O ator Chadwick Boseman, que esteve nos longas “Pantera Negra”, “Vingadores: Guerra infinita” e “Vingadores: Ultimato”, chega com o papel principal de “Crime sem saída”, um filme policial que tem como ponto de início um crime de roubo e assassinatos, mas que esconde algo maior por trás: a corrupção em uma delegacia de polícia.
O inspetor de polícia Andre Davis (Boseman), é chamado para investigar um crime cometido pela dupla de bandidos Ray (Taylor Kitsch) e Michael (Stephen James), que foram roubar possíveis 30 kg de cocaína em um estabelecimento. O problema é que, ao chegar no local, tiveram uma surpresa dupla, já que os 30 na verdade eram 300 kg, e ainda foram surpreendidos com a chegada de alguns policiais. A solução encontrada foi pegar uma parte da droga e matar os policiais para conseguir fugir.
A partir desse momento, entre o final do 1º ato, e o início do 2º, os problemas começam a ficar mais evidentes. Logo no início do filme, há uma cena em que o inspetor Davis está em uma audiência na corregedoria de polícia, onde é questionado sobre alguns assassinatos que cometeu. Durante o filme, outros personagens citam essa situação, questionando o inspetor, mas praticamente não há respostas concretas para o porquê, e principalmente, como se chegou a essa situação, tornando uma ponta solta, que no fim das contas acabou ficando sem resposta. O próprio roteiro também não contribui tanto para o bom desenvolvimento dos personagens. Frases curtas, discussões rápidas e previsíveis, e nas poucas cenas em que há um diálogo mais amplo, a sensação de que aquilo deve acabar rápido fica mais evidente.
Por falar em rapidez, esse é um problema bem evidente do longa. O desfecho da maior parte das situações se dá de maneira bem apressada, dando um andamento veloz a trama, em uma clara sensação de que aquilo tem que acabar logo, mesmo que os fatos fiquem mal explicados, e as coisas se resolvam apenas causando algumas mortes, para que não se chegue à conclusão do “quebra-cabeça”, que acaba sendo exposto como o problema principal da trama, a corrupção de alguns agentes da 85º delegacia de Manhattan.
“Crime sem saída” não traz nada de novo, utiliza de alguns clichês do gênero policial, acaba dando uma resolutiva rápida e desanimadora, não valendo muito a pena pagar o ingresso para vê-lo, a não ser que você esteja em uma sala de cinema com uma boa qualidade de som, já que pelo menos essa parte é bem feita.
Graduado em Comunicação Social(UFRN), vai do rock ao samba, do Poderoso Chefão a Toy Story, como cantava Adoniran Barbosa, “Deus dá o frio, conforme o cobertor”.