Lista: Melhores Álbuns Estrangeiros [2013]

Ano passado foi, musicalmente falando, extremamente fértil, novos nomes talentosos surgiram ao cenário e veteranos voltaram, após anos afastados, e lançaram obras primas. Acredito que poucos anos foram tão concorridos para música como o ano passado, ao meu ver, um ano de diversidade tanto para indústria musical, como para o grande público, que pôde ter acesso a novos (e velhos) nomes de qualidade. Muitos artistas da chamada cena alternativa, ganharam mais espaço e o hip-hop passou a ser mais bem quisto pelo público “cult”. As bandas do cenário indie apostaram em discos extremamente bem produzidos e elaborados, visando um diálogo com o grande público e foram muito bem recebidos comercialmente falando. E dentro desse cenário tão diferente e interessante não foi nem um pouco fácil chegar a lista dos 15 melhores álbuns, mas fizemos uma seleção ampla e interessante sobre o que rolou de melhor em 2013.

#01 “The Next Day” (David Bowie)

David Bowie's The Next Day

O camaleão do rock ressurgiu em um disco excepcional após um hiato de dez anos. Não que David Bowie tenha mais alguma coisa a provar musicalmente falando, aliás, tem: ser capaz de continuar sendo inventivo, criativo e sempre soar moderno. Sou dessas chatas que sempre acha que o bom rock and roll está lá nos idos dos anos sessenta e setenta, mas reconheço quando vejo algo novo de qualidade. A prova que minha chatice faz sentido é um expoente desse período fazendo música nos dias de hoje e sendo melhor do que todos os atuais artistas. O primeiro single lançado no início do ano passado foi “Where Are We Now?” uma ótima balada com todas as características “bowianas”. Quando se é um gênio e tem um material de décadas é possível fazer autoreferência, e Bowie o faz, sendo possível notar referências de sua fase em Berlim. “The Next Day” tem os solos de guitarras, letras e sensibilidade mais apurados dos trabalhos lançados ano passado. O 24º disco do cantor tem fôlego, tem alma e acima de tudo demonstra a força de um artista genial. O álbum é um daqueles que você escuta do início ao fim, sem pular faixa alguma, mas a título de indicação, para um aperitivo, eis algumas das minhas favoritas: “I’d Rather Be High“; “The Stars (Are Out Tonight)“; “Dancing Out Of Space“; “(You Will) Set the World On Fire” e “Dirty Boys“.

#02 “Reflektor” (Arcade Fire)

Reflektor_Arcade Fire

Os canadenses do Arcade Fire fugiram dos arranjos de cordas bem elaborados, eruditos e soturnos e caíram na pista de dança. Com influências do rock oitentista, música haitiana e uma crescente presença eletrônica, a banda está mais palatável e mercadologicamente mais acessível, algo que já vinha acontecendo. O dedo do produtor James Murphy (LCD Soundsytem) também foi fundamental para dar uma nova roupagem ao som da banda. A cisão com os primeiros discos pode ter sido chocante pros fãs mais radicais. Embora eu tenha um pouco de saudosismo dos tempos do “Funeral”, confesso que adorei “Reflektor”. Win Butler e companhia continuam fazendo música de qualidade, só que agora é possível dançá-las nas baladas. Fiquem atentos às faixas: a roqueira “Normal Person“; o pós-punk de “Joan Of Arc“; a excelente balada dançante que dá nome ao disco “Reflektor“; a suingada “We Exist“; o tom eletrônico de “Porno“; e o rock caipira de “You Already Know“. Após os vários prêmios recebidos pelo “The Suburbs” (2009) a banda não se acomodou e novamente provou que é criativa e mutante.

# 03 “Once I Was An Eagle (Laura Marling)

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Laura Marling é a cantora britânica da nova geração mais criativa e competente, na minha opinião. Em um amadurecimento musical crescente, artístico notório em suas letras e melodias, Marling lançou ano passado seu quarto disco de estúdio. Solitária, melancólica, madura, charmosa e intensa, Laura faz arte com a mesma qualidade dos melhores cantores do folk, à la Nick Drake e Joni Mitchell. O encadeamento das quatro primeiras faixas do disco tem um propósito, Marling faz um desabafo extenso, e suas mudanças e circunstâncias pedem timbres, tons e acordes diversos. A força das letras e interpretação de Laura vai numa crescente ao longo das faixas, até chegar ao seu ápice em “Master Hunter“, principal single do álbum (e uma das minhas músicas favoritas do ano). Pouco afeita à grande mídia e piruetas vocais, Marling encontra-se relegada a um pequeno nicho musical, mas nem por isso se acomoda e a cada novo trabalho se supera. Atenção às belíssimas: “Undine“; “Little Love Caster“; “Devil’s Resting Place” e “Love Be Brave“.

