espera pela próxima cabeça arrancada ainda ligada à coluna vertebral, apesar de ser legal (muito legal, principalmente para os fãs do gore), ainda falta algo.

Skinner Sweet
Skinner Sweet

O único que parece poder enfrentar Skinner é o homem da lei Jim Book. O personagem de Jim vai passar sim por um drama, principalmente no ultimo volume do arco (o quinto), intitulado “Se a tua mão te faz pecar, corte-a”, onde sua moral e ética vão ser postas a prova. É interessante dizer que a história do King é narrada por um escritor que é amigo de Jim Book e o acompanhou na sua jornada. O escritor lançou um livro chamado “Sangue Ruim”, sobre Skinner, e anos depois, já em idade elevada, ele decide relançar o livro e afirma que essas criaturas horrendas realmente existem. Sabe em que ano ele relança? Em 1925, onde se passa a narrativa do Snyder, e essa conexão entre as duas histórias é umas das coisas mais interessante. Na narrativa do Scott Snyder, Skinner também aparece, mas como coadjuvante. A protagonista, como eu já disse, é Pearl Jones. É muito legal ver a transformação dela, e melhor ainda, a sua vingança contra os europeus que quase a mataram.

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A série tem muito potencial, principalmente por mostrar esses vampiros no contexto da história dos EUA, a Hollywood dos anos 20 (pré-depressão) e Velho Oeste. O Snyder continua nessa “vibe” nos próximos arcos, agora sozinho. Estou muito interessado em ver esses vampiros em outras épocas, e também como a história vai ser contada agora, já que teremos só uma história. Quero ver mais ligações entre esses personagens, e voltarei em breve para escrever sobre o segundo arco.

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Jonathan De Assis
Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.
Jonathan De Assis

Jonathan De Assis

Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.

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