O Espetacular Homem Aranha 2 – Ameaça de Electro: A Sony pede desculpas

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Imagem de divulgação do novo Homem Aranha

“Homem Aranha, Homem Aranha nunca bate, só apanha”, você que queria entrar numa crítica do filme O espetacular Homem Aranha 2: A ameaça de Electro e encontrar algo sério e dentro dos eixos de normalidade, pode ter se decepcionado com essa pequena introdução que te fez lembrar os velhos tempos do Spider, desculpe por isso. O que seria do aracnídeo sem o seu humor ácido e sagaz? Suas tiradas inteligentes (apesar de nerd, usando a inteligência para fazer piadas que qualquer pessoa possa entender, já repararam?).

Um filme do Homem Aranha sempre me empolga, sendo assim, esse não seria diferente. (FAN DETECTED!) Você está certo se pensar que meu personagem é o Homem Aranha, apesar de não ser um profundo conhecedor, eu realmente amo a forma como Stan Lee e a Marvel o desenharam. O Homem Aranha é um cara normal, é um super herói que não é lá tão super assim, se você comparar os poderes do Aranha com qualquer outro super herói, teremos que o Spider Man é o mais sem graça e sem sal nesse time, mas (com cabeças brilhantes por de trás de um personagem tão importante do mundo Marvel) o que acontece é justamente o contrário.

A primeira trilogia sempre foi algo marcante em minha vida e vou explicar o porquê: o primeiro filme a que assisti em toda a minha vida no cinema foi o primeiro Homem Aranha da trilogia com o Tobey Maguire. Então eu sempre rasgarei elogios para essa trinca, num contexto isolado do Homem Aranha. A primeira série de filmes foi muito boa em minha concepção se nós entendermos ela como mais um universo separado. Exatamente! Eu acho sim que o Venom foi pouco aproveitado e não lembrava em nada aquele Venom que esperamos tanto ver: gigante e excessivamente forte. Sem contar aquele cabelo “emo” não estava com nada, vamos combinar. Você fica raivoso e simplesmente começa a ficar mais sentimental? Eu queria ver um Slayer tocando de fundo, algo mais bem construído na altura do que o Homem Aranha pede.

Tirando essas partes, acho a história incrível, Harry ficou muito bem encaixado e as cenas em que Mary Jane aparece interagindo com os dois heróis ficaram muito boas, cara! O filme possuiu um roteiro muito bom, mas o grande problema foi a aparição de três vilões numa única película. Ficou um tanto quanto confuso de se entender o espaço de cada um dos vilões e isso gerou a grande falha do filme.

Passado já seus 7 anos desde o lançamento do Homem Aranha 3, chega às telonas o então aguardado segundo filme da nova trilogia do Homem Aranha, que ganhou um nome bastante sugestivo: O Espetacular Homem Aranha.

Imagem que simboliza a primeira batalha do Aranha com Electro

O nome “espetacular” não foi escolhido ao acaso, foram incontáveis vezes que escutamos nesse segundo filme a palavra “espetacular”, não sei se culpa da dublagem ou do texto (se alguém viu em inglês, deixe nos comentários como foi a experiência no idioma original). O filme saiu em versões 2D e 3D, dublado e legendado, para agradar a todos os gostos de quem fosse assistir; seu lançamento ocorreu no primeiro dia de maio (data que completei meus 21 anos, podem deixar meus parabéns nos comentários) e foi nesta data que assisti ao filme.

A história se passa depois de um bom tempo do primeiro filme (que saiu nos cinemas em 2012) e já mostra um Homem Aranha amadurecido em sua ideia de ser herói, com o uniforme tradicional e com um humor que devemos destacar. O diretor Marc Webber muito bem citou que uma das principais características do Spider era seu ótimo humor, o filme cumpre o seu papel em fazer o espectador rir.

O grande defeito da primeira trilogia era justamente o humor, ou a falta dele, o que era muito comentado pelos amantes do Homem Aranha. O erro não foi repetido neste filme. Andrew Garfield está visivelmente à vontade na pele de Peter Parker/Homem Aranha, algo que não foi visto no primeiro “espetacular” desta nova trilogia. As batalhas contra o crime possuem cenas de tirar o fôlego e também chamam atenção com os efeitos especiais, que são medianos pra uma época tão avançada. A mágica do filme do aranha também está nesse quesito, é proposital a não fidelidade total com a realidade, às vezes um pouco “quadrinizado”, o que me agradou bastante.

Quando vi aquelas cenas, logo me lembrei dos momentos da primeira trilogia em 3D do Peter sendo picado pela aranha, ou quando tinha alguma batalha eletrizante. Efeitos esses que foram bem construídos, tornando os famosos cliffhangers (momento de tensão) ainda mais interessantes para o espectador. Cada elemento é explorado para que possamos entender qual será o movimento do Aranha para salvar a vida das pessoas no quadro em questão.

Os vilões deste novo filme são medianos, não tomam toda a tela do cinema de importância e muito menos se apagam nela, Max Dillon (Jamie Foxx) é um personagem muito caricaturado que antes de se transformar em Electro era um fã do Homem Aranha. Max possui características que Peter Parker pode entender por completo: nerd, mal visto, excluído e sofredor de bullying. Tanto é verdade que na primeira batalha entre eles, o Homem Aranha inicialmente consegue contornar a situação e aos poucos se mostrar amigo de Electro, todavia isso é estragado logo em seguida pela pressa em “resolver a situação” pelos policiais.

