Lysia Condé se apresenta neste sábado em lançamento do seu primeiro disco

Lysia Condé realiza o show de lançamento do seu primeiro álbum neste sábado (15), na Casa da Ribeira, às 20h. O disco possui interpretações de grandes nomes da MPB e dos artistas potiguares. Também tem um dueto com Miltinho, do grupo MPB4. A cantora, natural de Rio Pomba (MG), cresceu ouvindo diversos artistas nacionais. O canto e o seu gosto musical são heranças de família. Durante a juventude participou de um grupo de teatro e cantava em festas e encontro de amigos.

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Lysia é socióloga, atuou como professora universitária e formou-se em Ciências Sociais na Universidade Federal de Juiz de Fora. Em 2007, já morando em Natal, se inscreveu no curso básico de canto da Escola de Música da UFRN e resolveu se profissionalizar após realizar as apresentações em recitais. Em pouco tempo, ela começou a cantar em bares, realizar shows, participar de projetos musicais e ganhou o “Festival Música Potiguar Brasileira”, da FM Universitária. A equipe d’O Chaplin conversou com a cantora mineira que também se considera um pouco potiguar e a entrevista você confere a seguir:

O CHAPLIN: Você já morou em outros lugares além de Natal?

Lysia Condé: Já morei. Quando era criança morei em Leopoldina e depois fui a Juiz de Fora para fazer faculdade de Ciências Sociais. Meu mestrado foi em Niterói e nesse período ficava me alternando entre Rio de Janeiro e Niterói. Do Rio, eu mudei para Natal, pois meu marido foi transferido para trabalhar aqui.

O CHAPLIN: Qual importância de Natal para sua vida?

Lysia Condé: Eu sempre digo às pessoas que perguntam da cidade que Natal é uma cidade belíssima, incontestavelmente. Já tenho casa própria aqui. A vontade é fincar raízes. O principal motivo que me leva a não sair daqui são as relações que construí ao longo do tempo e que me deixam muito à vontade. Fui bem acolhida por aqui.

IMG_1107O CHAPLIN: Como veio o contato com a música?

Lysia Condé: Desde sempre. Antes de eu nascer, meu pai já atuou profissionalmente como cantor. Quando minha família se reúne, todo mundo canta, primos, tios, irmãos… A música sempre fez parte da minha vida.  Eu sempre cantei. Na minha adolescência participei de grupo de teatro. Era selecionada em todas as peças que tinha alguma possibilidade de cantar.  Alguns amigos me chamavam para cantar, esporadicamente, em casamentos. Já morando em Natal, eu fui fazer o curso básico de canto na Escola de Música. Participei dos recitais da escola e fiquei entrosada com os músicos da cidade. Então, surgiram convites para dar canja nos lugares e quando vi já tava envolvida profissionalmente. Antes de me reconhecer como cantora, as pessoas já me apresentavam dessa forma.

O CHAPLIN: Quem mais lhe incentivou a entrar na carreira de cantora?
Lysia Condé: O mais importante incentivador foi o meu marido (Elio Perez), que hoje é o meu produtor musical. Antes de pensar na carreira, ele me conheceu enquanto fazia uma canja numa casa de shows na Lapa (Rio de Janeiro). Quando comecei a me inserir nesse meio musical, um amigo especial chamado Roderick Fonseca, que era membro do grupo Café do Vento, fazia alguns cafés na casa dele para me apresentar aos músicos e isso aconteceu por um longo período. A primeira apresentação pública que fiz em Natal foi a partir deste café. Por causa disso, a poetisa Lisbeth Lima me convidou para cantar no coquetel de lançamento do livro dela.

O CHAPLIN: Foi um problema para você ter começado a carreira um pouco mais tarde, visto que muitas cantoras profissionais começam na profissão bem cedo?
Lysia Condé: Eu acho que essa ideia de cedo ou tarde é relativo, acredito que comecei no momento certo. Porque não dava espaço para a música, eu estava focada na carreira acadêmica. Eu não almejava ser cantora, as circunstâncias me favoreceram, morar em Natal foi uma delas. Se não tivesse vindo morar aqui, seria mais difícil montar uma carreira no Rio de Janeiro.

