A DreamWorks Animation, concorrente da Disney/Pixar e provavelmente o segundo maior estúdio de animação em atuação atualmente, vem entregando há alguns anos produções cada vez melhores e que não deixam a desejar em nada para os fãs de animações. Em 2010, foi lançado “Como Treinar Seu Dragão”, o primeiro da franquia composta por três filmes adaptados da série literária escrita por Cressida Cowell. Apesar do nome pouco cativante, o filme foi sucesso de bilheteria, e obteve lucro três vezes maior que o seu orçamento, garantindo o lançamento de Como Treinar Seu Dragão 2, que chegou às telonas em meados deste ano. O terceiro filme tem previsão de lançamento para junho de 2017.
Como Treinar Seu Dragão 2 traz a continuação da história de Hiccup (em português, Soluço), um jovem viking que decide treinar dragões em vez de matá-los, como era de praxe na aldeia de Berk, onde mora. Hiccup acaba provando que é possível conviver e ser amigo dos dragões e seus métodos são copiados por toda a comunidade no primeiro filme. Já na continuação, “Como Treinar Seu Dragão 2”, cinco anos mais tarde, Hiccup encontra-se em conflito interno, pois não se vê como o chefe de seu povo, desejo de seu pai, que é o líder de Berk, e nem consegue enxergar qual o melhor caminho a seguir nem de onde partem suas inclinações para a habilidade com o tratamento com dragões.

Não se pode negar que Como Treinar Seu Dragão 2, dirigido por Dean DeBlois, seja um grande filme. Os personagens são bem construídos, tanto no quesito gráfico quanto psicológico, as escolhas para os dubladores cativam (entre eles, Gerard Butler, Kristen Wiig, Cate Blanchett e Jonah Hill), e a história não é desinteressante. Mesclando bastante ação, um pouco de drama familiar, uma pitada de romance, e uma linda história de amizade entre um garoto e seu dragão, o filme se mostra completo, bem-feito, e certamente é capaz de prender os espectadores mais exigentes do gênero.
Mas como tudo tem um porém, em meio às receitas semi-prontas das animações, é necessário um pouco mais que colocar todos os ingredientes e mexer com competência para acarretar em uma mistura espetacular. Senti falta de inovação, de algum aspecto que me fizesse apegar e exclamar: “uau, que sacada!”. Ainda não foi dessa vez que a DreamWorks me provocou lágrimas ou suspiros com suas animações, mas penso que o estúdio está indo no caminho certo. O mérito de Como Treinar Seu Dragão 2 é o de um entretenimento competente para todas as gerações, e é necessário bastante engenhosidade para tanto.

Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora deste site.
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