Harry Osborn lamentavelmente ficou antiquado e sem carisma, não apresentando uma real intimidade com Peter Parker, fazendo o relacionamento dos dois soar bastante artificial. Harry é uma pessoa mais calada, que possui problemas de família, uma crise existencial e muitos conflitos quando assume o controle das indústrias Oscorp, deixada por seu falecido pai. Assumindo então o papel de Duende Verde, Harry se torna um personagem horripilante, algo que achei simplesmente fantástico! As maquiagens e feições de Duende se assemelham e muito com aquela que vimos nos quadrinhos e desenhos do Homem Aranha, merecendo respeito pela fidelidade desenvolvida pela produção.

Então chegamos a um dos pontos que considero mais importante da história: Peter e Gwen. Quando o primeiro filme foi lançado, muito se perguntavam como a loirinha poderia substituir o que uma vez fora marcado pela moça dos cabelos vermelho, Mary Jane. A resposta foi incrivelmente boa! Gwen foi apresentada como uma garota divertida, amigável, amável e muito fofa (sem exageros). As cenas em que os dois desenvolvem a parte “dramática” do filme merece ser lembrada. A química que os dois criaram se faz extremamente forte, destacada e evidente. Emma Stone mostrou todo o seu potencial ao realizar um personagem de significância dentro do enredo. Apesar dos conflitos de Peter, nenhum deles é maior que ficar longe ou não de sua amada. Pode parecer estranho, mas se lembrarmos do primeiro filme, Peter promete ao pai de Gwen deixá-la afastada de sua vida, para evitar que ela viesse a se machucar.

Todas as cenas em que os dois contracenam geram no espectador um misto de felicidade e tristeza, das reconciliações às brigas. Desde o término do namoro em frente ao restaurante chinês (quando Peter se encontrava em conflito com o aviso do pai de Gwen) ao encontro no parque em que os dois trocam sorrisos e pedem um ao outro para pararem de fazer coisas fofas um ao outro se quisessem que fossem unicamente amigos.

A cena em que os dois se reconcilham
A cena em que os dois se reconciliam

A trilha sonora desenvolvida no filme gera as sensações que devemos sentir para cada momento transcorrido. Isso casou de forma perfeita, trazendo um clima mais envolvente para que se preste atenção no que acontecerá a seguir, em cada momento que é dado aos personagens que aparecem no decorrer da história. A trilha traz músicas atuais, como por exemplo, “Gone, Gone, Gone” de Phillip Phillips.

Um dos trechos da músicas diz: When enemies are at your door // I’ll carry you away from war // If you need help, if you need help // Your hope dangling by a string // I’ll share in your suffering // To make you well, to make you well // Give me reasons to believe // That you would do the same for me // And I will do it // For you for you. (Em português: Quando os inimigos estiverem à sua porta // Levarei você para longe da guerra // Se você precisar de ajuda, se você precisar de ajuda // Sua esperança pendurada por um fio // Compartilharei do seu sofrimento // Para fazer você ficar bem, para fazer você ficar bem // Dê-me razões para acreditar // Que você faria o mesmo por mim // E eu o farei // Por você, por você). Acho que não precisa de muitas explicações depois de “Sua esperança pendurada por um fio”.

A estranha história dos pais de Peter Parker finalmente é explicada, mostrando os reais motivos para Richard e Mary Parker deixarem Peter na casa de tia May e tio Ben Parker. O que não fez nenhum sentido no primeiro filme, no segundo foi muito bem utilizado. Podemos ainda citar a questão das cores do Homem Aranha, o primeiro filme alugou um clima dark (do Batman talvez?), uma iluminação mais obscura para representar o Aranha, o que ficou bastante esquisito. Neste segundo filme, Marc Webb acerta em cheio nas cores vivas e na alegria que o filme passa em diversas cenas.

Contudo, também devemos mostrar que o filme escorrega – e feio – em momentos determinantes para o decorrer da história. Primeiro, Harry, apesar de aparentar ser um garoto bastante inteligente, necessita que sua secretária escute a conversa de acionistas da empresa para obter informação que mudariam o rumo da história para ele. Como assim, Marc?

Tia May, que está bastante carismática neste filme, esconde de Peter que está tentando uma nova carreira como enfermeira no hospital. Ou seja, começando agora a dar passos dentro da área da saúde, para exercer uma tarefa igualmente importante como a de Peter. O motivo que a leva a tentar uma nova vida é para conseguir mais dinheiro para o sustento da casa dos Parkers e também para ajudar pessoas que precisam. Sem problemas, certo? Errado! Uma das últimas cenas mostra tia May como chefe da enfermaria do hospital (hein?). Vai entender.

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Qual o próximo conflito para o Spider?

A construção de Max Dillon (Jamie Foxx) poderia ser um pouco mais bem elaborada também. Os motivos para ele se tornar um vilão são claros, contudo não muito convincentes, afinal de contas ele sempre amou o Homem Aranha e antes de se tornar o Electro, lembrava-se de como era difícil ser um super herói e ter uma enorme pressão sobre as costas.

Apesar dos problemas apresentados, O Espetacular Homem Aranha 2 é um dos melhores filmes já criados para esse personagem tão icônico dos quadrinhos, jamais superando o segundo filme do Homem Aranha da primeira trologia, mas muito superior ao primeiro Espetacular. As interações entre os personagens, o drama e o humor fizeram o filme saltar aos olhos. Uma das coisas importantes a se denotar é que um filme de super herói não precisa e nem deve ser uma obra de arte, ele precisa conter elementos que aproximem o seu espectador da telona e isso esta película tem de sobra! Desculpada, Sony.

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Matheus Geres
Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n’ roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.
Matheus Geres

Matheus Geres

Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n' roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.

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