Marion Fayolle é uma ilustradora francesa de 26 anos que, apesar da pouca idade, tem cinco livros publicados e muito reconhecimento: suas artes, que trazem à tona questões de forte cunho crítico e psicológico, são solicitadas em publicações aclamadas, como o New York Times, a Paris Mômes e a Télérama e, ainda, servem de estampa para uma linha de roupas da marca Cotélac.
Não é difícil entender o porquê. Por trás de um traço que poderíamos chamar de infantil e, por isso mesmo, extremamente expressivo, lemos inteligentes e intrigantes histórias, que em sua maioria são como que tirinhas de um quadro só. A simplicidade do seu estilo é realmente cativante, tornando as situações que ela narra ainda mais interessantes, tudo isso abrindo mão das cores vibrantes e dos cenários complexos para dar destaque aos corpos.
Seus trabalhos, em grande parte comissionados, com certeza não apenas ilustram as matérias ou os conteúdos aos quais estão vinculados, como expandem e complexificam seus significados, como uma daquelas guarnições tão gostosas quanto o prato principal.
Fayolle, se valendo de estilo semelhante ao das ilustrações de livros infantis dos anos 60, dialoga antes de mais nada com os relacionamentos com o outro e consigo mesma: consigo mesmo pra entender o outro e com o outro para entender a si mesma. Fala de desejos, da fascinação que a alteridade provoca e do canibalismo emocional que nos liberta e aprisiona todos os dias.
Apaixonei.