Terror e suspense são dois dos meus gêneros favoritos, sempre fui muito afeito a assistir e ler histórias que envolvem o medo, o suspense, a violência e o desconhecido. Sempre que aparece algo novo tento, na medida do possível, acompanhar. Foi o que fiz com os dois primeiros episódios de Salém, nova série de produção do canal americano WGN, que como o nome já sugere, tem como tema central a caça às bruxas.
A série se ambienta no século XVII, na cidade homônima, localizada em Massachusetts, nos Estados Unidos. John Alden (Shane West) é um homem que parte para lutar na guerra de independência do país e deixa em Salém sua amada Mary (Jannet Montgomery). Grávida, e vivendo em uma sociedade puritana por excelência, a jovem decide procurar meios escusos para se livrar do seu problema; sua amiga Tituba (Ashley Madekwe) realiza um ritual para livrá-la da gravidez, e acaba por inserir Mary no círculo de bruxaria.
Após sete anos, Alden retorna para a cidade e encontra o lugarejo em meio a uma histeria de caça às bruxas, que tem como líder Cotton Mather (Seth Gabel), um religioso fanático que, às escondidas, dorme com prostitutas. Em meio à loucura, execuções de inocentes e mulheres possuídas, o agora herói de guerra se depara com sua doce Mary como sendo a mulher mais rica da cidade, casada com o antes poderoso George Sibley, agora um homem inválido.
No entanto, a Senhora Sibley não só se tornou uma poderosa mulher no quesito financeiro, ela é também uma bruxa de forças consideráveis, e perdeu a doçura que tinha anos mais cedo. Neste quadro, o personagem de Shane West irá imergir e aos poucos descobrir que os casos de bruxaria não são tão fantasiosos e irreais como imaginara. Ao que parece, as bruxas existem e querem dominar o lugar através de morte e sangue.
O seriado, de criação de Adam Simon e Brannon Saga, teria tudo pra ser legal, mas não é. Pra começar, o elenco aparenta, pelo menos nesses primeiros episódios, ser extremamente fraco; em alguns momentos parece dramalhão mexicano, com os atores fazendo caras e bocas, principalmente os protagonistas Alden e Mary. Jannet Montgomery está muito mal como vilã, beirando a canastrice.
O roteiro também não parece ser dos mais inteligentes, aposta na velha fórmula do romance que foi estremecido pelo tempo e além disso, usa as falas para entregar certos aspectos que deveriam ser mais sutis. Como por exemplo, do nada, um personagem soltar “Isso é uma guerra entre as bruxas e o povo de Salém”. Ah, vá… é como subestimar a inteligência do espectador. Parece um Sleepy Hollow com um pouco mais de sangue. Em tempos de séries tão bem escritas, isso soa como um sacrilégio.
Ainda assim, há algumas sequências legais, como as de possessão e do ritual do círculo das bruxas. Mas isso não deveria ser o mais interessante da série, e sim um complemento. Mesmo com esses pontos negativos a série já foi renovada para a segunda temporada.
Há algum mistério no ar, o que poderá fazer com que as pessoas continuem assistindo. O mote da bruxaria pode render muito mais também. No entanto, desse mato não deve sair um cachorro muito grande.
Jornalista, headbanger baterista e metido a roteirista. A rima só não é pior que o gosto por mindblowing movies.