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O CHAPLIN: Vamos falar do seu primeiro álbum, como foi o critério de seleção do repertório do seu primeiro disco?
Lysia Condé: Quando eu resolvi montá-lo, tinha feito um disco de demonstração, em 2010, com quatro músicas, desde a primeira gravação, eu queria gravar um disco para comercializar mesmo. Em 2011, o CD começou a ser produzido, escolhi o repertório a partir de músicas que eu gostava e outras foram sugeridas pelo produtor do álbum, Sérgio Farias. Algumas eu acatei e outras não. Sem me preocupar em delimitar qual estilo musical que colocaríamos. O principal critério foi músicas que eu me identificasse para cantar, que me tocasse de alguma forma ou que eu me sentisse à vontade de interpretá-la.

O CHAPLIN: Você pretende fazer um disco com composições próprias?
Lysia Condé: Eu nunca me arrisquei na área de composição. Pode ser que isso aconteça, mas ainda não tenho algo planejado. Se isso acontecer, ótimo. Por enquanto ainda me vejo como intérprete.

O CHAPLIN: Você ganhou o “Festival Música Potiguar Brasileira” e também o edital do “Elas de Minas”, pretende participar mais de festivais e outras iniciativas como essas?
Lysia Condé: Não é uma meta ou busca. Às vezes algumas pessoas indicam festival para participar e eu analiso e vejo se tem a ver com minha proposta. Se eu achar que tem a ver comigo e tenho material pronto para encaminhar, eu faço. É lógico que fico atenta nesses concursos. Os editais me chamam atenção, porque alguns dão premiações e divulgam o seu trabalho. Entretanto, os editais tem que caber na forma como trabalho.

IMG_1101O CHAPLIN: Você participa do edital “Elas de Minas”, junto com outras cantoras. Serão feitos shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Quando vão acontecer essas apresentações?
Lysia Condé: Em São Paulo já teve, mas infelizmente não pude participar porque estava doente. As outras etapas vão acontecer a partir de abril e nós vamos ensaiar em Belo Horizonte para gravar o CD (do projeto) em maio e depois divulgar o lançamento em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A apresentação em São Paulo foi antecipada para testar as músicas que vão ser colocados no disco. Vale ressaltar que o edital selecionou 12 compositores e em seguida as cantoras que interpretariam essas canções, que são inéditas.

O CHAPLIN: Durante o show de lançamento do seu disco, ele será vendido para o público, mas já existem alguns pontos de venda?
Lysia Condé: No sábado será feito o show de lançamento, no qual vamos vender alguns discos, apesar de ter alguns pontos de venda na cidade, como a Arte Musical (Via Direita e Cidade Alta), sebo Balalaika, Café São Luiz e a Cooperativa Cultural (Centro de Convivência, na UFRN). E uma hora antes do show, às 19 horas, começa a distribuição de ingressos, que serão gratuitos.

O CHAPLIN: O disco conta com a participação de Miltinho do MPB4, como surgiu esse encontro?
Lysia Condé: Sérgio, produtor do disco, já tinha trabalhado com ele e me apresentou esse fado que gravei. Assim que eu ouvi, topei gravar, então, foi sugerido que a gente convidasse Miltinho para fazer a parceria e eu topei. Foi feito o convite a ele, que de imediato foi simpático e generoso, e prontamente aceitou. Gravei a minha parte da canção e enviei para Miltinho. Depois, ele me ligou dentro do estúdio e me pôs para escutar a parte dele para ver se aprovava. Foi belíssima a participação. Conhecemos-nos pessoalmente depois, quando ele fez um show no Teatro Riachuelo.

O CHAPLIN: Para encerrar, pretende fazer uma turnê do disco?
Lysia Condé: Pretendo sim, mas não temos nada agendado. A gente ficou muito focado sobre o show de lançamento, que consumiu toda a energia. Após o lançamento, veremos a possibilidade não só em Natal e aqui no estado, mas também expandir-nos outros estados do Nordeste ou Sul e Sudeste. Aonde couber a minha música, eu vou levar.

SERVIÇO
Lançamento CD Lysia Condé
Sábado, 15 de fevereiro às 20h, Casa da Ribeira
Rua Frei Miguelinho, 52 – Ribeira – Natal/RN
Distribuição gratuita de ingressos a partir das 19h

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Lara Paiva
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.
Lara Paiva

Lara Paiva

Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.

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