A quinta edição da Feira de Livros e Quadrinhos (FLiQ) aconteceu durante quatro dias e um lugar novo. Dessa vez, o evento que costumava ocupar um dos pavilhões da Cientec foi recebido pela Cidade da Criança, no bairro do Tirol, reaberta ao público no ano passado após anos de reformas. Conferimos dois dias de eventos e contamos algumas novidades sobre a feira que tentou se renovar neste ano.
Apesar da presença do cantor e compositor Leoni, que debateu sobre música e literatura, a programação desse ano foi mais voltada para artistas potiguares, como os autores do selo Jovens Escribas, Editora Tribo e da MBP. Isto mostra que o evento já consegue se mover com as próprias pernas, destacando mais artistas do Rio Grande do Norte. Este resultado se deve ao amplo crescimento nos últimos 10 anos de editoras e autores.
Contavam-se nos dedos as editoras existentes da cidade e era difícil realizar a divulgação de forma independente. Muitos enviavam suas obras para grandes editoras como forma de conseguir alguma visibilidade. Mas parece que o jogo virou. Tanto que muitos frequentadores saíram de sacolas cheias com livros paridos pelos principais selos da terra.
Com o advento das mídias sociais, a divulgação teve uma “mãozinha” e começou a ganhar espaço da imprensa local.
Apesar disso, vale salientar que ainda estamos engatinhando em comparação à Paraíba e Pernambuco, estados vizinhos que locam muitos quadrinistas e escritores.
O intercâmbio cultural também cresceu nesta edição, escritores de outros estados vieram às terras potiguares para divulgar o seu trabalho. Destaque para a editora Livrinho de Papel Finíssimo, editora pernambucana que elabora os seus próprios papéis e capas de livros e zines com excelente qualidade, sem precisar de um selo de renome para conseguir explorar os seus respectivos trabalhos.
Assim como nos anos anteriores, a feira teve espaço para o cordel, tradicional movimento literário do Nordeste. Os cordelistas divulgavam seus poemas nos corredores da Cidade da Criança ou em palestras e encontros.
Uma das novidades deste ano foi a participação de jogos eletrônicos. Pera aí, a FLiQ virou o Saga ou Yujô? Não. Apesar de alguns criticarem o espaço, eu gostei, foi um acerto e algo inovador à proposta do evento, visto que a indústria de jogos do Rio Grande do Norte está crescendo e muitos admiradores de HQs são também fãs de jogos. Além disso, a FLiQ sempre teve proximidade com a cultura pop. Lembra-se dos desfiles de cosplays nas primeiras edições?
A Cidade da Criança foi o lugar ideal para que se acontecesse o evento, uma vez que possui uma biblioteca e vários espaços que estimulam a criatividade e a infância. Além disso, permite ao visitante explorar lugares do parque, como quiosques, pedalinhos, mini zoológico e a bicicleta.
O único problema do novo local é a localização, pois não existe ônibus que circule na Avenida Rodrigues Alves e os visitantes que se desloquem de transporte público precisam caminhar três quarteirões para chegarem ao destino.
Com alguns ajustes, a FLiQ na Cidade da Criança tem tudo para continuar dando certo. Fica a nossa torcida para uma próxima edição de sucesso em 2016.
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Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.