Durante a última semana aconteceu em Natal a 26ª edição do Festival de Cinema de Natal. Esse ano com estrutura um pouco mais reduzida e alguns obstáculos no percurso, o FestNatal, organizado pelo jornalista Valério Andrade com apoio de comissão local e carioca, sobreviveu e novamente prestigiou grandes nomes do cinema nacional. De 09 a 13 de dezembro, o Festival aconteceu nos turnos vespertino e e noturno, com locação no auditório da Fiern e da Assembleia Legislativa, onde foram exibidos os seis documentários e os cinco longa-metragens de ficção concorrentes. Confira aqui os títulos que participaram do Festival.
Na noite de ontem (14), aconteceu no Restaurante Chapéu de Palha a cerimônia de encerramento e premiação dos vencedores que levaram para casa o prêmio do Festival: a Estrela do Mar.

Por volta de 20h os convidados começaram a chegar, mas apenas às 21h30, aproximadamente, deram-se início às formalidades, com os discurso de Valério Andrade e de Iaperi Araújo, Presidente do FestNatal. Em seguida, sem atrações prévias ou enchimentos de linguiça começaram as premiações:

Dois prêmios de honra foram concedidos e só então os vencedores dos prêmios principais da noite começaram a ser anunciados. O primeiro deles foi o filme Combinando a Malandragem, de Silvio Coutinho, que recebeu uma menção honrosa. Também na categoria de documentários foi concedida uma menção honrosa para o personagem do mesmo filme, Mário Vivas, por sua contribuição inestimável à obra. Contudo, o prêmio de Melhor Documentário ficou com o filme A Alma da Gente, dirigido por Helena Solberg e David Meyer.

A categoria Melhor Atriz tinha em competição nomes como Marieta Severo (Vendo ou Alugo) e Ana Paula Arósio (Anita e Garibaldi), e também a jovem e bela Ísis Valverde, por sua atuação em Faroeste Caboclo. Mas a Estrela do Mar foi para a linda e esforçada Miriam Freeland, por seu papel digno de reconhecimento no filme Mão na Luva. “Esse prêmio é muito importante para mim porque foi a primeira vez que eu fiz cinema. Começar ganhando um prêmio por esse papel é muito bom”, disse a atriz em seus agradecimentos. O filme, que tem como temática uma noite de separação entre um casal juntos há mais de dez anos, é uma adaptação do teatro para o cinema feita com competência pelos diretores Roberto Bomtempo e José Joffily. A obra acabou por render à dupla também o prêmio da noite de Melhor Direção.

O ator Fabrício Boliveira, de Faroeste Caboclo, foi reconhecido pelo júri do Festival com uma menção honrosa, mas o prêmio de Melhor Ator foi para Murilo Rosa, por sua atuação no longa Vazio Coração (dirigido por Alberto Araújo) que, segundo o próprio ator, “é uma homenagem à família”, focando na relação difícil entre pai (Othon Bastos) e filho (Murilo). A produção, que emocionou o público quando foi exibida na última sexta-feira (13), fechando a mostra de filmes de ficção, acabou arrebatando o prêmio principal da noite, o de Melhor Filme.

Depois de uma noite modesta, mas bastante significativa para os presentes, o Festival encerrou-se com a promessa de ser programação fixa do Natal em Natal novamente próximo ano, e com a determinação cada vez maior de continuar cumprindo com o seu papel cultural na cidade do Natal.
Melhor Documentário: A Alma da Gente
Melhor Atriz: Miriam Freeland (Mão na Luva)
Melhor Ator: Murilo Rosa (Vazio Coração)
Melhor Diretor: Roberto Bomtempo e José Joffily
Melhor Filme: Vazio Coração

Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora deste site.