Os bits por de trás de um gamer: entrevista com Eduardo Benvenuti ou BRKsEDU

Há pouco tempo começamos a por em prática a sessão de games n’O Chaplin, algo de que gostamos muitos e cuja execução nos deixou muito contentes. Mas, a grande questão é: como começar? Lógico que não poderíamos fazer de qualquer forma, tínhamos que começar com algo interessante e que fosse mais a cara do blog. O primeiro tema selecionado foi uma análise dos jogos antigos e atuais mostrando suas diferenças e evoluções. Mas passou pela minha cabeça que precisava de mais, então me veio uma ideia: por que não entrevistar um “Youtuber Gamer”? Um de que todo mundo goste e que seja apaixonado por games para que possa dizer sua opinião sobre o tema e falar um pouco do Youtube, que é algo que está crescendo muito. Assim, depois de feito isso, eu farei minha análise sobre os games atuais e antigos. Então com vocês, Eduardo Benvenuti, ou como todos o chamam, Edu.

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Antes de irmos à entrevista, vamos falar um pouco dele: Edu tem um canal no Youtube,  BRKsEdu, que conta com mais de 1,5 milhões de inscritos. Lá faz vídeos de gameplays dos principais games, seja ele lançamento ou não. Edu começou a fazer esses vídeos há muito tempo e assim como os principais gamers de hoje, e ele foi o responsável por trazer os olhos da network Machinima para o Brasil e investir nesses garotos que estavam fazendo um trabalho bom só como hobbie, sem investimento algum. Hoje temos grandes canais desse gênero graças, em boa parte, a ele.

Um fato sobre Edu é que ele é apaixonado pelo que faz. Ele tem um coleção invejável de games, não tem uma plataforma preferida e tem um apreço muito grande a games antigos, motivos suficientes para ele ser o escolhido para a nossa primeira entrevista, então, vamos lá. Como diria o cara do bigode e roupa vermelha: Here we go!

O CHAPLIN: Edu, você não tem a Arca da Aliança, mas você tem o seu Gaming Room que conta com uma coleção invejável de coisas nerds. Você tem alguma ideia de quantos jogos, quadros e bonecos você tem?

Edu: Olha, não sei dizer ao certo, mas imagino que eu tenha cerca de 300 a 400 jogos dentre todas as plataformas, uns 10 quadros/posters, umas 20 pelúcias e uns 10 bonecos/action figure.

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Essa é só uma parte de seu Gaming Room e realmente é muito invejável.

O CHAPLIN: Você foi o responsável por trazer a network Machinima para o Brasil, convencendo-lhes do potencial que o Brasil tem, então você é importante. Como você avalia o Youtube hoje que é diferente de antigamente e o que você sempre tenta buscar e aperfeiçoar no seu canal? Também, manda uma dica para a galera que vê seus vídeos e de outros gamers e tem vontade de começar um canal.

Edu: Comparando com quando comecei, hoje em dia há muito mais networks aceitando canais brasileiros e portugueses, há muito mais canais criando conteúdo em língua portuguesa, e há muito mais público interessado em assistir vídeos de games no Youtube. Nisso, a plataforma está bastante diferente. Porém, o conceito de como manter um canal não mudou muito, e isso serve de dica para outros canais: precisa-se de um bom equipamento de gravação (placa de captura em HD, microfone), pois o público já está acostumado com boa qualidade de áudio e vídeo, e de bons comentários (divertido, mas ao mesmo tempo informativo). Pontos principais para manter um canal: frequência de postagem (todo dia, toda semana, a cada quinzena, como preferir), qualidade de comentário (falar com ânimo e empolgação, com boa dicção) e engajamento com inscritos (ler e, sempre que possível, responder comentários no Youtube, Twitter, Facebook).

O CHAPLIN: Muitos pensam que os “Youtuber Gamers” jogam toda hora, mas na verdade não é bem assim, você, por exemplo, tem trabalho, tem esposa, tem canal, tem amigos e também quer seus momentos de lazer, mesmo o vídeo game já sendo um grande prazer. Como você distribui seu tempo?