#04 “Holy Fire” (Foals)

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Sou suspeita pra falar do Foals, adoro o som dos caras desde sempre, mas em “Holy Foals” eles estão exatamente no tom certo em tudo! Os gabaritados produtores, Flood e Alan Moulder, equalizaram o que os ingleses têm de melhor e o resultado é um disco viciante. “Holy Fire” é sofisticado, grandioso, mas sem perder a linha dançante e que funciona tanto em inferninhos alternativos, quanto em grandes rádios. O apelo comercial neste disco em questão é perceptível, o indie rock barulhento ainda se faz presente, mas o ritmo que mais prevalece é o pop. O álbum anterior (“Total Life Forever”, 2010), embora excelente, não levou a banda a uma cena maior. “Holy Fire” é uma ótima pedida para se conhecer o trabalho dos garotos de Oxford. Atenção às excelentes “Inhale“; “My Number“; “Late Night” e “Everytime“.

#05 “Trouble Will Find Me” (The National)

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O The National é uma daquelas bandas que fazem música que toca no coração, profunda. O clima soturno e pós-punk aliado à voz e alma da banda, o vocalista Matt Berninger, dá o tom a “Trouble Will Find Me”. O título do disco é tirado dos versos de uma das melhores canções do álbum, “Sea Of Love”. Após excelentes três discos – “Aligador” (2005), “Boxer” (2007) e “High Violet” (2010), a expectativa e o hype em cima do novo trabalho de 2013 foi grande. O álbum é polido, bem produzido, límpido e tem nas letras e na voz de seu vocalista as mais fortes armas para apaixonar-se novamente por essa banda norte-americana com ares londrinos. Melodiosos, contidos e amorosos, assim estão os músicos do The National em mais um excelente trabalho para a discografia. Atenção para “Fireproof“; “This is the Last Time“; “Graceless“; “I Need My Girl” e “Hard To Find“.

#06 “AM” (Arctic Monkeys)

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Parece que os alunos aplicados de Josh Homme aprenderam e estão bem confortáveis em suas novas peles. Embora “AM” (2013) soe mais do mesmo da drástica mudança de som, iniciada com “Humbug” (2009) ou ainda a sobra do “Suck it and See” (2011), o disco agrada e muito! Arranjos bem colocados, um som acetinado e um ar de rock setentista (um tantinho emulado, é verdade), vocais polidos e um Alex Turner com visual de James Dean compõem o aspecto do disco. Apesar de ter ficado no comodismo da fórmula musical já encontrada outrora, os meninos do Arctic Monkeys mantêm-se sintonizados no rock de qualidade que era feito tempos atrás. “AM” é um desses discos deliciosos de se ouvir, embora as letras de álcool, amor, perfume e brigas sejam sempre as mesmas. O abre-alas do disco, “Do I Wanna Know?” é excelente, com as linhas de baixo contagiante e um clima sexy; na sequência vem a ótima “R U Mine?“. O clima Queens Of the Stone Age está presente também em “Fireside” e até os mais chatos irão dançar, bater palminhas e curtir “Snap Out of It“.

#07 “Woman” (Rhye)

Rhye-Woman-Cover

Partindo da premissa de que menos é mais, os músicos Michael Miloshi e Robin Hannibal, que formam o duo Rhye lançaram um dos melhores álbuns do ano. A voz andrógena dos vocais de Miloshi são sensuais e femininos, acrescida dos arranjos (que são um misto de soul, sons minimalistas e pop), em alguns momento remetem à musicalidade de Sade e dos britânicos do The Xx. “Woman” é um desses discos despretensiosos, gostosos de se ouvir e extremamente envolventes. A delicadeza e o charme de “Major Minor Love” e “Verse” certamente vão agradar aos ouvidos mais exigentes. As músicas de trabalho são, na minha opinião, as melhores do disco: “Open” e “The Fall“. Há também espaço para trilha sonora de paquera em baladas, são elas: “Last Dance” e “3 Days“.

#08 “Walkin’ On a Pretty Daze” (Kurt Vile)

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Dois anos depois de embarcar nas melodias sutis de “Smoke Ring For My Halo” (2011), Kurt Vile retorna ao ambiente acolhedor que o vem consagrando. Em “Wakin’ on a Pretty Daze”, o seu lado acústico se encontra de forma declarada com a psicodelia, transformando o álbum em um conjunto de experiências que vão além do isolamento prévio do compositor. As guitarras estão cada vez mais presentes, como no caso de “KV Crimes” e “Wakin on a Pretty Day“. Vile soa setentista, fazendo da obra um trabalho revigorado e, por natureza, íntimo, de preferências líricas e sonoras. Atenção às faixas “Never Run Away“, “Shame Chamber“, “Pure Pain” e “Girl Called Alex“.

