Coletivo natalense propõe um olhar divertido e popular para a poesia

Você já se perguntou como passamos a gostar de algo? Talvez nem mesmo Freud explica como mudamos tanto nossas opiniões e paixões ao longo da vida, embora isso seja louvável. Há casos ainda mais extraordinários, que vão além do passar a gostar de algo: quando a aversão (ou até mesmo o preconceito) se transforma em paixão. No caso do funk, muita gente que balança todo o corpo ao som da mínima batida já emitiu um juízo de valor pejorativo ao gênero musical que nasceu das favelas.

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O mesmo acontece com a poesia. O que escutamos sobre ela é que é chata, antiga, difícil de ler e mais ainda de escrever etc. Os pouquíssimos que experimentam abrir um livro de poemas, ir a um sarau ou até mesmo assistir alguém lendo seus poemas no mínimo mudam a visão sobre o gênero. Passam a ver que poesia não é chato – muito pelo contrário, pode ser até um grande barato.

1918301_997641500316412_2322973703745116787_nUm grupo de jovens poetas de Natal se reúne com o intuito de oferecer esse choque, essa oportunidade de mudar de opinião. É o coletivo DiRocha, que propõe mostrar, no meio da confusão urbana dos que andam de ônibus, dos que vão à praia, dos que simplesmente caminham na rua, que a poesia não é enfadonha, que a poesia está nas ruas, que a poesia é algo vivo e presente em todos os lugares.

São oito poetas fixos no coletivo: Gonzaga Neto, Gessyka Santos, Bruno Soares, Ana Mendes, Igor Barboá, Leocy, Guilherme Henrique e Luna Clara, que estarão presentes num fanzine distribuído gratuitamente de forma digital e física, além das intervenções realizadas nos mais diversos ambientes. A cada edição do fanzine, mais dois poetas serão convidados.

Eles contam que a inquietação para criarem o coletivo surgiu com a vinda de Luna Clara para a capital potiguar. “Ela trouxe alguns zines de coletivos lá do Rio de Janeiro e presenteou alguns de nós. Isso nos ‘incomodou’ de certa forma – não entendíamos porque não estava rolando algo assim por aqui.” Sobre a cena cultural de Natal, Igor Barboá complementa: “É preciso entender que a categoria de artista compreende um ofício, uma profissão. Como potiguares, precisamos reconhecer nossas artes, nossas múltiplas identidades e valoriza-las.”

O grupo já lançou seu primeiro fanzine e está a todo momento nas ruas, distribuindo-o e também recitando poemas. Você pode acompanhá-los aqui.

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Regina Azevedo
Poeta, estudante de Multimídia, formada no curso FIC de Roteiro e Narrativa Cinematográfica pelo IFRN, apaixonada por História da Arte e fotografia.
Regina Azevedo

Regina Azevedo

Poeta, estudante de Multimídia, formada no curso FIC de Roteiro e Narrativa Cinematográfica pelo IFRN, apaixonada por História da Arte e fotografia.

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