Saíram os indicados ao Emmy Awards 2015. Game of Thrones novamente lidera o número de indicações, 24 no total – quatro a mais que no ano anterior. Em seguida vem American Horror Story: Freak Show com 19.

Game of Thrones (HBO) concluiu seu quinto ano com bastante crítica do público quando ousou com uma temporada que se afastou dos livros e principalmente ter seu grand finale na morte (e possível não ressurreição) de um de seus mais queridos personagens. Isso causou a fúria de muitos e o choque de todos.
Como fã da série reconheço seu maior defeito não com a morte daquele-que-não-deve-ser-nomeado por motivos de spoiler (vai que alguém ainda não viu) e sim na falta de dinamismo do enredo. Pode ser que tudo faça parte de como os produtores D.B. Weiss e David Benioff enxergam e interpretam o que pode ser o seu estilo. Seja como for, já se tornou típico da trama a aposta em temporadas inicialmente lentas e que rastejam para uma season finale onde absolutamente tudo acontece.
A estratégia em um desfecho emocionante e trágico com a finalidade de prender a atenção do público para a temporada seguinte funciona, e muito bem, pois aqueles que resistiram a cinco episódios de profundo marasmo dizendo que jamais voltariam a ver o show terão curiosidade em descobrir o que vem a seguir, que é maior do que qualquer perda.
O problema é quando eles não chegam até o último episódio e desistem quando tudo ainda está um marasmo. A quarta temporada, todavia, conseguiu fazer funcionar, equilibrando os momentos de calmaria com os de ação quase que o tempo todo e ainda reunindo elementos suficientes da versão literária para satisfazer até os mais radicalistas fãs (ou alguns deles) e por esse motivo é a minha temporada favorita até o momento. Infelizmente durante a quinta houve essa regressão.
Independente disso, Game of Thrones continua sendo um enorme sucesso. Dentre as principais indicações estão: melhor série de drama, elenco, ator e atriz coadjuvante para Peter Dinklage, Lena Headey e Emilia Clarke. O prestígio do show coroa o grande momento da HBO que bateu seu recorde de indicações este ano, foram mais de 120.

Confesso que nunca havia me interessado por American Horror Story (FX). Os poucos vídeos promocionais que vi não me venderam uma boa impressão e segui sem assisti-lo até pouco tempo atrás. Há alguns meses devorei as quatro temporadas e agora entendo o motivo do sucesso. O horror se concentra em dois elementos que estão virando tendência nas tramas, poucos episódios e histórias antológicas que mudam a cada nova temporada.
No caso específico de AHS, o desafio está em se reinventar a cada ano com praticamente o mesmo elenco (a primeira grande renovação deve acontecer somente agora com a quinta temporada), tarefa inglória para toda uma equipe.
Das mentes por trás do roteiro, passando pela direção de arte e chegando ao elenco, muito competente por sinal. Falando nele, o destaque óbvio vai para a veterana Jessica Lange que brilhou a cada nova temporada – me pergunto como a série irá se virar sem ela – e o jovem Evan Peters.
Embora não tenha sido indicado, ele merece ser lembrado. O ator deve muito ao show que não apenas o revelou, como mostrou todo o seu potencial, destaque para o seu impressionante desempenho na primeira temporada como o perturbado Tate, temporada essa que é de longe a minha preferida.
Dentre as 19 indicações, American Horror Story: Freak Show emplacou nas categorias de atuação, destaque para Jessica Lange como melhor atriz. O show também foi indicado a Melhor Minissérie, Elenco e Direção.
Outros títulos que receberam destaque foram a minissérie Olive Kitteridge (HBO), com 13 indicações, os dramas Mad Men (AMC) e House of Cards (Netflix) com 11 indicações e as comédias Transparent (Amazon) também com 11 indicações, Veep (HBO) com 9 indicações, e Silicon Valley (HBO), com 7 indicações.
Vale lembrar que Transparent venceu o Globo de Ouro 2015 como melhor série cômica e tem tido excelentes críticas. A maior surpresa ficou a cargo de Orange is The New Black (Netflix) que deixou a categoria cômica e agora ocupa a lista de dramas.

Nas categorias de atuação, nenhum nome foi mais comemorado por mim do que o de Tatiana Maslany de Orphan Black (BBC America), finalmente lembrada após dois anos sendo ignorada. Por outro lado o elenco de Penny Dreadful (Showtime) segue esnobado, uma pena.
Falando em esnobar, é preciso falar da ausência sentida por mim (e comemorada por outros) de Girls (HBO) nas categorias cômicas. Ok não sou grande fã, porém a série merecia mais do que Modern Family (ABC) que já saturou, pronto falei! Sobre The Big Bang Theory (CBS), nem reclamo a oitava temporada foi tão fraca que nem Jim Parsons salvou. How to Get Away with Murder (ABC) mais uma vez não teve o reconhecimento que merecia, assim como Daredevil (Netflix/Marvel) que, considerando a recepção extremamente positiva que teve, eu esperava mais do que algumas indicações em categorias técnicas, mas prêmios nunca foram o forte dos super-heróis mesmo.
Também esperava alguma lembrança ao horror de Guillermo Del Toro, The Strain (FX), após sua forte primeira temporada.
A premiação acontece no próximo dia 20 de setembro no Nokia Theater Los Angeles. A lista completa de indicados está disponível no site do Emmy.
19 anos. Estudante de Jornalismo pela UFRN, Fã dos livros e filmes da vida. Meio nerd. Meio Rock N Roll.
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