A morte do demônio: A versão nova de uma velha história

Antes de ir ao cinema vê-lo, vale frisar que esse é um filme do estilo gore, também chamado de splatter, cujo foco principal, além do evidente terror, é o visceral, o violento e o choque. Prepare seus nervos para ver muito sangue, muita baba, tripa, pus, mutilação, estupro, palavrões e outras belezas parecidas, quase sempre criados por meio de efeitos físicos como maquiagens, próteses e sangue artificial, evitando o uso de computação gráfica sempre que possível. O motivo? Assim é mais real. A ideologia desse subgênero do terror é mostrar a vulnerabilidade do corpo humano e teatralizar algo impactante, como é o caso de um membro mutilado. Quem vê um filme gore busca algo liberal, inventivo, chocante e mórbido, mas também acaba rindo pelo ocasional excesso desses elementos.

Mia, personagem principal do filme, já possuída e trancafiada

Releitura de mesmo nome do filme lançado em 1981, dirigido e roteirizado por Sam Raimi, desta vez The Evil Dead foi lançado em abril de 2013, sendo dirigido por Fede Alvarez. Em seu roteiro, podemos observar um grupo de jovens, Mia (Jane Levy), David (Shiloh Fernandez), Natalie (Elizabeth Blackmore), Olivia (Jessica Lucas) e Eric (Lou Taylor Pucci), se hospedando numa cabana isolada e dentro de uma floresta, para ajudarem Mia a se livrar do vício em drogas. O que esperava ser uma temporada tranquila e quieta entre amigos toma proporções aterrorizantes quando Eric descobre o Livro dos Mortos em uma mesa e o abre, as consequências desse ato refletindo-se diretamente na jovem viciada.

Natalie prestes a mutilar o braço endemoninhado

A morte do demônio é um show de efeitos físicos: tudo bem feito, cruelmente real e assustador, fazendo com que o telespectador sinta repulsa e ao mesmo tampo, compaixão pelos ferimentos apresentados, mesmo sabendo que é tudo mentira. Merece destaque também o evidente esforço dos atores para fazer do filme o mais real possível, além de o longa possuir um áudio incrível, impregnando a película de tensão, estranheza e medo, o que ajuda bastante nas cenas de susto, perseguição e mutilação . O filme original se destacou por ser o pioneiro na temática de filmes de terror tendo uma cabana como cenário principal, mas o roteiro de sua releitura, por sua vez, deixa muito a desejar. Se você for surdo ou não entender a língua em que está o filme, não se preocupe, você ainda será capaz de compreendê-lo pela própria previsibilidade existente no longa, sendo esse seu ponto fraco, por mais que o roteiro não seja o foco principal de filmes do gênero.

Um dos cartazes do filme

Uma das cenas mais chocantes e dolorosas é a primeira tentativa de fuga de Mia, que acaba se embrenhando noite adentro na floresta desconhecida onde a cabana está, mas como Eric já tinha aberto o Livro dos Mortos, o demônio persegue a menina por ela estar desesperada e fragilizada em virtude do vício em drogas, fazendo com que a própria floresta se encarregue de capturá-la, tendo árvores cujos galhos se prendem aos membros da garota, acabando com um enojante estupro. Outra cena doentia é o demônio, já encurralado e sem saída e com aqueles olhos malignos, usa a voz de Mia para cantar uma canção de ninar, uma tentativa de persuadir David, irmão da garota, a libertá-la, não dando certo. Vale a pena ver o filme para saber como acabou.

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Clara Monteiro
Estudante de Enfermagem que se mete em letras, músicas e desenhos. Segue a filosofia de que a vida é muito curta para gastá-la com preocupações. Dificilmente algo conseguirá surpreendê-la. Lê tudo, assiste tudo, vê o lado bom de tudo. É editora deste site.
Clara Monteiro

Clara Monteiro

Estudante de Enfermagem que se mete em letras, músicas e desenhos. Segue a filosofia de que a vida é muito curta para gastá-la com preocupações. Dificilmente algo conseguirá surpreendê-la. Lê tudo, assiste tudo, vê o lado bom de tudo. É editora deste site.

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