8 motivos para amar José Saramago

Há muitos motivos para amar alguém. Para amar alguém como o Saramago, motivos não faltam. Mas, no intuito de convencê-los que além de um escritor incrível, ele também foi uma pessoa única, separamos 8 razões para motivar a leitura de suas obras e saber um pouco mais sobre a sua trajetória.

1 – Ganhador do Prêmio Nobel e Camões

3 anos depois de ganhar o Prêmio Camões, mais importante da Língua Portuguesa, em 1995, a Academia anuncia em 98 que Saramago é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, primeiro concedido a um autor de Portugal. Assim, foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

2 – Defesa dos Direitos Humanos

Muito além de escritor, Saramago lutou pela dignidade das pessoas na busca da garantia dos Direitos Humanos. Sua fundação, mantida após o seu falecimento, assume a responsabilidade de realizar suas atividades como norma de conduta, tanto na letra quanto no espírito, a Declaração Universal dos Direitos Humanos:

“ Viajei pelos cinco continentes, oferecendo conferências, recebendo graus acadêmicos, participando em reuniões e congressos, tanto de carácter literário como social e político, mas, sobretudo, participei em ações reivindicativas da dignificação dos seres humanos e do cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos pela consecução de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade absoluta, e não o comércio ou as lutas por um poder hegemônico, sempre destrutivas.”

3 – Escrita única

Sua escrita controversa mantém e afasta alguns leitores ao redor. Particularmente, acho de uma poética incrível que ele não use artifícios comunicativos que estabeleçam os diálogos. As falas no meio das frases deixam que o leitor interprete por conta própria até onde foi necessário se comunicar e o que foi apenas imaginado pela personagem. Não é fácil gerir nem digerir os parágrafos enormes e a falta de pontuação habitual, mas com o tempo, vê-se que a delicadeza da história está diretamente ligada a sua narração confusa.

4 – Aproximadamente 53 obras

Escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta, Saramago nos deixa de herança sua diversificada capacidade literária de contar história em todos os gêneros possíveis. Não é possível não gostar de ao menos uma!

5- … dentre elas, Ensaio sobre a Cegueira…

“Ensaio sobre a cegueira” é o romance mais conhecido do José Saramago aqui no Brasil. Publicado em 1995, foi o meu livro de estréia ao mundo do escritor português. Recomendo a leitura apaixonante, em que se corre para saber o final da história e recua para não se desprender da obra. A epidemia da cegueira foi uma das literaturas mais sensíveis e brutais já feitas, ainda que paradoxalmente. O próprio Saramago alerta: “Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso”.

6 – … a qual o fez chorar quando viu sua adaptação ao cinema (own!)

Produzido pelo Japão, Brasil e Canadá, o filme é dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, e abriu o Festival de Cannes de 2008, sem deixar a desejar pra obra literária.

7 – Era amigo de Fernando Pessoa

“Era um homem que sabia idiomas e fazia versos. Ganhou o pão e o vinho pondo palavras no lugar de palavras, fez versos como os versos se fazem, como se fosse a primeira vez. Começou por se chamar Fernando, pessoa como toda a gente.”

(Fonte: http://caderno.josesaramago.org/4841.html)

Ricardo Reis, do seu livro “O ano da morte de Ricardo Reis”, era heterônimo do poeta Fernando Pessoa, que também é referência em outras obras do Saramago.

8 – Simplesmente porque ele é o José Saramago

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Natália Noro
Faz Comunicação por amor há quase 2 anos. É péssima em escrever sobre si mesma, mas escreve por ser sozinha e o assunto que melhor conhece, ademais, adora parafrasear Frida Kahlo. Ainda não sabe o que quer com o Jornalismo além de mudar o mundo – e talvez nunca saiba. Enquanto isso, sua experiência se resume em títulos, metáforas e trocadilhos geniais nunca publicados.
Natália Noro

Natália Noro

Faz Comunicação por amor há quase 2 anos. É péssima em escrever sobre si mesma, mas escreve por ser sozinha e o assunto que melhor conhece, ademais, adora parafrasear Frida Kahlo. Ainda não sabe o que quer com o Jornalismo além de mudar o mundo - e talvez nunca saiba. Enquanto isso, sua experiência se resume em títulos, metáforas e trocadilhos geniais nunca publicados.

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