
O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro morreu nesta sexta-feira (18), aos 73 anos. Ele estava em sua residência, no bairro do Leblon, na cidade do Rio de Janeiro. Ribeiro foi vítima de uma embolia pulmonar e é conhecido pelas obras “Sargento Getúlio”, que ganhou o prêmio Jabuti (em 1972) e “Viva o povo brasileiro”, que além de angariar o mesmo prêmio, este recebeu o Golfinho de Ouro, do Governo do Rio de Janeiro.
Diversas obras do autor foram traduzidas para o inglês, alemão, espanhol, francês e italiano. O escritor já morou nos Estados Unidos e Portugal.
Alguns de seus trabalhos serviram de inspiração para filmes e seriados, “Sargento Getúlio” foi as telas de cinema em 1983, protagonizado por Lima Duarte; o infanto-juvenil “O Sorriso do Lagarto” foi uma mini-série na Rede Globo, o roteiro de “Deus é Brasileiro” é inspirado em “O Santo que Não Acreditava em Deus” e “A Casa dos Budas Ditosos” virou uma peça teatral, encenada por Fernanda Torres.
Graças ao reconhecimento de seus livros, foi nomeado pela Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 34; participou da Feira do Livro de Frankfurt; recebeu o Prêmio Anna Seghers, concedido somente a escritores alemães e latino-americanos; e em 2008, ele ganhou o Prêmio Camões.
Em 1987, a Escola de Samba Império da Tijuca usou o “Viva o povo brasileiro” como tema do samba-enredo.
João Ubaldo nasceu no dia 23 de janeiro de 1941, em Itaparica, porém foi criado na cidade de Aracaju, capital de Sergipe. Seu pai, o advogado e político Manuel Ribeiro, veio a ser o fundador e diretor do curso de Direito da Universidade Católica de Salvador. Devido a exigência de Manoel, João Ubaldo lia bastante livros infantis, principalmente de Monteiro Lobato.
Por causa das pressões políticas que o pai sofria, a família se mudou para Salvador e em 1955, matriculou-se no Colégio da Bahia, onde conheceu Glauber Rocha, diretor do aclamado “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Em 1958, iniciou seus estudos no curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Ele também trabalhou como jornalista, no Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia, onde chegaria a exercer o posto de editor-chefe. Também colaborou para diversos jornais nacionais e internacionais, como Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo, Frankfurter Rundschau (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal) e dentre outros.
O seu corpo foi velado na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, e sepultado no sábado (19) no mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Ele deixou a esposa Berenice Batella e quatro filhos.
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.