De quando vivenciei a realidade virtual

Não é de hoje que o termo “realidade virtual” aparece nas telas do cinema, nas sinopses de jogos eletrônicos e até na sua lista de favoritos da Netflix. Vivenciar um universo paralelo que por vezes se confunde com a realidade em sentidos e reações tornou-se objeto de curiosidade de muitos nos últimos anos. Pois bem. Não é de surpreender que eu, como boa cinéfila, intrigada por qualquer super tecnologia audiovisual e curiosa convicta, tenha me sentido atraída e inclinada a conhecer de perto o Simulador de Realidade Virtual 9D, localizado na Praça de Eventos do Natal Shopping.

Aproximei como quem não quer nada, conversa vai, conversa vem, topei o desafio de entrar em uma mistura de “barca” e “kamikaze” virtual. “Omi, pegue leve que eu sou frouxa”, implorei, antes de colocar os óculos que me transporiam da realidade para um parque de diversões virtual. A realidade é que eu estava sentada numa poltrona confortável, em formato oval, imune a qualquer adversidade à minha segurança. Mas por três (cinco, dez, uma eternidade) minutos meus sentidos me enganaram ao ponto de eu agarrar os apoios do equipamento com todas as forças, depositando ali qualquer perspectiva de vida.

Não vou adentrar na questão dos gritos. A julgar pelas gargalhadas que eu escutava no background da minha mente, eu deveria estar parecendo absolutamente ridícula, urrando por socorro em um prédio fechado, com dezenas de seguranças no entorno, enquanto o Papai Noel ouvia os pedidos das crianças que se comportaram durante o ano a apenas 20 metros de distância.

Sobre o que, de fato, interessa. O simulador funciona de forma a provocar uma imersão de quase todos os seus sentidos em uma “realidade virtual”, por mais paradoxal que o termo possa soar. Ou seja, você olha para todos os lados e só enxerga um universo diferente em 360º. Você sente o frio na barriga de acordo com o que acredita estar vivendo. Outros sentidos menos apurados mas que corroboram para a imersão são audição (a realidade vivenciada tem um áudio próprio) e o senso de movimento. Sincronizado com o vídeo, o equipamento sacode e se move de forma a fazer você acreditar que está numa experiência real.

No entanto, foram os alertas de “Não feche os olhos!” que me fizeram disgnosticar o sentido responsável por traduzir a maior parte do código de todas aquelas sensações. Experimentei fechar os olhos por dois segundos e tive um curto momento de paz, com a mente entendendo que aquilo não passava de um jogo e que eu estava num ambiente seguro e confortável. O lapso de sensatez, no entanto, só se manteve firme até travar novamente o contato entre retina e óculos.

O Simulador de Realidade Virtual 9D é uma tecnologia para aqueles que querem experienciar emoções em primeira pessoa. Não sei se seriam uma boa ideia para filmes, por exemplo, visto que o voyeurismo faz parte da magia do cinema. No entanto, mal consigo imaginar o quão fantástico deve ser para o gamers (sãos de coração) inserirem essa inteligência em suas jogatinas.

O simulador está acessível aos natalenses graças à empresa Infinity Game Experience, responsável por trazer as máquinas da China para a terra de Poti. As simulações variam entre montanha-russa, viagem ao espaço, mergulho ao fundo do mar, pêndulo aéreo, parque dos dinossauros, sustos aterrorizantes e até o voo nas costas de um dragão. Pode ser um perigo para os de coração frágil. Ao restante, recomendo enormemente a experiência. Para todos os efeitos, fica a dica a quem deseja viver novas  (e seguras) aventuras neste final de ano.

SERVIÇO

Simulador de Realidade Virtual 9D
Local: Praça de eventos do Natal Shopping, em frente à Central do Carnatal
Período: Até o dia 31 de janeiro
Ingressos: R$ 10 (segundas e terças-feiras) e R$ 15 (de quarta a domingo)

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Andressa Vieira
Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora deste site.
Andressa Vieira

Andressa Vieira

Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora deste site.

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