4 filmes para todo indie assistir

Definir o que seja um  indie é muito complicado, talvez até impossível. A principal identificação é o estilo musical, muito variado, mas que busca problematizar questões pertinentes à juventude, como a explosão de sentimentos; descobertas sociais, ideológicas e sexuais; a vontade de se tornar independente; achar que nessa fase temos certeza de tudo e medo de nada.

Buscando trabalhar todas esses questionamentos, o cinema é um grande porto para todas essas discussões, ampliando opiniões e mostrando diferentes pontos de vistas para qual seja sua interrogação interna. Muitos diretores já se tornaram queridinhos dos jovens por trabalharem com esses temas e outros que também se aventuraram por esse caminho tortuoso produziram obras sensacionais.

Eis que selecionamos uma lista de 4 filmes que buscam jogar na roda de discussão todo problema, tabu e dúvidas que nós jovens enfrentamos todos os dias, além de conciliar trilhas sonoras inspiradoras.

1. INQUIETOS (2011)

restless_xxlgEnfrentar a morte é um dos grandes desafios da humanidade e um grande tabu também, pois desde pequenos nos dizem para vivemos contra esse fim, sem nunca nos mostrar outras perspectivas do que seja a vida, de como viver, sobre o que é a morte afinal de contas. O filme não muda de quesito quando falamos das obras do diretor Gus Van Sant, sempre muito perspicaz e visceral ao fazer seus personagens amadurecerem através das perdas.

A fotografia gélida de Harris Savides dá o tom de idílio e é de uma beleza à parte na obra fílmica. Os personagens frequentam lagos, campos e florestas atrás de um mundo natural que os chama intensamente para uma realidade efêmera. A trilha fica pela de Danny Elfmam e o roteiro por Jason Lew.

2. O CLUBE DOS CINCO (1985)

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Filmado na efervescência dos anos 80, O Clube dos Cinco se tornou um clássico do cinema pela sua grande repercussão na época, como também pela abordagem perfeita sobre as tribos que marcam a micro sociedade que a escola representa. Refletindo seus questionamentos até até hoje, o filme de John Hughes cumpriu muito bem seu papel: discutir de forma sociológica as organizações sociais que existem em todas as escolas e que comungam de gosto musical, ídolos, roupas e acessórios para formar suas identidades.

3. SUBMARINE (2010)

submarine-posterDelicado, mas ao mesmo tempo bem humorado, o filme de Richard Ayoade é uma ode a transição mais complicada da fase humana, a adolescência. Adaptação do livro de Joe Dunthorne, Submarine nos mostra a visão das excentricidades que a passagem da infância para a juventude traz a todos, seja no comportamento, na explosão de pensamentos que se chocam uns com os outros, ou a forma mais visível dela, a mudança corporal. Se identificar diante de tantas transformações e se adaptar a visão de um novo mundo sem muita inocência é uma tarefa árdua que o diretor soube muito bem trabalhar. Um dos grandes destaques da obra com certeza é a trilha sonora produzida por Alex Turner, vocalista e guitarrista da banda Arctic Monkeys, que esta sim é de uma delicadeza extrema. A trilha sonora produz uma ambientação completamente diferente neste filme, pois acompanha o ambiente bucólico e solitário do litoral do País de Gales.

4. AMORES IMAGINÁRIOS (2011)

cartaz1Atacando de forma ferrenha o sentimento,  Xavier Dolan dirigi uma obra de valor e discussão admirável, pois estabelece um diálogo profundo e intenso sobre a linha tênue que separa a amizade da paixão. E quando isso se desenvolve em um trio? Xeque-mate. É apostando na destruição de uma relação para que outra possa surgir, mais forte e mais segura de si, que o diretor provoca o espectador numa narrativa rápida, mas sem perdas na compreensão. A sexualidade é o fator principal, atribuindo a ela papel de antagonista de si própria. Amor emburrece, já diziam os poetas. E o sexo é o complemento do amor, mas as vezes o complemento atrapalha e só assistindo o filme para entender isso. A fotografia é impecável, graças ao detalhismo do diretor.

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Gustavo Nogueira
Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.
Gustavo Nogueira

Gustavo Nogueira

Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.

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