“Somos o IRA!, e nós voltamos!”

O Teatro Riachuelo recebeu na noite da última quinta-feira, 14, aquele que, para muitos, era o show mais aguardado do ano. Quem teve essa responsabilidade foi a rapaziada do IRA! que, depois de se separarem por sete anos, voltaram a tocar juntos e entraram de cabeça na nova turnê intitulada “Núcleo Base”.

banda ira (2)
Fotos: Lara Paiva

Antes da banda iniciar sua apresentação, o som ficou por conta do DJ Magão, um nome bastante conhecido em âmbito local, que tem como característica tocar clássicos do rock, como The Cure, David Bowie, entre outros.

Um fato que me chamou atenção é que, devido a parceria do Teatro com a Escola Estadual Raimundo Soares, iniciada esse ano, os alunos tiveram a oportunidade de assistir a algumas apresentações, o que, segundo a professora de artes, Acácia Batista, “é um momento importante para eles, além de ampliar seus valores culturais, é uma oportunidade que muitos talvez não tivessem, devido a questões econômicas, de prestigiar apresentações desse nível. Também serve como aprendizado, já que posso levar alguns elementos daqui para dentro da sala em minhas aulas”, concluiu.

O tão esperado reencontro dos fãs com a banda, enfim chegou, e olha, os caras já começaram bem elétricos, mostrando que voltaram com bastante força. Da formação original só restaram o vocalista Nasi e o guitarrista Edgard Scandurra, que nesses shows está dividindo o palco com seu filho, o baixista Daniel Scandurra. Na bateria, Evaristo Pádua, e nos teclados Johnny Boy, outro com bastante experiência musical.

Como era de se esperar, o grupo fez uma passagem por alguns de seus álbuns, com algumas músicas não tão conhecidas pela maioria do público, a mais recente “ABCD”, e claro, os clássicos que não poderiam faltar, “Envelheço na Cidade”, “Núcleo Base”, a minha favorita “Dias de Luta”, “Flores em Você”, e outras duas músicas que levavam uma pegada bem blues, já que é um estilo de referência para o cantor.

Edgard estava bastante afiado, e mostrou uma técnica incrível na sua guitarra, tocando com maestria, fez solos que arrancaram aplausos da plateia, e alguns olhares de orgulho do Nasi, que afirmou em entrevista recente, “que nunca tinha visto Scandurra tocar tão bem e com tanta energia como nesse momento”.

E por falar no nosso querido “Wolverine”, ele se mostrou impecável no palco, mesmo com algumas limitações, porém, aquela voz de bluezeiro ainda soa muito bem, e mostrou um bom fôlego e presença de palco no show que teve quase duas horas de duração.  Em um certo momento, houve um problema técnico com o guitarrista, mas como ele mesmo disse, o show não pode parar , e os outros músicos improvisaram um pouco e arrancaram aplausos da plateia. Foi em um desses momentos, quando o público gritava o nome da banda, que o vocalista ficou um pouco emocionado e disse “são vocês que nos motivam a fazer isso”, depois agradeceu a todos.

nasi (1)

O que concluo dessa apresentação é que foi uma honra poder estar ali, foi uma noite “fuderosa”, com o perdão do termo pouco apropriado para o jornalismo, mas ideal para definir a sensação. Se viam muitos jovens, alguns caras mais velhos, pais que levaram seus filhos… Acredito que muitos não apostavam na volta, inclusive essa pessoa que vos escreve, porém, como diz aquela música da Legião Urbana, “vamos dar um tempo, um dia a gente se vê”. Não sei se tiveram esse pensamento, mas acredito que descreve bem o momento, e como bem enfatizou o Nasi ao término do show, a verdade é que “Somos o IRA!, e nós voltamos!”

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Caio Rodrigues
Graduado em Comunicação Social(UFRN), vai do rock ao samba, do Poderoso Chefão a Toy Story, como cantava Adoniran Barbosa, “Deus dá o frio, conforme o cobertor”.
Caio Rodrigues

Caio Rodrigues

Graduado em Comunicação Social(UFRN), vai do rock ao samba, do Poderoso Chefão a Toy Story, como cantava Adoniran Barbosa, "Deus dá o frio, conforme o cobertor".

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