8 1/2, de Fellini: O maior clássico do diretor

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Meu começo com Felinni foi bem difícil.  Vi “Julieta dos Espíritos” pela metade, vi ” E la nave va” também pela metade.  Com 8 1/2, a história foi parecida. Nas duas primeiras tentativas de ver o filme, fiquei pela metade dele, só na terceira vez consegui chegar ao seu final, e pude perceber toda sua qualidade. Mas nessas tentativas várias coisas haviam me impressionado, como a sua sequência inicial, que, aliás,  eu havia visto uma homenagem a ela na sequência inicial de “Um Dia de Fúria”. Sem mais delongas, assistam à cena:

A sequência é um pesadelo do protagonista Guido, interpretado pelo galã Marcello Mastroianni, um diretor de cinema que está com diversos problemas na produção do seu filme. Toda a claustrofobia da cena demonstra toda a pressão que ele está sentido. “Quantas cenas o filme vai ter?”, pergunta uma das atrizes do filme a Guido. “Cinco”, ele responde. “Cinco?”. O diretor sofre pressão do produtor, que Guido também deixa às cegas; tem ainda a questão da sua mulher e a amante, misturando  lembranças do passado  com ficção, e uma bela moça (Claudia Cardinale) que atormenta seus pensamentos, ou seja, haja pressão!

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8 1/2 sempre aparece nas listas dos melhores filmes feitos, nas famosas listas da Sight and Sound, que a cada dez anos são renovadas. O longa de Felinni aparece , nesta edição de 2012, em 10° lugar na lista dos críticos e em 4° (!) na lista dos diretores. O mote de falar de um deles explica a posição elevada que ocupa, atrás apenas de Tokyo Story, 2001: Uma Odisseia no espaço e Cidadão Kane. E pra você ter uma ideia, saca só alguns dos diretores que votaram no longa: o genial Martin Scorsese, o brasileiro Walter Salles , Woody Allen e o mexicano Guilermo del Toro, tá bom ou quer mais? O longa ainda venceu dois Oscars, melhor filme em língua estrangeira e melhor  direção de arte (em preto e branco).

A câmera de Fellini sempre está em movimento, ele baila com ela. Quando ele está mostrando algo ao fundo, de repente algo entra em primeiro plano, mudando totalmente o nosso olhar. Ele conduz o espectador de forma elegante, e conduz seus personagens de forma sofisticada também. Ele os faz bailar como a câmera. É interessante notar como Fellini introduz as personagens femininas em cena: ela vem andando com a cabeça baixa se aproximando da câmera, então se revelam olhando pra ela. Ou como na primeira aparição de Cardinale, descalça correndo pelo campo, como num sonho.

Saca só esse material gráfico do filme:

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Jonathan De Assis
Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.
Jonathan De Assis

Jonathan De Assis

Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.

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