A Carrie dos 30 finalmente se esbarrou com a Carrie dos 16. O lugar desse encontro não poderia ser outro que não as ruas de Manhattan, com um cosmopolitan em mãos e acompanhada de Samantha Jones. Por ser a própria tradução de Nova Iorque, Carrie Bradshaw precisa da Big Apple para poder encontrar a sua história. The Carrie Diaries nasceu despretensiosamente. Mas parece que, na segunda temporada, a Carrie dos Diários encontra sintonia com a Carrie que nos deixou saudade nos anos 90.
Para quem não conhece as duas histórias pode soar confuso a temporalidade dos seriados. Sex and The City foi uma das séries de maior sucesso do final dos anos 90. A garrota Carrie encontra na metrópole do mundo inspiração para a coluna Sex and The City do jornal The New York Star e por que não para a sua própria vida. Entre amores, desamores, casos e descasos, Bradshaw nos fala sobre relacionamento, sexo, amizade e Nova Iorque. Sex and The City é uma explosão dessa vida cheia de exageros que foi a década de 90. E não, minha amiga, Carrie não pode ser traduzida como uma mulher fútil compulsiva por sapatos.
The Carrie Diaries não se propõe a ser Sex and The City. Como fã da Carrie dos anos 90, confesso que quando assisto a Carrie dos Diários fico sempre procurando semelhanças e diferenças. As diferenças começam a partir do momento que The Carrie Diaries conta a história da little Carrie, uma menina ainda virgem vivendo em 1984. Além de virgem (se Carrie fosse real, ela estaria agora rindo desse adjetivo), a little Carrie vive os dilemas do ensino médio, esse tempo meio sombrio da vida de qualquer um de nós.
As semelhanças são inevitáveis. É impossível escutar o texto de fim de episódio da little Carrie e não lembrar da older Carrie. A little Carrie tem sua vida amorosa centrada no bonitão da escola. Assim como a older Carrie só conseguiu amar Mr. Big. Meu coração até que quis encontrar uma ligação entre Sebastian Kydd e Mr. Big, mas não, só existe um Big nessa vida. A fusão mais nítida entre as Carries só ocorre quando a little Carrie passa a viver Nova Iorque. Ainda na primeira temporada de The Carrie Diaries, a relação entre Carrie e a Big Apple se estreita. Mas é somente na segunda temporada que a little Carrie parece ter saído da mesmíssima história que um dia protagonizou a older Carrie.
A peça chave desse encontro é Samantha Jones. A little Carrie até tem um grupo de amigos em Conecticut, mas nada perto do que vem a ser o furacão Jones. Na segunda temporada de The Carrie Diaries, a sensação que fica é que a little Carrie tem tudo para ser a nossa Carrie de sempre, já que os próximos episódios da série vão se passar em Nova Iorque e com a mais nova personagem Samantha acrescida ao elenco. Além do que se observa agora uma Carrie cheia de atitude e que vai deixando de ser little para quem sabe ir ao encontro da mulher Carrie.
Fora as ligações diretas que nos levam a Sex and The City, The Carrie Diaries é um bom seriado. Existe uma referência clara a década de 80, nas músicas ou nas roupas, que só tornam a série mais charmosa. The Carrie Diaries consegue ser um seriado interessante e que se sustenta caso você nunca tenha assistido a Sex and The City. Mas se a sua ligação com a série começou por causa da musa dos anos 90, eu aviso logo que a segunda temporada vai te matar um pouco das saudades dessa louca nova-iorquina que sempre tem a nos ensinar sobre o sexo e a cidade.