A resenha de hoje é totalmente dark, sombria, das trevas. Vamos falar de vampiros! Mas não se iluda. Não são quaisquer vampiros. Estes são os verdadeiros vampiros, que nasceram com As Crônicas Vampirescas de Anne Rice. Esqueça tudo que você sabe dos filmes de terror antigos, dos perigosos dos vampiros predadores que tem medo de cruzes e alho, do Conde da Transilvânia que se transforma em morcego (e não é o Batman), dos vampiros que são caçados pela “Buffy”, dos sentimentais bebedores de True Blood e, obviamente, dos que chamam de vampiros em Crepúsculo. Entrevista com o Vampiro é o primeiro livro das crônicas vampirescas e Anne Rice vai te mostrar o que são, de verdade, o vampiros.
Pra começar, quem é essa tal de Ana Arroz Anne Rice? Na verdade, Howard Allen Frances O’Brien, conhecida pelo pseudônimo de Anne Rice, nome pelo qual é tratada desde seu primeiro dia de aula. Ela é americana, nascida na década de 40 e internacionalmente conhecida e premiada por sua literatura gótica e por criar a linha sucessória mais realista de vampiros já lida.
Sabemos, claro, que não foi Anne que criou a lenda dos mortos que bebem sangue. Muito antes de seu nascimento, a lenda já era viva com o Conde Drácula, livro de 1897, do irlandês Bram Stoker. Entretanto, ela os “trouxe à vida”, por assim dizer. Criando toda a realidade vampiresca nos mínimos detalhes, ela conseguiu amarrar todas as pontas e mistérios que as lendas de vampiros nunca souberam explicar. Mesmo as demais adaptações dos contos originais citam os vampiros de Rice, por terem suas histórias tão bem detalhadas e desenvolvidas.
As narrativas dos livros de Anne Rice são completamente “fora de ritmo” e se passam, em boa parte, em séculos passados. Ler suas crônicas é como achar as peças de um quebra-cabeças. No início, é tudo muito claro, mas, aos poucos, as peças começam a ficar soltas e, só com o tempo, o leitor consegue encaixar cada uma delas, vendo como combinam perfeitamente, trazendo uma imagem final completamente inesperada e tão clara quanto bela.
Suas crônicas começam por Entrevista com o Vampiro, de 1976. Talvez você não tenha lido o livro – que é sempre muito melhor – mas provavelmente viu o filme. O romance foi adaptado para o cinema e lançado em 1994 com alguns dos maiores nomes de Hollywood da década de 90, como Brad Pitt (Louis), Tom Cruise (Lestat), Antônio Banderas (Armand), Kirsten Dunst (aos 12 anos de idade, como Cláudia), Christian Slater (Daniel, o repórter) e tantos outros grandes atores e atrizes.
Pra quem não teve contato com Entrevista com o Vampiro, o livro conta, nos anos 70 (atuais na época do lançamento), a história de como Louis de Pointe du Lacse tornou-se vampiro numa América do século XVIII, o Novo Mundo. Sua história trata muito mais de saber que existem criaturas da noite do que entendê-las. E é assim que se desenrola, tanto o livro quanto o filme. Acompanhamos a história de um protagonista extremamente observador que, ao longo dos anos, aprende o que é ser um vampiro, suas sensações, poderes e habilidades.
Ainda “mortal”, após sofrer uma perda terrível e entrar em depressão, o rico fazendeiro de 24 anos é feito vampiro em 1791 por Lestat di Lioncourt, um vampiro de mais de um século que sai da Europa para se redescobrir na América. Apesar de discordâncias, a dupla passa a viver junta e Lestat ensina tudo que sabe ao seu aprendiz, entretanto, o vampiro mais jovem é um apaixonado pelos humanos, o que lhe acaba trazendo problemas. Num desses momentos de paixão, nasce Cláudia, uma criança de 5 anos de idade que, prestes a morrer por causa da praga – o que acontece com uma criança filha de um vampiro e um humano -, é feita vampira e passa a viver com Louis e Lestat, formando algo que, para ele, se torna uma família. Em razão dos descompassos de Lestat, Louis e Cláudia resolvem fugir para a Europa. É lá onde conhecem Armand – um dos vampiros mais importantes do mundo antigo, até então – que se apaixona por Louis e o separa de sua amada criança. Enfurecido, o jovem volta para o novo mundo e passa a viver sua dor na solidão.
Esta é a introdução (bem vaga) sobre o mundo dos vampiros. É uma história muito mais clássica do que de terror, principalmente porque apresenta um novo contexto vampiresco muito bem detalhado: cheio de comportamentos e reações, além de uma nova caracterização dos vampiros clássicos que, agora, passam a ser elegantes, e não demonizados.
No entanto, o próximo livro da série, O Vampiro Lestat, é muito mais intenso. Não é à toa que Lestat se torna uma espécie de herói para a autora e é citado em todos os livros. No segundo volume das crônicas, todos os detalhes e mistérios do mundo dos vampiros são revelados, só que, desta vez, não é só uma biografia, mas também por meio da música. Aguardem!
Um capricorniano perfeccionista, cheio de manias e viciado em séries, filmes, livros, quadrinhos e desenhos animados. Joga búzios, tira cartas, roda o compasso, traz a pessoa amada em três dias e escreve diariamente para a coluna “Extra!” , além de ser Gerente de Marketing e Finanças neste mesmo Bat-Site.