Livros e HQ’s: ‘Homem de Ferro e Thor’, o feijão com arroz da Marvel

O mundo Marvel é tão vasto quanto o próprio universo dos quadrinhos. Encontramos tantas histórias nas bancas que às vezes fica difícil de escolher uma só revista para levar, ler, se divertir e aproveitar de cada história criativa (ou não) dos nossos personagens favoritos do selo. Foi assim que me deparei ao comprar a revista da Marvel Nº 37 do Homem de Ferro e Thor. Confesso que tive enormes expectativas em torno desta revista, aparentemente bastante “saborosa”, a ponto de devorá-la em algum tempo, mas não fui muito surpreendido.

A primeira história conta o plano de destruição montado por o Mandarim, Ezekiel Stane e Justine Hammer, no qual ataques precisamente orquestrados mostrariam que Tony Stark não estava pronto para ser o Homem de Ferro e proteger a Terra. Para complementar, as Indústrias Hammer e o general Babbage conseguiriam um dispositivo que pode desativar a armadura de Tony e fazê-lo ver o que não queria. Desta forma, a Máquina de Combate (Jim Rhodes) é abatida por Tufão, o Derretedor e o Laser Vivo, enquanto ele podia não fazer nada. A história envolve muita ação e emoção, enquanto conta que Tony não usa mais sua armadura (retirada com a ajuda de Reed Richards). Entre as cenas de ação, vejo que Matt Fraction (roteirista) buscou fazer a famosa “quebra de gelo”: alternou entre as muitas sequências de ação que envolve Rhodey atacando contra a tropa de piratas, a vida de Tony como um “bêbado” e o desvio de atenção daqueles que tentavam tanto o destruir. Esta última parte era consequência do comportamento “cambaleante” de Tony e fazia parte de um definido plano de contra-ataque.

Homem de Ferro em ação no Espaço

Resumidamente, a história lembra muito as clássicas novelas, cortando de cena em cena, para explicar algum acontecimento passado ou que ocorrerá posteriormente, com desenhos impecáveis, um linguajar do livre ao mais robusto; encontramos uma história que te anima, te esfriando, te faz pegar no sono e depois acordar novamente com as emoções que se seguem por diante. Não há piadas verdadeiramente engraçadas, existe um ser heroico, tiradas sem graças e muita pancadaria (talvez pudesse ter mais, em se tratando do Homem de Ferro). Uma opinião muito pessoal gostaria de expor: achei a HQ dos “Avante Vingadores” mais convidativa e agradável de ser lida nesses pontos considerados de ação e enredo.

Depois de um final eletrizante da única história do Homem de Ferro, parti para as histórias do Thor, que também possuem a assinatura de Matt Fraction como roterista. Como sempre, um prólogo da história contando que Donald Blake foi hospedeiro humano de Thor. Só que foi separado do deus de raios e trovões (por que isso me lembra Castelo Rátimbum?) e ansiando novamente pelos poderes de deus, fez um pacto com Encator e assim foi decapitado, gerando um novo deus, tornando seu guardião. A cabeça de Blake foi mantida viva, enquanto assistia a tudo. Sinistro ver tantas coisas acontecendo com o seu corpo, isso realmente deve ser aterrorizante de se ver, não? Enquanto a muito longe desses acontecimentos, os Maras fogem de sua antiga prisão e envolvem todos os cidadãos dos noves reinos num pesadelo comunitário. A história de Thor é um tanto mais envolvente que a do Homem de Ferro, mas nem por isso com mais ação. O roteiro conta com personagens mais carismáticos e bem construídos, pois em Homem de Ferro encontramos um Tony abatido, que sai de cena e dá lugar a personagens secundários brilharem no lugar dele.  Já na história de Thor, as luzes não são completamente focadas ao deus do trovão, contudo, ele é parte mais que primordial da história.

Thor é conhecido pelo seu temperamento forte e impaciência

A HQ é de enredo riquíssimo, mas de ritmo duvidoso para quem espera uma quantidade de ação maior quando confrontada com o tamanho geral da história, mas não chega a nenhum momento decepcionar o leitor que gosta de se sentir inserido dentro do contexto, em tudo que é apresentado. Thor, apesar de fama de durão, se apresenta muito humanizado, movido a sentimentos que o fazem cuidar das coisas que considera importantes, como por exemplo, Blake. As letras, dispostas num padrão que dá impressão de escrita grega, podem incomodar a princípio, mas depois de algum tempo é possível se acostumar.

Contendo muita história e nenhum final definido, a HQ “Homem de Ferro e Thor” número 37 possui ritmo novelístico, ações que vão mudando de quadro para quadro no decorrer da história, um enredo profundo e bem elaborado, além de desenhos tão belos como qualquer outro da Marvel. Este é um exemplar em que você encontrará ação moderada e uma narrativa firma, extensiva e talvez um pouco complexa, caso não conheça. As histórias sempre possuem um prólogo resumindo os acontecimentos anteriores, para você que tenha perdido alguma revista no meio do enredo, situando o leitor dos acontecimentos mais importantes.

Capa da história 37 do Homem de Ferro e Thor

Sem exageros e fazendo o “feijão com arroz” a Marvel não peca nessa edição de HQ, contudo, não impressiona, só alimentando a vontade de histórias dos leitores atuais do gênero. Se você procura ler um HQ com começo meio e fim, como os da Mônica e Mickey, escolha outra opção. Entretanto, se você gosta de um enredo bem elaborado, uma história envolvente e pancadaria, essa HQ de certo te agradará.

Pancadaria correndo solta com Rhodes em combate contra a tropa de piratas

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Matheus Geres
Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n’ roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.
Matheus Geres

Matheus Geres

Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n' roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.

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