Ainda Não Lhe Fiz Uma Canção de Amor: Como sensibilizar em 15 minutos

Sábado (14) foi dia de ver “Ainda não lhe fiz uma canção de amor“, curta de estréia do jornalista e cineasta, Henrique Arruda, produzido através de uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. Nós, d’O Chaplin, acompanhamos o lançamento do filme e o definimos como: esteticamente bonito, sensível, romântico e “chupa família tradicional brasileira”.

A narrativa da história foi um dos grandes acertos do diretor, que optou por contá-la em atos, como peça de teatro, sendo cada um deles concebido a partir de um gênero musical. Usando-se da técnica de reverse chronology (cronologia reversa), bem conhecida e contemplada tanto na literatura  (Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis)  como no cinema (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Michel Gondry), a história inicia-se com a sua conclusão.

O filme narra a história do casal Greg e Alessandro, respectivamente: um músico e o outro fotógrafo. Os dois se conhecem em um bar, casualmente e a química é imediata, visível, tanto que mais parecia que os atores eram namorados na vida real.

 

Os personagens Greg e Alessandro
Os personagens Greg e Alessandro

O curta mostra os dois lados de uma relação, a vulnerabilidade do ser humano, inerente a todos.

Uma coisa interessante neste filme é a forma despretensiosa e natural como a relação é tratada. Embora seja um casal homossexual, as questões e conflitos abordados no filme independem de gênero, as problemáticas são inerentes ao ser humano.

Outro ponto positivo para na obra são as influências culturais que o diretor inseriu, se você tem entre 20 e 25 anos certamente também irá notá-las, geração Mtv, é tudo que posso adiantar!

 

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Também mostra influências de alguns filmes internacionais cult, como Vicky Cristina Barcelona, do diretor Woody Allen, algo que foi admitido pelo Henrique Arruda no making off.

O cenário e figurino foram muito bem escolhidos, pois as roupas mostravam o comportamento de cada um dos personagens. O Greg, por exemplo, como é músico e vive na noite, se veste de uma forma mais despojada e alternativa que o Alessandro. O apartamento onde boa parte das cenas são rodadas, traz uma atmosfera discreta e reservada como o fotógrafo e às vezes artística como Greg.

Por falar em influência, Henrique enfatizou as suas em cada cena de “Ainda não lhe fiz uma canção de amor”. Por exemplo, em uma das cenas do filme temos a participação do músico potiguar Luiz Gadelha, que também assinou a trilha sonora do curta. Vale destacar que a canção dele, intitulada “Venha aqui“, foi uma das inspirações do diretor para fazer o filme.

Para um filme de estreia, Henrique está trabalhando como um grande profissional e aguardo novas produções dele. Além disso, estou esperando ansiosamente a sua participação no Goiamum 2016, sei que existem grandes chances do cineasta ser premiado, fica a torcida.

Perdeu a estreia? Não tem problema!

O filme em breve será exibido no festival Trinca Audiovisual.

 

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Lara Paiva
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.
Lara Paiva

Lara Paiva

Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.

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