O mundo das HQ’s pode ser tão interessante quanto qualquer outro da literatura. Se achamos a revista que mais gostamos, é como uma música, artista ou banda. Temos tanta coisa à disposição e o que poderíamos escolher, afinal de contas? Fica difícil. Por ventura, acreditei numa leitura que me encheu de nostalgia: Popeye! Encontrar essa figura nos quadrinhos é algo que me deixou sem palavras, pelo amor que sempre tive pelos seus desenhos (quando ainda passavam na televisão). Lá se foram alguns momentos de uma literatura leve e saudável.
A nova versão que saiu nas bancas (em poucas, assim por dizer) está com um conteúdo que de primeira, que pode deixar o leitor um pouco afastado ou íntimo logo em suas primeiras páginas e isso tem um motivo: histórias das mais clássicas e bizarras que se pode imaginar. Logo de cara fiquei muito empolgado com o material, encontrei falas engraçadas, um enredo convincente em cada historinha bem manjada (é importante ressaltar). No simples analisar do ritmo, ela mantém sua proposta de cabo a rabo, de nenhuma forma incerta, se mantém fiel ao seu ideal para com o leitor do começo ao fim. A realidade é colocada um pouco de fora, como sempre, e pitadas da imaginação dos escritores (muito criativos) fazem da história um produto com ritmo agradável e bem construído. Traços marcantes, lembrando muito o velho desenho que passava na TV e uma inteligência incrível em dar diversão para a garotada.

As histórias foram tão bem escritas que se pode retirar a figura do Popeye e dar espaço a outros personagens complementares, sem que comprometa o clima criado. Com brigas, confusões, tiradas inteligentes, piadas e humor sagaz. As histórias se fomentam muito bem, com lições de moral ou apenas um mote mais leve, fazendo você rolar de rir ou pensar como a vida é cruel com todo mundo. A revista é dividida em histórias grandes no início e com imagens pequenas, para depois ir aumentando o tamanho e passando por histórias bem curtas, de no máximo três páginas, contando com personagens como Bruxa do Mar, Zé Fumaça, Hagar e outros. Depois a história volta com algumas histórias mais prolongadas no final
Diversão é o que não falta, contudo, não tem como esperar uma receita diferente, é como pedir para uma banda como AC/DC não tocar uma música como TNT. Difícil, né? Então, não vá à banca buscando muitas novidades, grandes inovações, um roteiro fora do padrão e um novo Popeye. Todavia, não pense que nem por isso o gibi é fraco. Pelo contrário! As histórias são excelentes, de qualidade apurada e sem exageros (pelo menos os mais grosseiros). Se prepare, pegue o seu espinafre e acabe com o Brutus! A Ediouro fazendo um trabalho bacana também para quem gosta de gibis.

Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n’ roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.