Jovens, Loucos e Rebeldes: o retrato de uma geração

A famosa revista Sight and Sound a cada 10 anos faz uma votação para eleger os melhores filmes feitos. Críticos e diretores são convidados para votar. Quentin Tarantino foi convidado pela primeira vez em 2002, e repetiu a dose em 2012. A revista divulga além do resultado da votação, as listas individuais com os filmes em que cada critico ou diretor votou. Como sou grande fã do Tarantino, é obvio, que eu queria ver em quais ele votou.

Na lista do Tarantino havia filmes que eu conhecia e adorava como Taxi Driver e O Bom, O Mau e O Feio. Mas havia claro, filmes que eu desconhecia. Jovens, Loucos e Rebeldes, que foi lançado em 1993, estava nessa categoria dos desconhecidos para mim. Não foi fácil encontrá-lo, até que um dia vi que estava no catálogo do Netflix, mas não o vi imediatamente, fiquei paquerando o filme por um bom tempo, ate que tive coragem para vê-lo.

O titulo original da fita é Dazed and Confused, para aqueles que curtem uma boa música, sabem que é o nome de uma das músicas mais famosas (e fodas) do Led Zeppelin. Pois bem, o filme se passa ao transcorrer de apenas um dia. É o ultimo dia de aulas, para as férias de verão de 76. “Jovens, Loucos e Rebeldes” não tem protagonista, ele segue vários personagens ao decorrer da história. Há os garotos que estão terminando o high school, e há os veteranos que estão esperando dar 15 horas para aplicar o trote nos calouros, a palmatória. Um desses veteranos é o Ben Afleck, que dizem que reprovou só para aplicar o trote duas vezes. E há também o trote sofrido pelas garotas, que é menos violento, mas com certeza é mais sujo.

O diretor é o Richard Linklater. Ele é da geração do cinema independente americano dos anos 90, da mesmo época do Tarantino. Diretor do jovem clássico Antes do Amanhecer, Linklater gosta de ouvir as pessoas falarem, ele vai passando de um personagem para o outro calmamente, não há pressa no filme, ouvindo o que eles tem a falar e os seus dramas. E há um grande detalhismo e naturalidade dos personagens, e como se não houvesse uma câmera ali, e estamos vendo na tela adolescentes de verdade. Esse é um dos grandes méritos do Linklater, e é parte do seu estilo, ele não interfere muito na ação com sua câmera, é bem natural.

A jovem Mila Jocovich

No filme, além do Ben Afleck, há outros atores conhecidos que estavam começam a carreira, como em uma pequena participação da bela Mila Jocovich. O Matthew McConaughey também está no longa, e é dele uma das citações mais clássicas do filme: “Não importa o quanto eu envelheça, essas colegiais continuam iguais”. Adam Goldberg é outro ator, em início de carreira, presente no longa.

O filme não fica só na  homenagem ao Led Zeppelin, a trilha sonora é recheada de Rock’n’Roll, como Aerosmith, Deep Purple e Alice Cooper.


Matthew McConaughey

Além de o longa ser, na opinião de  Quentin Tarantino, um dos melhores filmes feitos, a Entertainment Weekly o listou como uns dos 50 melhores filmes sobre escola (high school nos EUA), ficando na terceira posição. Eu também colocaria “Jovens, Loucos e Rebeldes” fácil entre os melhores filmes sobre escola feitos. Junto com os clássicos do John Hughes. No fim das contas, o maior mérito do filme é ser verdadeiro, e representar uma geração.

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Jonathan De Assis
Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.
Jonathan De Assis

Jonathan De Assis

Acredita piamente que o Pink Floyd é a maior banda de todos os tempos e que ninguém canta melhor que o Robert Plant. Tem o Scorsese como ídolo máximo e sabe que ele transformará o DiCaprio no novo DeNiro. Com Goodfellas aprendeu as duas coisas mais importantes da vida: Nunca dedure seus amigos e mantenha a boca sempre fechada.

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