Eu era, com certeza, a única pessoa na faixa dos 20 anos de idade que não passou o final de semana ouvindo música alternativa na Ribeira ou num bar qualquer da cidade. Me ocorreu ir à praça de Mirassol, dar uma volta, ver o movimento, ver no que dava.
Chegando lá, um cheiro de doce quentinho me chamou a atenção e comecei a seguir o seu rastro pelo ambiente. “O cheiro bom é daqui”, diz Rosinete, dona da confeitaria, sempre que vê alguém meio perdido e respirando fundo.
Convencida pelo olfato, decidi experimentar e me informar do que se tratava. O “biscoito trovo”, como explicado num banner, nada mais é do que o famoso stroopwafel holandês. O doce, que costuma figurar os cafés da manhã de qualquer produção europeia ou americana, foi um dos sabores mais excêntricos que se pôde experimentar durante o “Curtindo a praça”.
Com os recheios de caramelo e Nutella custando 1 e 2 reais, respectivamente, os wafels uniram o delicioso sabor ao ótimo preço. Essa combinação, inclusive, foi responsável por vícios e sacolas cheias pra levar pra casa. Sendo essa, a mesma situação que levou Jean Aguiar e os irmãos Rosinete e Rui Azevedo a produzirem os biscoitos. “A gente foi pra Holanda e se apaixonou por esse doce! Quando voltamos, os amigos recusaram presentes, queriam que trouxéssemos os wafels”, conta Jean.
Com a mala cheia e o receio de comer depressa, os três decidiram abrir o próprio negócio. Voltaram à Holanda para aprender um pouco mais sobre o sabor que os encantou e trouxeram esse encanto todo de volta pra cá.
“O plano é abrir um ponto fixo nosso ano que vem”, eles afirmam. Como o desejo de comer o doce é maior do que a possibilidade de espera, descobri que é possível encontrar os stroopwafels no Paladar Sertanejo, no Café da Praça no Natal Shopping e no Centro de Convivência da UFRN. Apesar das economias não permitirem observar moinhos de vento, elas com certeza serão destinadas ao prazer de sentir um pedaço da Holanda sem precisar ir tão longe.
Faz Comunicação por amor há quase 2 anos. É péssima em escrever sobre si mesma, mas escreve por ser sozinha e o assunto que melhor conhece, ademais, adora parafrasear Frida Kahlo. Ainda não sabe o que quer com o Jornalismo além de mudar o mundo – e talvez nunca saiba. Enquanto isso, sua experiência se resume em títulos, metáforas e trocadilhos geniais nunca publicados.