A série que levou um dos principais nomes que modificaram o conceito de “terror” na década de 90 volta para as pequenas telas e não agrada muito. Scream, série de TV produzida pela MTV que estreou em junho deste ano e chegou dias atrás ao canal de streaming Netflix, traz uma premissa e um enredo muito parecidos com o primeiro filme Pânico (1996), porém contextualizado no século XXI, na era tecnológica onde tudo pode ser controlado com um toque ou um comando de voz no smartphone.
A história tem seu ponto de partida logo após um vídeo íntimo de uma garota na cidade de Lakewood vazar na internet. A cidade é marcada por um assassino em série chamado Brandon James e após 20 anos dos acontecimentos com Brandon e Daisy (mulher por quem Brandon era obcecado), alguém decide dar continuidade ao trabalho do serial killer. Apesar do mistério ser muito bem administrado durante os 10 episódios que compõem a primeira temporada, o drama e os acontecimentos, e até a motivação do vilão da história, se mantêm fracos.
Estereótipos perfeitos de personagens também estão presentes na série, entretanto isso é criticado com muita ironia e sarcasmo partindo de alguns personagens. As atuações de todos os personagens parecem muito com os personagens de 96 e a comparação é inevitável.
Devidas palmas para Wes Craven, criador de toda a mitologia Pânico (graças a ele temos as franquias Pânico e Hora do Pesadelo, desgastada pelos anos), cuja contribuição para o gênero transcende as décadas. Craven nos deixou em 30 de agosto deste ano.
Infelizmente, Scream não tem atuações memoráveis, entretanto é uma nostalgia incrível para aqueles que viveram a época em que Pânico era moda. Porém, para os mais jovens ou mesmo para os que acompanharam as sequências mirabolantes da franquia, a série não é muito agradável, com um enredo fraco, sobressaindo o mistério que envolve a série, e que ainda continua sendo relativamente bom.
Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia