Festival DoSol: segunda noite mostrou uma maratona de ritmos do Brasil e do Uruguai

Menos instrumental que o primeiro dia e muito mais completo em termos de diversidade musical e de público – devemos frisar –, o segundo dia do Festival DoSol teve um line up bem extenso. Além do horário da abertura, que diferente do primeiro dia começou às 16h, o festival se intensificou e chamou de vez seu público cativo, levando todos a uma overdose de música.

Plutão Já foi Planeta e toda sua delicadeza abriu o dia com a presença dos seus fãs assíduos, valendo lembrar que eles lançaram um disco há pouco tempo e muitos ali presentes já estavam com a letra na ponta da língua para acompanhar a vocalista.  Óperalóki e Red Boots, bem diferentes em seus estilos, cativaram a todos, independentes de suas preferências musicais fazendo todo mundo dançar. Mad Grinder levantou o público, mas o auge desse começo de festival foram os veteranos do Velociraptors, que se incumbiram na tarefa de descarregar sua energia e a dos outros com suas músicas dançantes, uma proposta de rock clássico trazido para o presente.

Circo de Pulgas | Foto: Geni Laís
The Baggios | Foto: Geni Laís

Em seguida, três atrações bem esperadas pelo público subiram em seus respectivos palcos. O Circo de Pulgas, vindo diretamente da terra do nosso queridíssimo Mujica, veio mostrar sua instrumentalidade, carregado de estilos distintos, como a música folclórica uruguaia e até argentina, mesclando com um fundo de samba pra simpatia dos que assistiram essa apresentação. Diretamente de Caruaru, Joanatan Richard veio com um viés um pouco diferente, trazendo no seu violão um rockabilly que contrastou com o dia inteiro. Mas o que abalou mesmo esse início de noite foi apresentação explosiva dos The Baggios, que passaram pelo festival e que neste ano estão comemorando 10 anos de estrada com um set list repleta dos seus maiores sucessos, porém com o dobro de entrega em cima do palco.

Conversamos com Julio Andrade, vocalista e guitarrista do The Baggios, e ele nos contou que essa era sua 2° vez no festival, sendo esta a mais importante, já que este show faria parte da turnê pelo Nordeste em comemoração aos 10 anos da banda. Perguntado sobre suas referências, ele destacou o blues, o rock brasileiro e a MPB, numa levada entre Billy Holliday a Chico Buarque.

Camarones Osquestra Guitarrísticas, mais conhecidos do DoSol impossível, empurraram a noite para uma mistura de tudo o que a velha amiga dos roqueiros pode proporcionar em termos de acordes.  Drakula, Turbo e Jorge Cabeleira e O Dia em que Seremos Todos Inúteis difundiram boa música, cada um em seus respectivos palcos, trazendo aquela diversidade de ritmos, sotaques e referência mencionada anteriormente, pois é pra isso que nascem os festivais independentes. O show do Talma & Gadelha não poderia ter sido mais bonito, numa demonstração de dar a cara à tapa (e a beijos) quando Luiz Gadelha recitou o poema “Safena”, de Elisa Lucinda, e beijou um rapaz no palco. “Preconceitos aqui não passarão!”, só faltou dizer, mas na verdade nem precisava, pois todos entenderam seu recado.

Simona Talma | Foto: Luana Campelo
Simona Talma | Foto: Luana Campelo

Ao fim, levando para o créditos finais desta noite tão intensa, Boogarins, Rapadura Xique-Chico, Fukai e Aldo The Band apresentaram suas set lists, cada um trazendo o melhor de si, para dar lugar as meninas que, com paixão e talento, fecharam o festival. Maíra Salles e Camila Masiso são duas grandes cantoras do próprio estado que todos deveriam conhecer. Repito: todos deveriam conhecer. É muito bom ter o reconhecimento do seu povo antes do externo, e eu acredito que elas chegarão lá. A paulistana Céu foi a última a se apresentar na noite, trazendo na bagagem sua cadência de bossa nova, samba… Um tom meio entre Elis Regina e Bob Marley.

O que começou como algo entre um fim de semana qualquer e a tão esperada prova do ENEM para a cena jovem da cidade, terminou como uma noite incrível, uma verdadeira maratona musical, de ritmos. O Festival DoSol fechou as cortinas por mais uma noite.

Abaixo, a nossa cobertura fotográfica com fotos de Geni Laís e Luana Campelo.

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Gustavo Nogueira
Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.
Gustavo Nogueira

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Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.

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Marcelo Rocha
2 anos atrás

Gostei bastante deste conteudo, achei o site fazendo
pesquisas na Internet! Show………

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