Há 26 anos, nascia, no Rio de Janeiro, o Centro de Experimentação Poética (CEP). Palco sagrado, onde já se apresentaram nomes como Michel Melamed, Viviane Mosé, Rubinho Jacobina, Botika e Ericson Pires, o CEP 20.000 é uma criação dos poetas Chacal e Guilherme Zarvos e sempre foi um espaço aberto para performances, leitura de poesia, música, teatro e artes visuais, geralmente com caráter experimental e diverso em artistas e estilos. Fixado no Espaço Cultural Sérgio Porto, no bairro do Humaitá, tem à sua frente Chacal, além de contar com um time de gente nova na produção, como Santiago Perlingeiro, Theodora Duvivier, Raquel Diamantas, Vidi Descaves e Gabriel Lessa.
Falando sobre o CEP, Chacal declara: ”Ele faz parte das minhas células. Existimos juntos.” E é mesmo assim, inclusive para outras dezenas de artistas cariocas, que praticamente foram criados no CEP. Matilde Campilho, por exemplo, fez sua primeira leitura em público no palco do CEP. Nomes da poesia brasileira contemporânea como Mariano Marovatto, Pedro Rocha, Lucas Matos, Ismar Tirelli Neto, Domingos Guimaraens e Dimitri Rebello, da banda Diahum, também sempre são presença cativa.
O projeto é tão importante no cenário carioca que ganhou uma peça: um monólogo chamado Uma história à margem, inspirado no livro homônimo lançado por Chacal em 2010, que fala sobre toda essa geração não com nostalgia, mas de uma forma que expressa o que há de mais vivo e sagaz em todos esses anos de CEP, desde sua fundação até os dias atuais. O monólogo, inclusive, já foi apresentado em Harvard, onde Chacal foi falar sobre a poesia marginal.
Cada edição do CEP possui um tema-guia para a noite. O último tema foi oVo, e o próximo será Cepésujo, na edição de 28 de abril, propondo uma reflexão contra a cultura gourmet, fashion e extremamente consumista. Alguns nomes já estão confirmados, como Vera K., o Mulheres de Buço e o Chico Chico.
Atualmente, o Centro de Experimentação Poética é contemplado com um fomento da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, após 2 anos funcionando exclusivamente com o valor arrecadado na bilheteria. O preço da bilheteria passa a ser único, apenas 5 reais.
Poeta, estudante de Multimídia, formada no curso FIC de Roteiro e Narrativa Cinematográfica pelo IFRN, apaixonada por História da Arte e fotografia.