#09 “Yeezus” (Kanye West)

Kanye-Yeezus

Kanye West, pra variar, fez um dos melhores álbuns do ano. O álbum tem uma pegada eletrônica e assustadora e suas letras parecem ser fruto de reflexões e confissões em um divã. Sem medo de expor seus medos e assumir seu egocentrismo, West é um dos rappers, senão o rapper mais criativo em atividade. Em seu sexto registro de estúdio, Kanye se desprende de tudo o que já havia feito e renasce raivosamente, embora por alguns momentos eu perceba uma referência ao “Graduation” (2009). As participações se mantêm, mas agora em menor quantidade, são elas: Chief Keef, Justin Vernon (mas conhecido como Bon Iver), Kid Cudi, King L, e um time fechado de produtores, que incluem Hudson Mohawke, Daft Punk e RZA. O álbum é claustrofóbico, são 40 minutos, em dez faixas que não nos dá muito tempo para respirar, a começar pelos barulhos eletrônicos de “On Sight” e nos sufocando na acelerada “Black Skinhead“, as letras e as batidas são urgentes. “Yeezus” é instável, excêntrico e genial. Trata-se de um típico trabalho de Kanye West, obra que, mesmo um tanto previsível em estrutura e conceitos egocêntricos, torna cada faixa um princípio natural para a transformação. Ouçam “I’m a Good“; “Hold My Liquor“; “Blood On the Leaves“.

#10 “The Eletric Lady” (Janelle Monáe)

Eletric_Lady

Janelle desconstrói o mundo futurístico e robótico que criou em seu álbum de estreia, “The ArchAndroid “(2010), em seu mais novo trabalho. Contando com luxuosas participações especiais que vão desde Erykah Badu (“Q.U.E.E.N.“), a Prince (“Givin’ Em What They  Love“), cada participação representa uma referência musical na construção espaço-temporal do álbum. Aliás, referências não faltam à musicista, até mesmo para batizar o disco: “The Eletric Lady” (nome do estúdio criado por Jimmy Heandrix). Bebendo da fonte de Prince, Stevie Wonder, Michael Jackson e todo legado deixado pela lendária gravadora Motown, Janelle é a artista do chamado “Neo-Soul” que mais acerta ao usar dessas referências com um toque pessoal, sem soar mais do mesmo. Criativa e cercada de gente talentosa, a cantora fez um segundo disco tão bom ou até melhor que o seu anterior. Ouçam “Electric Lady“; “Primetime” e “Dorothy Dandridge  Eyes“, com direito a participação da excelente Esperanza Spalding.

#11 “Modern Vampires” (Vampire Weekend)

Vampire-Weekend-Modern-Vampires-of-the-4.21.2013.jph_Confesso que demorei um bocado pra digerir o terceiro, e até agora melhor, álbum do Vampire Weekend. A cada nova audição eu percebia o amadurecimento musical da banda. A ambientação étnica que marcou a estreia dos nova iorquinos, agora ganha tons de sobriedade e dá espaço a outros elementos como pop mais suave. Os sons tropicais dos outros discos agora cedem vez ao “chamber pop”, grandioso e com contornos épicos. As temáticas das músicas também evoluíram, antes Ezra Koenig cantava sobre sua rotina universitária, agora os temas ampliaram os horizontes além dos muros da Universidade. Mas ainda há espaço para cores e músicas pegajosas, como o caso de “Ya Hey“. Outra característica interessante nesse novo álbum é a construção dos personagens das poesias, são bem mais delineados, como no caso de “Hannah Hunt“. Trabalhados em comunhão às letras, os teclados, sintetizadores e órgãos surgem como o principais instrumentos da obra, vide “Step“, “Diane  Young” e “Finger Back“. Como boa banda nova iorquina, os caras do Vampire Weekend adoram sua cidade e nos fazem sentir um pouco dentro da fusão de influências que lá sem encontram, recheando o álbum com samples de conversas e pequenos ruídos. Por um amadurecimento musical e poético, o Vampire Weekend fez o seu melhor disco até agora.

