Amontoados, depilados, pálidos, esqueléticos e, ainda assim, expressivos na sua passividade. Andróginos, assexuados. Só pele, mãos, pés e bundas. Corpos-mobília em ambientes atemporais e gelados. Grupo alinhado e coreografado de pessoas-coisas que estão juntas, mas não se tocam realmente. Sem sangue, suor, fezes, lágrimas. Só corpos, esculturas. De um jeito tão artificial que talvez incomode e, paradoxalmente, de um jeito tão artificial que se aproxima do nosso cotidiano.
Eis o retrato de quando o corpo não fala, mas é a própria fala. Eis o homem da série Ecce Homo, da fotógrafa e diretora de arte berlinense Evelyn Bencicova, cuja arte de múltiplos corpos humanos você também pode ver em contidos movimentos no clipe da música Be my Lover, da cantora eslovaca Andrea Bučko.