Edu: Eu deixo meu tempo livre pra fazer as coisas que gosto, e incluo gravar os vídeos do canal nisso. Porém, além de gravar vídeos, no meu tempo livre também jogo games que não aparecem no canal (atualmente estou jogando Final Fantasy Tactics), assisto a filmes e seriados (How I Met Your Mother e The Walking Dead atualmente), saio para comer (comida japonesa, fast-food, restaurantes estilo Outback), saio em busca de games retro, às vezes vou correr de kart. Enfim, tento fazer no meu tempo livre coisas que gosto!

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O CHAPLIN: Uma coisa que é fato sobre você é que você é apaixonado por games, de todas gerações, de todos os estilos e tem um carisma enorme pelos antigos dos anos 90 principalmente. Sobre isso, qual a plataforma que lhe marcou, que lhe trouxe mais felicidade, emoção, diversão, que a faz especial e diferente dos outros? E qual ou quais os jogos que você encara como o(s) melhor(es) jogo(s) da sua vida, por não só ser divertido mas por trazer uma emoção diferente dos outros jogos?

Edu: As duas plataformas que basicamente estabeleceram o que curto no mundo dos games, e que mais me marcaram, são: Super Nintendo e Playstation 1. No Super Nintendo, os games de plataforma me marcaram, principalmente, Super Mario World e sua continuação, Yoshi’s Island. Foi no SNES que joguei meu primeiro RPG também: Super Mario RPG. No Playstation 1 eu consolidei minha paixão por RPG’s japoneses, com Final Fantasy VII, Final Fantasy VIII, Final Fantasy IX, Final Fantasy Tactics, Breath of Fire III, Wild Arms, Xenogears, Dragon Warrior VII, Castlevania Symphony of the Night e Alundra, dentre outros. Curti também games de outros estilos no PS1: Resident Evil, Resident Evil 2, Destruction Derby, Crash Bandicoot, Crash Team Racing, Hermie Hopperhead, Croc e Tomb Raider. Obviamente aproveitei muito também outros consoles, mas a base, o fundamento daquilo que curto no mundo dos games esta nos games que citei. Sobre os melhores jogos da minha vida, cito The Last of Us como o número 1. Em seguida, sem ordem definida: Final Fantasy VII, Final Fantasy IX, Final Fantasy Tactics, Castlevania Symphony of the Night, Demon’s Souls, Super Mario Bros 3, Super Mario World, Yoshi’s Island, Banjo Kazooie, Diddy Kong Racing e GTA V. Pode ser que eu esteja me esquecendo de algum game, e sempre que faço uma lista do tipo acabo mudando uma coisa ou outra, mas acho que a mensagem está dada.

O CHAPLIN: Como dito, você tem uma paixão e carisma enorme pelos os jogos antigos, principalmente os dos anos 90. Na sua opinião, qual a diferença dos jogos antigos para os atuais e qual aquele ponto de interseção, aquela receita de bolo que todo jogo segue e deve seguir independente de qual geração ou plataforma ele seja?

Edu: Os jogos antigos eram, salvo exceções, bem mais difíceis que os jogos atuais. Compare o último mundo de Mario 3 com o último mundo de Mario U, por exemplo, e verá que era infinitamente mais cruel zerar Mario 3. Tínhamos no NES também Battletoads, Ninja Gaiden, Double Dragon, Castlevania e diversos outros jogos praticamente impossíveis de zerar sem muita, MUITA dedicação. Acho que os jogos, em termos de dificuldade, ficaram muito bem balanceados na época do SNES/Megadrive e N64/PS1/Saturn. Depois disso, ficaram notavelmente mais fáceis. Digo isso de forma geral, pois há games atuais bem difíceis ainda. Sobre uma receita de bolo, acho difícil dizer com precisão, pois não sou desenvolvedor de jogos, mas diria que um jogo sempre vai precisar de jogabilidade, precisa e de um sistema de progressão (não pode ser difícil logo de cara, deve começar mais simples e ir tornando-se mais complexo).

Se você não conhecia o trabalho de Edu, segue um dos seus vídeos abaixo.

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Davi Dutra
Nerd com orgulho desde pequeninho e estudante na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tem como paixões: cinema, quadrinhos, séries, animes e games.
Davi Dutra

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Nerd com orgulho desde pequeninho e estudante na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tem como paixões: cinema, quadrinhos, séries, animes e games.

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