Há tempos um anime não me chamava a atenção. Acho que por conta da fórmula cansativa das histórias às quais estava acostumado a acompanhar, vide Naruto, Bleach, One Piece (animes longos que vez por outra lançam dezenas de episódios filler, com enredos que não existem na história original). No entanto, Shingeki no Kyojin (Attack on Titan) é diferente, tão instigante que não só me tirou do meu período sem animes como me fez ter vontade de escrever sobre.
A narrativa se passa em um universo onde titãs, criaturas gigantescas com aspecto humanoide e sem inteligência, aparecem sobre a terra e começam a se alimentar de pessoas. Para se salvar, os humanos construíram três grandes muralhas onde reuniram o que restou da humanidade. Após um século do aparecimento dos monstros, uma desgraça acontece: dois titãs de proporções astronômicas aparecem e destroem uma das muralhas, permitindo a entrada de outras criaturas, que criam o caos e comem grande parte da população.
Durante estes eventos somos apresentados ao protagonista Eren Jaeger, um jovem que tem a mãe trucidada por um titã e jura entrar para as Tropas de Reconhecimento, grupo que batalha contra as aberrações para exterminar os monstrengos da face do planeta; ele sai de sua cidade como refugiado junto de sua irmã adotiva Mikasa e o amigo Armin. O trio entra para as forças de combate e ganha experiência para futuras batalhas. A partir daqui uma série de personagens é apresentada ao espectador.
Logo após a formação dos cadetes o temido Gigante Colossal ataca a segunda muralha, deixando a cidade a mercê dos monstros carnívoros, Eren e seus amigos entram em batalha. Começa então uma sucessão de confrontos aterradores e violentos entre a humanidade e os titãs. De um lado, monstros sedentos que só visam a carne humana, do outro, os humanos acuados, tentando sobreviver e descobrir de onde vêm as criaturas. Aos poucos, pistas sobre esse mistério vão sendo dadas. O protagonista está diretamente ligado aos titãs.
Shingeki no Kyojin é, antes de tudo, um mangá de criação de Hajime Isayama, lançado desde 2009 até a atualidade; em 2013 a versão em anime foi lançada, sob direção de Tetsuro Araki. O anime é extremamente eletrizante e cativante, é certeza de vício nos primeiros episódios. Não há muito espaço para enrolação, e sim para muita ação, sangue e brutalidade. As sequências de luta são muito bem construídas e desenroladas, a rapidez com que os guerreiros agem é de encher os olhos de qualquer fã de “desenhos” de aventura, terror e fantasia. A trama é igualmente bem criada, fazendo com que o público se pergunte a todo momento sobre o que vai acontecer, ou sobre de onde veio tamanha intriga.
Claro, SNK tem diversos elementos comuns a todo anime que se preze, como a presença de muitos personagens, cada um com uma característica estereotipada (o medroso, o valente, o inteligente, etc), e de outros tantos subplots, que à vezes servem para esfriar a história, dar um respiro, e outras para elucidar alguma ponta solta. No entanto, tudo é bem dosado, não há comédia escrachada nem encheção de linguiça. Logicamente, se tratando de um anime, há diálogos sem nexo em situações inapropriadas e falas desnecessárias, que ilustram o que já está acontecendo. Mas é normal para esse tipo de arte.
A recepção do público foi ótima, tendo a obra ganho o prêmio de Melhor Anime do Ano pela NewType Anime Award 2013, a mais importante premiação para essa categoria, uma espécie de Oscar dos animes. A primeira temporada teve 25 episódios, deixando os fãs ávidos por uma segunda temporada, que ainda não foi oficializada mas que com certeza acontecerá, devido ao grande sucesso alcançado.
Numa época em que as animações japonesas se apresentam cada vez mais bem construídas, com roteiros elaborados e traços muito bem desenhados, Shingeki no Kyojin é um exemplo máximo de qualidade e diversão garantida. A épica odisseia dos humanos contra os descomunais titãs é de fazer vibrar à cada capítulo. O perigo é não conseguir parar. Recomendadíssimo.
P.S: Se eu pudesse, pagaria para que vocês assistissem. É sério, não deixem de ver. (Risos)
Jornalista, headbanger baterista e metido a roteirista. A rima só não é pior que o gosto por mindblowing movies.
a agum tempo 9bem pouco mesmo..) tinha lido sobre esse anime essa Batalha entre os Humanos e esses Gigantes Canibais!! mas tinha até me esquecido!terminei de ver Bleach Domingo passado e estava essa semana procurando outro anime pra assistir1 quando vi a imagem do gigante vermelho e do rapaz com as duas espadas na mão pronto para enfrenta-lo me lembrei do anime!adorei o teu texto bem esclarecedor sobre as caractéristicas do anime e me fez ficar com muita vontade de assistir o Shingeki hoje mesmo! muito sucesso nesse seu projeto e que ele tenha vida longa e que você seja feliz tanto na sua vida pessoal quanto profissional!!!