3×4: Oswaldo Montenegro faz show inesquecível em Natal

As cortinas cerradas do Teatro Riachuelo se abriram às 21h do dia 29 de março para um show icônico, “3×4”, do cantor  carioca com sua barba e cabelos grisalhos subiu ao palco acompanhado do trio Sérgio Chiavazzoli (bouzuki e bandolim), Madalena Salles (flauta e gaita) e Alexandre Meu Rei (violão). Todos em seus lugares, plateia atenta ao palco e eis que a apresentação tem início.

O show foi dividido em quatro blocos. No palco, Oswaldo cantou as músicas mais alegres de sua carreira como compositor, unindo trechos de melodias e canções famosas de Vila Lobos, Bach, Waldir Azevedo, Patápio Silva e Vivaldi. Confesso que tive certa dificuldade em anotar o nome de todas as músicas, uma vez que ele “emendava” uma música na outra,  não dando tempo sequer pro público piscar os olhos e readquirir fôlego.

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Show 3×4 de Oswaldo Montenegro no Teatro Riachuelo (Fotos: Regina Azevedo)

Enquanto eu gastava todo o meu bloco de anotações a fim de escrever os títulos de todas as músicas, sim, em uma tola tentativa, eis que o segundo momento do show tinha início. Sucesso eram desfilados aos ouvidos dos mais atentos ouvintes, foi o êxtase de alegria e de coros no Teatro. No repertório, inúmeros sucessos de Montenegro novamente “emendados” uns nos outros, como se fossem uma única canção. “Vamos Festejar” e “Eu quero Ser Feliz Agora”, foram algumas das mais cantadas.

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No terceiro momento do show, que a essa altura ganhava tons teatrais, com trocas de figurino, o palco dividia-se entre duo, trio e quarteto. O lado “bluesman” de Oswaldo apareceu. O seu guitarrista e também produtor da turnê, Alexandre Meu Rei, com seu cabelo comprido e seu ar rock and roll tocou violão como se fosse um lapsteel. Oswaldo narrou causos do seu primeiro concerto de blues, ele ficou fascinado com a performance do americano que tocava com toda a marra do mundo seus desamores e infortúnios vividos. De modo descontraído, músicas de blues foram tocadas nessa parte do show.

O grande final pedia audições ao público, correto? Oswaldo não se importou de aceitar os pedidos da plateia e “mandou bala”, como diz o ditado nordestinês, cantando os pedidos do público. “Bandolins”, “Condor” e finalizou coroando a épica apresentação, para um público pra lá de entregue, “Vamos Festejar”.

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Fotos: Regina Azevedo

Eu diria que fãs e não fãs de Oswaldo Montenegro saíram inebriados do Teatro Riachuelo. Pontual e simpático, o músico achou tempo para contar causos à plateia sobre sua vida nos tempo que morava em São João da Boa Vista (cidade paulista que fica na divisa entre São Paulo e Minas Gerais). O carioca de cabelos grisalhos e poesia densa e intrincada não poupou talento e nem carisma, fez um dos shows mais valorosos e interessantes a que já assisti nos últimos anos. Os gritos de “Bravo!” e a ovação do público foram totalmente justificáveis.

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Leila de Melo
Uma míope quase sempre muito atrasada, cinéfila por opção, musicista fracassada e cronista das pequenas idiotices da vida. Pra sustentar suas divagações é jornalista, roteirista e fotógrafa.
Leila de Melo

Leila de Melo

Uma míope quase sempre muito atrasada, cinéfila por opção, musicista fracassada e cronista das pequenas idiotices da vida. Pra sustentar suas divagações é jornalista, roteirista e fotógrafa.

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