Pois é! Gal Costa não pensa mesmo em parar, não dá qualquer sinal disso, pois a voz que um dia surgiu numa época de revoluções sociais, em meados dos anos 60, hoje empresta sua potência vocal para cantar a poesia de jovens compositores, que como ela no começo da carreira, experimentam as mais diversas sensações e picos criativos nesta fase de reconhecimento nacional. Este ano, Gal completa de 50 anos de carreira e 70 anos de vida e é ela quem nos dá o presente, um novo disco que tem lançamento marcado para o dia 26 e é intitulado Estratosférica (Sony Music).

Em entrevista ao Correio, jornal baiano, a cantora declara: “O disco é uma continuação de Recanto (2011). Acho que ele não existiria sem Recanto, que foi um trabalho que me empolgou muito, me trouxe coisas muito boas. Recanto nasceu da vontade de Caetano de fazer um trabalho inédito pra mim, com uma estética musical determinada e eu me apropriei completamente disso na hora de fazer o show, que também foi dirigido por Caetano”, relata.
Com potência, Estratosférica não é um disco singelo, é uma renda fina e bem trançada de composições modernas e sofisticadas de uma geração que enxerga de forma diferente o mundo, diferente da maneira como a geração sessentista de Gal enxergou.
Com direção artística e repertório assinados pelo jornalista Marcus Preto, pela primeira vez a baiana canta um repertório escrito por compositores como Marisa Monte, Criolo (em parceria com Milton Nascimento), Céu, Pupillo, Lirinha, Marcelo & Thiago Camelo, Jonas Sá e Mallu Magalhães.
Enquanto o disco não chega nas lojas, vale ressaltar aqui algumas obras que devem ter servido de experiência para criar Estratosférica, como os disco Hoje (2005) e Recanto. O primeiro tomou como base o mesmo convite a alguns compositores da nova geração que chamaram atenção cantora, como o jovem Junio Barreto. No segundo, como dito anteriormente, a referência é bem clara a Caetano, coordenando o disco para mais perto da MPB tradicional, fonte que ambos beberam suas principais características.
Ficam nossas duas dicas, além da possibilidade de ouvir o novo disco na íntegra no serviço de streaming Spotify.
Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.