Poucos escritores de ficção científica conseguem criar obras que marcam a literatura, não por falta de esforço ou criatividade, mas sim por falta de um enrendo que a cada palavra faça o leitor se desafiar, se maravilhar, usando a sua imaginação de forma plena e tentando, a cada frase, a cada ação, desenvolver em sua mente aquele mundo misterioso e maravilhoso que se torna único. As melhores obras do gênero são aquelas que fazem o leitor viajar por cada página, se colocar dentro da ação, se tornar o personagem, gerar a tão falada catarse. Sendo sincero, querido leitor, são poucos que me fazem realmente adentrar no mundo maravilhoso da ficção. Dentre alguns autores favoritos destaco os grandes como Arthur C. Clarke, H. G. Wells, Philip K. Dick, J. R. R. Tolkien, Isaac Asimov e Bráulio Tavares.
Contudo, aviso que essa pequena lista que desenvolvi no primeiro paragrafo são os meus favoritos, existem outros milhares de escritores tão bons quanto os que destaquei, até porque não conheço todos. Essa semana finalizei a leitura de um livro de ficção científica que a Editora Aleph me enviou, se trata da obra “Um Cântico para Leibowitz”, de um autor que até então era desconhecido para mim, Walter Michael Miller Jr.
Você, colega fã de ficção científica, deve agora estar se perguntando: “Como não conhece essa obra?” Pois é, meu querido leitor, me coloco agora como um leigo da ficção científica, por muitos anos essa obra prima foi marginalizada por esse que vos escreve. Graças ao mistério que envolve nossas vidas, quis o destino que eu fosse incumbido de escrever um pequeno artigo sobre o mesmo e digo mais, ainda bem que coube a mim esta tarefa.
Um Cântico para Leibowitz é uma obra que tem como principal foco criar um romance de ficção científica pós-apocalíptico. Miller coloca seus personagens dentro de mosteiro católico no deserto do sudoeste dos Estados Unidos depois de uma devastadora guerra nuclear, a história se estende por milhares de anos e conta como a civilização se reconstrói tanto fisicamente como culturalmente. O livro foi baseado em três contos que o autor escreveu com o intuito de contribuir para a revista The Magazine of Fantasy & Science Fiction, é também o único romance publicado pelo autor durante sua vida.
A obra traz como enredo a reconstrução da civilização pelos que conseguiram sobreviver à guerra mundial nuclear conhecida como “A Chama do Dilúvio”, travada ainda no século 20. A história começa 600 anos depois dessa guerra, o texto revela como resultado do evento uma reação violenta contra a cultura de conhecimento e tecnologia avançada que levou ao desenvolvimento de armas nucleares. O autor também traz na obra uma crítica bastante sutil sobre a guerra fria que, por muitos anos, gerou na sociedade o medo de um conflito nuclear entre EUA vs. URSS.
Finalizo essa matéria reformulando a minha pequena lista de autores de ficção científica: Arthur C. Clarke, H. G. Wells, Philip K. Dick, J. R. R. Tolkien, Isaac Asimov , Bráulio Tavares e Walter M. Miller Jr. Para você que conhece a obra, sabe do seu valor para a historia da ficção, certamente sabe também que ela levou o prêmio literário Hugo Award. Já você, leitor que assim como eu, desconhecia por completo a existência dessa obra e é um fã de ficção científica, fica intimado a ler este livro que tem uma ótima versão recém lançada pela editora Aleph.
Fã de cinema desde de criança, estuda Arte e Mídia na Universidade Federal de Campina Grande (Paraíba). Tem como principais paixões a música, os quadrinhos e o cinema.