O mundo conspirando a favor de Talma e Gadelha

O projeto Música No Ar, realização da GreenPoint, teve sua última edição de 2014 realizada lindamente: no Palco do Teatro Riachuelo, a banda Talma e Gadelha convidou a musa a Wanderléa. A escolha se deu, muito provavelmente, pelo fato de a música da banda potiguar beber um pouco da fonte do período em que Wanderléa se destacou no cenário nacional, fazendo parte do grupo de jovens cantores que deram vida à Jovem Guarda. A banda, com três anos de trajetória, é formada por Simona Talma (voz), Luiz Gadelha (voz e baixo),  Adriano Sudário (guitarra),  Henrique Geladeira (vocal e guitarra) e Khalil Oliveira (bateria).

Wanderléa foi a convidada para a última edição de 2014 do projeto "Música no Ar" | Foto: Andressa Vieira
Wanderléa foi a convidada para a última edição de 2014 do projeto “Música no Ar” | Foto: Andressa Vieira

Conhecido por sua atuação constante na cena cultural natalense e pela qualidade nas letras das músicas, o grupo provou ao público que está mais que pronto pra conquistar o Brasil todo. Inclusive, falando sobre um artista incentivar o outro, o produtor Anderson Foca, um dos grandes lutadores para que a cultura seja valorizada em nosso estado, disse em seu Facebook pessoal que a banda Los Hermanos poderia convidar Talma e Gadelha para fazer a abertura de seu show. E, durante o show, fiquei pensando no Los Hermanos abrindo o show de Talma e Gadelha.

O show começou com a clássica música ‘’Maiô’’, que dá nome ao último CD do grupo. Depois, com o público ainda muito quieto, vem ‘’Calmantes’’, seguida pela belíssima ‘’Espanto’’. Aqui, Gadelha pede ao público que se anime, o que só acontece firmemente na 5ª música, “Por que todo coração é burro’’. O público se animou automaticamente, e teve até uma galera que abriu mão de suas poltronas e foi dançar nas proximidades do palco, o que durou até o fim do show.

Simona parecia muito à vontade, e a banda estava bem brincalhona, tentando contato com a plateia. Quase todas as músicas da banda foram bem dançantes, o que ajudou a plateia a esquecer o horário tarde do evento – 22h em plena quarta-feira.

IMG_2801O ponto alto do repertório, a julgar pela reação da plateia e pela minha opinião, foi a música “O roqueiro e a hippie’’.  Por ter uma letra maravilhosa e um ritmo delicioso, a música era, claramente, a mais conhecida da plateia. Foi uma energia linda quando eles tocaram essa música.

Quanto à participação de Wanderléa – motivo pelo qual muitas pessoas se dirigiram ao Teatro -, digo pouco. Foi bonito. Ela é bonita, é musa, canta e dança de forma eletrizante. Mas cantou apenas 6 músicas calmas, voz e violão, como “Eu já nem sei’’ e “Ternura’’. A hora de real animação ocorreu ao som da conhecidíssima “Pare o casamento’’ (Senhor juiz, pare agora!).

Wanderléa saiu do palco prometendo voltar, e, mesmo assim, após sua apresentação muitas cadeiras esvaziaram. Isso me deixou profundamente triste, refletindo em quanto muita gente ainda desvaloriza a música potiguar.  Ela voltou ao palco ao fim do show pra cantar a mesma música: “Pare o casamento’’. Risos. Mas foi legal, o público, mais uma vez, adorou.

O projeto Música No Ar

"Pare o casamento" foi um dos pontos altos da noite
“Pare o casamento” foi um dos pontos altos da noite

A primeira edição, ainda em 2011 teve como atração principal Valéria Oliveira, que convidou Leila Pinheiro, Daúde, Lis Rosa e Antônio de Pádua. Em 2013 o Projeto voltou ainda mais forte, com uma temporada de três apresentações distintas, contando com as participações de Antônio de Pádua, Antônio Nóbrega, Grupo Quarteto Linha, Leci Brandão, Rosa de Pedra, Chico César e Daúde.

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Regina Azevedo
Poeta, estudante de Multimídia, formada no curso FIC de Roteiro e Narrativa Cinematográfica pelo IFRN, apaixonada por História da Arte e fotografia.
Regina Azevedo

Regina Azevedo

Poeta, estudante de Multimídia, formada no curso FIC de Roteiro e Narrativa Cinematográfica pelo IFRN, apaixonada por História da Arte e fotografia.

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