Daehyun Kim é um artista coreano nascido em Seul que, desde quando estudava pintura oriental na universidade, trabalha numa série de desenhos chamada Moonassi. É sobre essa arte e sua poesia que vamos falar.

A indicação da história acadêmica de Daehyun, no parágrafo anterior, não é apenas formalidade. Conhecendo a sua formação especializada em pintura da Ásia Oriental entendemos melhor a sua produção artística. Ora, há algo na simplicidade dos seus traços e especialmente no desenho dos rostos que definitivamente é herança da clássica pintura oriental. O artista diz, mesmo, que a face sem expressão, sem sexo e sem idade dos seus desenhos é “roubada” da antiga pintura budista. Os rostos não importam, mas os gestos.

Pele

E é usando apena tinta preta que essa gestualidade toma forma. Em preto e branco entramos no universo melancólico desses “moonassi”, uma das formas mais comuns de se reportar a alguém na Coreia, um vocativo cujo prefixo “moonaa”, ao pé da letra, também pode significar “vazio”.

Rio

Esse vazio das personagens as leva até uma profunda busca de si mesmas e a um desejo inesgotável de autopercepção e conhecimento do outro e do seu lugar no universo. Cada um dos desenhos de Daehyun são uma metáfora visual, uma história longa de procura e desejo congelada num quadrinho. Lindo.

Funil

Entendendo a força do gesto nos desenhos de Daehyun parece quase que óbvio – quando na verdade foi uma ideia muito perspicaz – que eles inspirassem uma coreografia. A série Moonassi foi ponto de partida para um trabalho da coreógrafa estadunidense Julia Cost, veja o resultado abaixo:

Por outro lado, devido às formas simplificadas, uso apenas da cor preta e temática muito relacionada ao corpo, também entendemos a escolha de vários fãs de tatuarem seus desenhos.

Tattoos

Porque um trabalho bonito desses não pode ficar só num no papel. Deve ser dançado, tatuado, cantado…

Rostos

Máscaras

Fios

Pedaços

Tesoura

Clique aqui para acessar a página oficial do artista.

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Raquel Assunção
Tentando transver o mundo, como Manoel de Barros bem disse ser preciso.
Raquel Assunção

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