Imaginem um carnaval com a presença de figuras cinematográficas como Darth Vader, Princesa Leia, o Coringa, Peter Pan e muitas outras. Juntem a isso a execução de grandes trilhas do cinema mundial sob a batida e swing de ritmos brasileiros como o coco, o maracatu e as famosas marchinhas. Qualquer cinéfilo piraria com essa possibilidade de carnaval, não?
No Rio de Janeiro, um grupo de amigos músicos apaixonados pela sétima arte formaram o Cinebloco, brass band temática inspirada nas tradicionais fanfarras francesas que não apenas no carnaval, mas durante o ano inteiro, proporciona ao seu público uma viagem musical ao mundo do cinema através do seu teatral e performático show.
Boa parte dos músicos do Cinebloco compõe o cenário musical carioca, como a Orquestra Voadora, Sargento Pimenta, BNegão & Seletores de Frequência e Turmalina. E a equipe d’O Chaplin, em entrevista, conversou com o diretor musical do grupo, Guilherme Carrera, para saber mais sobre essa maravilhosa ideia:
Como surgiu a ideia do projeto Cinebloco?
O grupo surgiu em 2012, quando o Kalil (trombonista do grupo) me falou de sua ideia de montar uma fanfarra que só tocasse músicas de filmes. Perguntei se poderia fazer os arranjos e assim, sem muita pretensão, fomos juntando músicos para formar o grupo, que agora virou um monstro de 15 cabeças e vida própria!
Pela pesquisa de informações acerca do grupo, é possível notar que influências como as fanfarras francesas e o modelo típico de “Brass Band” de Nova Orleans estão presentes no formato de vocês. Podemos afirmar que o Cinebloco seria a junção destes dois formatos?
Por causa da formação de sopros e percussão, é impossível não sermos influenciados pela cultura riquíssima das fanfarras tradicionais! Mas como a música de cinema é muito diversificada, acabamos tendo influências desde Ramones até Richard Strauss. Hoje, o formato da fanfarra está muito vivo e existem grupos incríveis fazendo todo o tipo de som, tanto no Brasil como no exterior!
Vocês conseguem inovar e unir elementos que enriquecem o grupo, como a execução de trilhas do cinema e a mistura de elementos musicais tipicamente brasileiros como o maracatu e o coco. Isso se deve a necessidade do renascimento do carnaval cultural de rua do Brasil?
Acho que vem mais de uma necessidade de se divertir do que de qualquer outra coisa! A mistura de músicas de cinema sérias e solenes, como a do Poderoso Chefão, com ritmos alegres cria um contraste divertido, além de evocar lembranças com cheiro de pipoca.
O Cinebloco desempenha algum projeto social?
Estamos apoiando o projeto do Hemorio de mobilizar 1.000 doações no dia 01 de fevereiro. Pretendemos fazer um show na Praça da Cruz Vermelha para promover a conscientização da doação de sangue.
No repertório de vocês há clássicos dos filmes “2001: uma odisséia no espaço”, “O poderoso chefão”, “Guerra nas estrelas” entre outros, bem como a caracterização dos músicos de acordo com personagens do cinema. Como o repertório e o figurino são escolhidos?
Nós definimos que as músicas têm que ser conhecidas do grande público e remeter diretamente a algum filme. Com o tempo, começamos a incluir também músicas menos pop, como Amarcord, de Nino Rota e A Shot in the Dark, de Henry Mancini. Os figurinos são escolhidos por cada músico, e acabam gerando cenas relacionadas com seus filmes, como o Darth Vader enforcando o maestro e o Don Corleone fazendo uma “limpeza” na banda…
Este ano qual a agenda de vocês para o carnaval? E o que esperar do Cinebloco?
Nossa apresentação oficial será na segunda-feira na Praça Luiz de Camões, na Glória. A concentração está marcada para 17h! Além disso, vamos tocar sábado em Roraima e domingo no palco dos Arcos da Lapa. Garantimos um show super animado, que vai misturar projeções dos filmes junto com as trilhas além de músicas e figurinos novos!
Abaixo, teaser do Carnaval do Cinebloco:
Mãe de Maria Anita, advogada por formação, na poesia tem um pé, na música o coração.