Todo Beatlemaníaco precisa conhecer o “Beatles 4ever”

Botar duas meninas que têm um contato especial por Beatles numa pauta para resenhar o show de um cover do quarteto de Liverpool foi fácil e, ao mesmo tempo difícil, pois tem que manter o equilíbrio entre o lado admirador e crítica da apresentação. Assistimos ao espetáculo Bealtes 4ever (lê-se forever). Esta é a primeira banda cover dos ingleses criada no Brasil. O show aconteceu na última sexta-feira (31), no Teatro Riachuelo.

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Beatles Forever fez um show para plateia beatlemaniaca de cabelos grisalhos | Fotos: Leila de Melo

O espetáculo surgiu na década de 1970 após uma extensa pesquisa sobre cenário, discografia e figurinos sobre o grupo. A intenção é fazer uma performance mais fiel possível dos Beatles. O primeiro show aconteceu em 1980, no Teatro Procópio Ferreira.

Após várias formações do grupo, os atuais integrantes atuam juntos desde 2006. A banda é composta por Raffa Machado (interpretando Paul McCartney), Victor D’Mata (John Lennon), Ricardo Felício (Ringo Starr) e Rene Zayon (George Harrison).  “Beatles 4ever” já se apresentou em todos os estados brasileiros ultrapassando a marca de 6.000 shows.

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A apresentação é dividida por três atos, o primeiro está ligado com a “Beatlemania” (1962-1966), fase que mostra o ínicio dos primeiros sucessos e lhes fizeram ter fama mundial. Enquanto eles cantavam, apareciam diversas imagens em telões na lateral do palco, como a apresentação do The Cavern Club, espaço onde eles fizeram suas primeiras aparições.

A intenção é se mostrar o mais fiel possível e fazer com que as pessoas assistam à apresentação do “The Fab Four”. Nesta primeira fase, eles usaram os cabelos de forma de “tigelinha” e os terninhos. Eles abriram com “I Wanna Hold Your Hand”, que arrancou muitos aplausos da plateia, composta por muitos saudosistas e alguns jovens.

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Em seguida tocaram os clássicos que inspiraram a Jovem Guarda como “She Loves You”, “I Should Have Known Better”, “All My Loving”, “A Hard Day’s Night” e o público ficou mais animado quando eles tocaram “Eight Days a Week”, “Twist and Shout” e “Help”. Eles encerraram a primeira fase com “Yesterday”, clássico do Paul McCartney que rendeu vários covers por aí.

Vale salientar que o “Beatles 4ever” conversou com a plateia quase o tempo todo em inglês, com a finalidade de causar a impressão de estarem interagindo com os membros originais. Incluíram até piadinhas que um ou outro Beatle faria se estivesse realmente em Natal. Ficou legal a tentativa, mas o inglês tava mais puxado para um cidadão londrino e o sotaque de Liverpool é mais fechado, quase escocês, veja esta entrevista e escutem o John e Paul.

Vamos para o segundo ato, fase criativa da banda, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1867-1969), disco do grupo que é considerado um dos mais influentes e é conhecido pela icônica capa.

Nesta parte, foram adicionadas canções do álbum “Yellow Submarine” e “Magical Mystery Tour”, eles cantaram também as música “Penny Lane”, “With A Little Help From My Friends” (que ficou conhecida pela incrível interpretação de Joe Cocker no Woodstock) e “Hello, Goodbye”.

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Logo após estas apresentações, veio o terceiro e último ato, que mostra a fase “tenebrosa” da banda, que inclui os dois últimos trabalho, o “Abbey Road” (1969) e “Let It Be”. Nesta parte, os integrantes deixaram a fidelidade de lado e começaram a fazer piadas sobre este período, como os trajes usados (compararam com a roupa de Ringo Starr com a do Sidney Magal), Yoko Ono e sua beleza peculiar e a fase “manicaca” de John Lennon.

Esta parte provocou muitas risadas da plateia. Um momento engraçado foi quando ficaram perguntando por John e ele aparece no meio da plateia fazendo “declarações de amor” para Yoko. Os outros ficaram dizendo que a roupa dele parecia com Roberto Carlos, aí começaram a tocar a introdução de “Detalhes”. O John ficou imitando o brasileiro e falou em inglês “São muitas emoções”. Provocando, assim,  mais ainda os risos.

Vale salientar que foi nesse período que Lennon conheceu Yoko Ono, começou a ter diversos devaneios e as brigas com os outros integrantes se intensificaram. Porém, isto não quer dizer que o encontro atrapalhou no processo criativo, e várias músicas marcantes surgiram.

Assim como nos outros atos, imagens nos telões continuaram a mostrar diversos momentos do “The Fab Four”, tocaram “Don’t Let Me Down”, “Something” e “Come Together”. No final, a banda deixou o inglês de lado e começaram a falar em português para agradecerem à presença do público.  “A nossa vantagem é que a gente faz um show com o público”, disse o baterista Ricardo Felício, interpréte de Ringo Starr.

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O encerramento tinha que ser feito com “Hey Jude”, música que todo mundo cantou junto e a parte final durou uns 10 minutos. Logo após a apresentação, os integrantes tiraram fotos com o pessoal na entrada do Teatro Riachuelo.

A apresentação durou cerca de duas horas, os arranjos das canções estavam super idênticos aos do álbum e usaram até as mesmas guitarras, baixos e bateria que o quarteto utilizava, incluindo o baixo da Hofner de Paul McCarteney.  Apesar de que eu incluiria mais algumas músicas na lista, quem é fã de Beatles certamente não saiu de lá decepcionado.

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Uma curiosidade é que o “Beatles 4ever” entrou no Guinness Books, o livro dos recordes, em 2007 por tocar na ordem cronológica toda a discografia da banda, incluindo os discos especiais, em um show de 16 horas. Além disso, eles tocaram por 24 horas seguidas na Virada Cultural de São Paulo.

Confira a lista das canções que foram tocadas no show do Teatro Riachuelo a seguir:

  1. I Wanna Hold Your Hand
  2. She Loves You
  3. All My Loving
  4. I Wanna Be Your Man
  5. Twist and Shout
  6. A Hard’s Day Night
  7. I Should Have Known Better
  8. Eight Days a Week
  9. Can’t Buy Me Love
  10. Help
  11. Ticket to Ride
  12. Yesterday
  13. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
  14. With A Little Help From My Friends
  15. Lucy in The Sky With Diamonds
  16. Hello, Goodbye
  17. Penny Lane
  18. Yellow Submarine
  19. Don’t Let me Down
  20. Something
  21. Come Together
  22. Let it Be
  23. Hey Jude

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Lara Paiva
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.
Lara Paiva

Lara Paiva

Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.

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