5 motivos para não esquecer Robin Williams

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Diferente de muitos atores, Robin Williams não começou nos palcos de teatros, ou melhor, começou lá, mas não como ator, e sim como comediante. Descobriu seu talento para a comédia e imitação na infância, ao imitar sua avó materna para sua mãe, Mrs. Laura Smith. Sua carreira fazendo stand-up comedy começa na década de 70, abrindo caminho para algo bem maior: sua carreira no cinema.  Logo no início, sua performance em Bom Dia, Vietnã, de 1987, lhe rende uma indicação para o Oscar de melhor ator. Deslanchado com a honra de uma indicação, Williams ao logo dos anos se posicionou como um dos mais talentosos atores de uma geração que viveu guerras, quentes (Vietnã) e frias (EUA x URSS), mas que encontrou na arte uma válvula de escape do horror para mostrar de forma crítica e sensível as diferentes realidades do mundo. Selecionamos uma lista de 5 motivos para não esquecer Robin McLaurin Williams:

1 – Bom Dia, Vietnã (1987)

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Essa obra dirigida por Barry Levinson superficialmente é taxada de comédia, e pode até ser pelo seu humor contagioso, mas tudo se trata de uma crítica ferrenha ao ataque injustificado dos EUA ao Vietnã nos anos 60, mas precisamente no ano de 1965, ano em que o radialista Adrian Cronauer (Robin Williams) é mandado para Saigon para trabalhar na rádio do exército norte-americano. Com uma forte censura imposta pelos generais da base, Audrian era encarregado de informar aos soldados as mais supérfluas notícias,  lhes tirando a compreensão e o raciocínio perante a guerra que cada vez mais se aproximava. Soldados que questionem, só obedeçam. Com o que podia divulgar, o radialista fazia grandes críticas ao governo, sem perder o bom humor. É nesse filme que Williams apresenta toda a sua desenvoltura para a imitação, copiando as vozes e os trejeitos dos personagens para ampliar sua locução.

2 – Sociedade dos Poetas Mortos (1989)

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Essa poderá ter sido a mais significante obra interpretada por Robin, pois o legado que ele deixou a inúmeros professores e estudantes sobre um sistema educacional que incentivasse a coragem de realizar seus sonhos, de estabelecer uma relação verdadeira entre aluno-mestre e de descobertas pessoais se apresenta hoje como uma das obras cinematográficas mais lembradas da década de 80. Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, apresenta a realidade de alguns estudantes da aristocrática Welton Academy. John Keating (Robin Williams), que foi ex-aluno da instituição, volta como professor de literatura. Mas diferente dos professores normatizados, Keating toma pra si a tarefa de transformar aqueles jovens em homens de atitude, que tenham a coragem de acreditar em seus sonhos e de lutar por seus desejos. Carpe Diem, “Aproveite o Dia”, seria só mais um discurso, se não fosse pelo seu forte significado a toda uma juventude oprimida.

3 – Aladin (1992)

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Williams não só foi um grande ator, como de certo modo abriu as portas das grandes produções de animação. Já celebrado pela crítica, o ator emprestou sua voz ao gênio da lâmpada, na primeira versão de Aladin, filme de John Musker e Ron Clements. Nessa obra, Robin marcou na memória de todos a imagem da criatura mágica que sonha em ganhar sua liberdade. Já deu pra perceber que a imagem do ator sempre vem atrelada a um adjetivo que muito lhe cai bem, o de libertário. Depois do sucesso de Aladin, as indústrias de animação, como a Disney, começaram a contratar a partir daí grandes estrelas do cinema para dublarem seus personagens.

4 – Patch Adams – O Amor é Contagioso (1998)

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Esse talvez tenha sido o filme que mais inspirou pessoas a seguir na carreira da medicina, pelo menos eu conheço algumas que a mim confessaram esse sentimento. A forma como o diretor Tom Shadyac conduz a história de vida de Patch Adams (Robin Williams) é sentimentalmente e ideologicamente impactante. Após uma tentativa de suicídio, Patch é internado numa clínica e estando lá ele percebe que tudo é feito para restaurar o corpo dos pacientes, mas seus lados passionais são deixados de lado. Após sair da clínica, Patch se dispõe a mudar essa realidade ingressando no curso de medicina e tratando, da sua maneira, aqueles que muito mais do que algumas gotas disso e um exame daquilo, precisam mesmo é de um sorriso ou de um minuto de atenção.

5 – O Som do Coração (2008)

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Como já deve ver pelo título, Som do Coração tem uma trilha sonora impecável, que arranca arrepios e lágrimas a cada nota. Diferente dos filmes anteriormente citados, neste Williams é coadjuvante, interpretando o divertido Wizard, que vive nas ruas de Nova York ao lado do órfão August Rush (Freddie Highmore). August, que nasceu com um dom extraordinário, consegue transformar tudo o que escuta em música, e contando apenas com o seu talento, ele decide tentar reencontrar os seus pais.

Robin, nós d’O CHAPLIN, como admiradores (vulgo cinéfilos crônicos e descontrolados), só queríamos agradecer por toda a sua contribuição à sétima arte. Sem você, pode acreditar, não teríamos rido e chorando tão compulsivamente como fizemos. Não teríamos tamanha admiração, como temos hoje, por nossos professores revolucionários, que por sua causa também mudaram pra nos inspirar a sermos os nossos sonhos. Sem você, seríamos bem menos, mas não somos mais.

Adeus, meu capitão!

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Gustavo Nogueira
Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.
Gustavo Nogueira

Gustavo Nogueira

Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.

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