Ainda em dezembro de 2019, o novo coronavírus (COVID-19) começou a se espalhar em Wuhan, na China. Hoje (19), o Brasil já possui mais de 500 casos confirmados e eventos, shows, shoppings, campeonatos esportivos, cinemas foram fechados, cancelados e/ou adiados. Com toda essa movimentação acontecendo no país e com o isolamento social sendo aderido pela população, como continuar consumindo cultura?
Além disso, muito se fala sobre os avanços tecnológicos e suas respectivas funções sociais e claro sobre a oportunidade de aproximação de pessoas. Aliado a isso, o avanço do vírus, principalmente nos países da Europa, fez com que a disseminação de cultura tomasse novas formas mais uma vez. Em Portugal, foi criado a conta @festivaleuficoemcasa com 78 artistas confirmadas durante 6 dias e mais de 40 horas de música ao vivo. Mas não pense que haverá pessoas em um espaço descumprindo as determinações da Organização Mundial da Saúde, a ideia da festa é um preceito para as pessoas curtirem os seus artistas favoritas seguras e dentro de casa.
No último sábado (14), o SIM São Paulo divulgou em seu instagram uma dica para os fãs dos artistas que tiveram os seus shows temporariamente suspensos: “Se você tinha ingressos para shows ou eventos cancelados por conta do coronavírus, por gentileza, considere aceitar o adiamento do ingresso em vez de pedir o reembolso agora”
A iniciativa portuguesa migrou para o Brasil e músicos já tem movimentado suas redes sociais para criar festivais com propostas parecidas. Como por exemplo o Cyro Macedo, 25, que desenvolveu o Festival De Casa que reúne alguns nomes da cena musical de Brasília. “Vi o desespero de alguns por conta do fechamento por causa do Covid-19, e suas precauções e comecei a imaginar o que poderia fazer pra ajudar”, comentou. O De Casa teve início ontem (18) com a apresentação de Cyro e continua com os demais shows até o dia 25 de Março.
“Curto muito o trabalho dos músicos da cena de Brasília, principalmente aqueles que vivem e dependem dela pra sobreviver e tirar seu sustento, tocando em bares, casas e restaurantes.”
– Cyro Macedo
O Rodrigo Saminêz, d’O Cientista Perdido, está participando dessa corrente e segundo ele: “Eu acho muito legal por inúmeros motivos, mas principalmente porque é uma prova viva de que a gente consegue achar uma maneira da engrenagem continuar girando independente do que for. É a prova viva que a arte é resistência, é a prova viva que a arte vai muito além do que muita que é colocada como empecilho.”, avaliou.
“Em todo mundo, temos visto cidades diminuindo impostos, entrando com crédito, pensando soluções junto aos artistas, e é isso que tem que acontecer aqui”
– Luciano Matos, jornalista e criador do Radioca, em entrevista ao CORREIO
Outras iniciativas como o De Casa também estão surgindo, como é o caso do @festivalficoemcasabr, @festivaldasaladecasa e @festival_quarentena também estão promovendo shows ou se organizando para transmitir artistas de diferentes estilos durante a quarentena. Este autor, inclusive, já está dentro do isolamento e recomenda com veemência que você também siga as recomendações governamentais da sua cidade, capriche ao lavar as mãos e utilize álcool em gel também! Proteção nunca é demais, e claro, a quarentena não é férias!
Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia