A cidade fictícia de Gotham, um mundo fechado com apenas um justiceiro e literalmente um comboio de vilões, parece impossível de ser adaptada para uma série de TV, não é mesmo!?
Errado! Apresento Gotham, a série que não trata sobre o Deus da DC Comics, mas sobre um cara que está a sua sombra, James Gordon.
Logo de início a série já deixou sua marca transmitindo um episódio piloto espetacular com todos os personagens que se envolveriam na vida de Bruce Wayne e James Gordon, e claro, o encontro das duas maiores figuras da cidade mais criminosa de toda a DC Comics. Personagens como Selina Kyle, Ivy, Alfred, Harvey e outros coadjuvantes participaram ativamente de todos os episódios, exceto Ivy que apareceu em um episódio no início da temporada e só reapareceu muitos episódios depois.
A primeira temporada é marcada pela disputa de poder dentro da máfia italiana, com conflitos entre diversas famílias e dentro delas próprias. Fish Mooney, personagem de Jada Pinkett Smith, que dá um verdadeiro show na temporada inteira, é o principal motivo, junto com Oswald Cobblepot (Pinguim), da guerra nas ruas escuras de Gotham City.
O desenvolvimento de James Gordon é bem interessante, lembra muito a essência dos quadrinhos, em que ele está em seus primeiros anos de polícia e busca fazer o melhor para a cidade tentando, quem sabe, um dia limpá-la de vez. Outra evolução também interessante é a de Bruce Wayne, como aquele garoto que um dia irá se tornar o protetor da cidade, observada através das pistas deixadas a cada episódio. A sede de justiça já foi encravada nele desde a morte dos pais no primeiro episódio e só aumenta no decorrer da temporada.
É fato, entretanto, que a série tem personagens totalmente descartáveis, como por exemplo, Barbara Kean, personagem totalmente rica em drama que não contribui em nada para a história, de longe a que mais “choraminga” pelos cantos por não ter conseguindo isso ou aquilo com seu interessado amoroso, o saudoso James Gordon.
Sobre a galeria de vilões apresentada na série, todos eles tiveram, por assim dizer, sua origem contada durante os episódios, o que torna divertido a missão de descobrir quem será o vilão apresentado na semana, quem seria mostrado ou mesmo, quem seria melhor desenvolvido. Alguns não tiveram espaço na primeira temporada e apareceram timidamente em um ou outro episódio, compensados talvez por vilões-protagonistas como Pinguim, Ed Nygma (futuro Charada) e Fish Mooney, que tiveram destaques notáveis em toda a temporada, com atitudes de cair o queixo.
Outros personagens da mitologia Batman, tal como Alfred e a família Grayson, também foram citados e apareceram de forma ativa na vida do pequeno Bruce. Por conta dos seus vários hiatos, Gotham, infelizmente, caiu drasticamente na qualidade, principalmente na “season finale”, o que atrapalhou totalmente a história, pois usou a personagem mais chata de toda a temporada, com um destaque inimaginável e isso atrapalhou bastante. Porém vale ressaltar que a sequência final do último episódio conseguiu reacender o fogo lá do inicio da temporada e acabou de forma esplêndida.
Deste modo Gotham teve alguns problemas durante a temporada, é claro, mas não deixou a desejar em outros aspectos da história. Personagens mal aproveitados com certeza serão explorados na segunda temporada que estreou ontem, dia 21, nos EUA .
Fica aqui o meu anseio para a nova temporada de Gotham.