Corpo diferenciado como transmissor de mensagens. É assim que a Cia Gira Dança desenvolve seu trabalho, completando esse ano uma década de existência. O grupo é uma referência nacional e internacional, e já produziu espetáculos de bastante relevância como “A Cura” e “Proibido Elefantes”, e dessa vez traz uma nova montagem, chamada “Sem Conservantes”.
No ano de 2011, durante um festival na cidade de Berlim, capital da Alemanha, o grupo se encontrou pela primeira vez com os coreógrafos Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira. A partir disso brotou o desejo de compartilhar suas experiências artísticas. Depois de cinco anos, surgiu a oportunidade de transformar esse desejo em realidade, e a companhia terá dois resultados desse compartilhamento, que irá se tornar uma trilogia.
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Para essa primeira parte, será apresentado um trabalho desenvolvido durante quinze anos, que foi transformado no roteiro da coreografia. A dramaturgia estabelece relações entre os materiais recolhidos, levando ao questionamento de “o que se relaciona com o quê?”. Trabalhar com o desapego e o abandono faz parte dessa obra. Trata-se de fragmentos da memória, que estão presentes nas fotografias dos processos anteriores dos coreógrafos, tiradas de vídeos de alguns trabalhos, como “clandestino”(2006), “Somtir”(2003) e “Outras formas”(2004), além de fotos em posições específicas escolhidas para se tornarem marcas da linguagem da dupla.
No processo, é perceptível o desenvolvimento do bailarino como um observador das imagens que resultam no aparecimento da linguagem da dupla, algo ao qual é chamado pelos coreógrafos e pesquisadores de “corpo fotográfico”. A direção artística, coreografia e e pesquisa de linguagem são de Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, direção geral e artística de Anderson Leão, e produção executiva de Celso Filho.
O espetáculo será apresentado nesta sexta feira (6), a partir das 20h, no Teatro Alberto Maranhão. A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados a partir das 16h na bilheteria do Teatro. Além disso, haverá uma intervenção artística do Grupo “Passurbano” no pátio do Teatro. O Passurbano é uma idealização e produção do Gira Dança.
Graduado em Comunicação Social(UFRN), vai do rock ao samba, do Poderoso Chefão a Toy Story, como cantava Adoniran Barbosa, “Deus dá o frio, conforme o cobertor”.