#12 “Presente” (Bajofondo)

Bajofondo-Presente

Uma das bandas mais inventivas e ambiciosas da América do Sul, o Bajofondo mescla diversos elementos em seu som: tango, milonga, folk, hip-hop, música eletrônica, jazz e música clássica. O resultado são excelentes discos. “Presente” (2013) assim como o título diz, trata-se do momento em que a banda vive, liderados pelo premiado produtor musical Gustavo Santaollala. Seis anos depois do seu segundo trabalho, “Bajofondo Tango Club” (2003), seguia os passos de um novo som que se iniciou com o trio parisiense, Gotan Project, o “tango eletrônico”. “Presente” é sofisticado, tem tons grandiosos, energia e suingue, ao longo de suas vinte e uma faixas, o exagero se justifica. O álbum foi pensado para ser duplo. Sem mais delongas, eis minhas eleitas do trabalho: “Lluvia“; “Circular“; “Codigo de Barra“; “La Trufa Y El Sifon” e o hit matador “Pide Piso“.

#13 “Random Access Memories” (Daft Punk)

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Os franceses Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter são os homens embaixo das máscaras, do duo mais descolado e hypado da música eletrônica mundial, fato. “Get Lucky” foi o maior chiclete de 2013, tocou nos quatro cantos do mundo e teve versões mil, mas independente do “modismo”, o disco dos caras é excelente. Os DJs bebem da fonte da essência da música eletrônica: sintetizadores, guitarras com efeitos e vocais suaves. Talvez o disco não seja adequado pra bater cabelo nas boates, mas certamente é excelente pra passinhos entusiasmados em um happy hour. “Random Access Memories” é o tipo do disco leve, dançante, com ares despretensiosos (mas só ares mesmo). A repetição do refrão é uma das marcas do duo, estão lembrados de “One More Time“? Depois da conceituadíssima trilha sonora do filme “Tron – O Legado” (2010), a dupla voltou a cair nas graças da mídia especializada mundial e também nas paradas de sucesso. Mas pra você que só está ligado no hit bombação (Get Lucky), o álbum tem outras faixas de igual qualidade, são elas: “Give Life Back to Music“; “Lose Yourself Dance” e “Fragments Of Time“.

#14 “The Golden Age” (Woodkid)

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Yoann Lemoine já tinha lançado em 2011 um EP  interessante, “Iron”, e seus clipes são verdadeiras obras de arte. Lemoine começou sua carreira atrás das câmeras, dirigindo e produzindo vídeos de Lana Del Rey. O artista multifacetado fez a transição para o palco e muito do seu lado visual se encontra em sua música. Sob o nome artístico de Woodkid, o francês deu fim ao suspense e lançou o seu álbum de estreia: “The Golden Age” (2013). A palavra que melhor define o disco é: grandiosidade. O tom épico traz ao disco todos os elementos de uma trama grandiosa: desafios, drama, arranjos de classe e letras sofridas. O parisiense que já tinha demonstrado seu talento no EP, confirma sua qualidade ao longo das catorze faixas do álbum que combinam intensidade de instrumentos de sopro, cordas e percussão com a voz dramática do músico que narra a história do fim de uma era e a viagem atribulada de um ser que cresce ao longo do disco. O “filme para os ouvidos” do francês é uma viagem musical. Atentem para “Run Boy Run“, “The Great Escape“, “I Love You“, “Ghost Lights“, “Iron” e “The Other Side“.

#15 “II” (Unkown Mortal Orchestra)

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Parece que a Oceania virou celeiro de bandas de sons psicodélicos, vide a australiana Tame Impala e o primo neozelandês, nem tão famoso, Unkown Mortal Orchestra. Timbres e sons lisérgicos são cuidadosamente distorcidos em guitarras. Ruban Nielson continua com seu vocal desleixado e assim, num clima meio ensolarado e saudoso, os caras conquistam a simpatia dos ouvintes já de cara.”From the Sun“, “Swim and Sleep (Like a Shark)” e “So Good at Being in Trouble” captam a atenção e juntamente com as ótimas “One At a Time” e “Secret Xtians” são as minhas favoritas do segundo disco da banda. Com temas solares e um áudio que pode remeter aos tempos do Woodstock, “II” foi um dos discos mais bacanas que tive oportunidade de ouvir ano passado.

Menções desonrosas aos tímpanos

1. “Britney Jean” (Britney Spears);
2. “Comedown Machine” (The Strokes);
3. “Bankrupt!” (Phoenix);
4. “Prism” (Katy Perry)
5. “A Good Idea” (Elliphant)

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Leila de Melo
Uma míope quase sempre muito atrasada, cinéfila por opção, musicista fracassada e cronista das pequenas idiotices da vida. Pra sustentar suas divagações é jornalista, roteirista e fotógrafa.
Leila de Melo

Leila de Melo

Uma míope quase sempre muito atrasada, cinéfila por opção, musicista fracassada e cronista das pequenas idiotices da vida. Pra sustentar suas divagações é jornalista, roteirista e fotógrafa.

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